sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Balanceando

Esse ano tá fácil. Fácil de fazer o balanço – que fique claro.

O melhor deste ano foi que acabou – e rápido! :)

Depois disso, posso dizer que vivi coisas que foram excelentes e me fizeram muito bem:

  • 1. as aulas de tango que me reestruturaram e orientaram a um dos maiores prazeres desta vida: o se entregar de corpo e alma à dança!
  • 2. as aulas de política (tanto do meu ex-orientador quanto do atual) que me envolveram e enriqueceram muito!
  • 3. as aulas de italiano que foram uma delícia!
  • 4. as aulas de capoeira que fizeram um bem danado!
  • 5. as oficinas de tinta ecológica e parede verde que nos proporcionaram a realização de um sonho: o Espaço de Convívio Verde – que cada dia fica mais lindo!

Todas essas coisas foram maravilhosas e fizeram com que um ano que realmente não foi fácil, valesse a pena.

Foi um ano de aprendizado, porque tive que aprender a lidar com a perda. Deixei de trabalhar com uma pessoa que admirava, respeitava e amava muito, onde encontrava empatia de idéias e compreensão, além de confiança e respaldo. Isso fez com que perdesse muito da motivação para com o trabalho, o que sempre foi algo essencial na minha vida. Perder a situação ideal é sempre muito difícil. Mas com tudo nesta vida a gente pode aprender: é só se atentar, respirar e não perder a cabeça.

E como se não fosse o suficiente o lado profissional estar abalado, o emocional também foi pro saco! Deixei o que hoje tenho a impressão de ser o grande amor da minha vida, passar. Pessoa que também admirava, respeitava, encontrava confiança e respaldo, além de ricos embates de idéias e muitas coisas mais... - e que eu tinha certeza que gostava de mim, mas... que decidiu casar com outra. Para que dizer mais, não é mesmo?

O amor não tem nada a ver com merecimento, se tivesse, já teria deixado de gostar dele há um bom tempo. Mas pelo menos a paixão já passou. O amor é mais sereno se comparado. É perene, mas não é tão desesperador e patológico quanto à paixão. Convivemos bem. Especialmente porque aprendi a me amar em primeiro lugar, não em segundo. Isso faz toda a diferença.

Acho que quis escrever isso pra deixar aqui, neste ano. O fato de andar feliz, não significa que minha vida seja só flores, significa que minha postura frente a ela - e ao inevitável, já que não podemos voltar atrás - mudou. Hoje quero que meu passado fique no seu devido lugar, dele só quero levar comigo o aprendizado e algumas boas lembranças.

Mas não me entendam mal. Vou ficar muito feliz se por ventura vier a encontrar minhas referências no futuro, o que não quero mais é ficar parada olhando para o passado querendo voltar e lamentando o que não foi. Isso não mais.

Aqui me despeço e sigo o meu caminho, hora andando, hora dançando; hora sorrindo, hora cantando...

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua historia
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Dito isto, só quero muito agradecer imensamente às pessoas-mestres que fizeram este ano ser também especial; às duas pessoas com que vivi e partilhei conquistas e momentos pra lá de especiais em 2009 e pequena parte de 2010; e aos meus mais que amigos que permaneceram ao meu lado nos momentos mais difíceis:

1. Adriana Nogueira, Julio Magalhães e Diego Santos
2. Rafael Araújo e Edison Nunes
3. Adriana Pitarello
4. Rui Takeguma, Daniel e Thiaguinho
5. Denise Mazeto
6. Soninha Francine e Rafael Leite
7. Maíra Moraes, Arthur Secco e Paula da Paz

Amo vocês do fundo, bem lá do fundo, do meu coraçãozinho! Foi muito bom compartilhar com vocês cada momento!

Obrigada mesmo, de coração! Contem comigo sempre!!! :´)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Seu Lourenço

Mas eu ia mesmo era contar do Seu Lourenço, não era?

Ao entrar no ônibus sentido Curitiba, não pude deixar de reparar no senhorzinho que ia ao meu lado. Senti vontade de fotografá-lo (e foi quando percebi que havia colocado na mochila o carregador de pilhas, mas não a máquina de fotografar), também adoraria desenhá-lo, mas como não o sei fazer, só me resta tentar descrever.

A figura basicamente chamava a atenção pela barba branca e a idade avançada, era baixinho e tinha um jeito um tanto clássico ao mesmo tempo que caipira, vestia uma roupa social simples e segurava o tempo todo o chapéu na mão, repousado no colo.

Quando dormia tinha a impressão de que respirava com dificuldade. No começo fiquei preocupada e até pensei em pedir que me avisasse se não se sentisse bem, mas logo acostumei. Afinal, o que poderia eu fazer?

As 9h da manhã quando voltamos da parada me apresentei e proseamos um tanto.

Estava decidido a deixar São Paulo onde teve uma loja por diversas vezes assaltada para voltar a morar em Curitiba.

Segundo contou, a mulher casou com outro e mandou matá-lo, mas não quis que a mãe dos filhos fosse presa. A perdoava e queria poder cuidá-la como sempre havia feito. Dizia que quando nos fazem o mal, devemos sempre retribuir com o bem. Também contava com orgulho do cuidado que tinha com os filhos.

Disse a ele que a passagem de avião estava muito barata, sugerindo que fizesse o trajeto desta forma, ao que me respondeu que da outra vez que foi de avião, houve dificuldades no pouso por uma das turbinas ter pegado fogo e, segundo contava, a gritaria da mulherada o havia perturbado tanto – mais do que o pouso e o fogo – que havia decidido não mais viajar de avião. Achei muita graça! A decisão, no entanto, parecia estar sendo revista considerando que em avião chegaríamos em 40 min, e não em 12 horas como estava acontecendo aquele dia por conta da estrada.

Depois de um tempo e várias conversas, decidi pegar o livro para estudar, procurando evitar que começasse a falar de sua religião e também que atrapalhássemos os demais a voltarem a dormir. Mas gostei muito da prosa. Figurássa o Seu Lourenço.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Viajando

Ê vida! Passa tão rápido que me perdi um cadinho e só no dia de viajar foi que me dei conta de que já era o dia. Ainda não tinha visto passagem, arrumado mala, avisado... Era como se não fosse viajar. Mas a hora era aquela!

Pesquisei passagem na net, vi que de avião só tinha pro dia 24, mas que chegava muito, muito rápido. A diferença de ida e volta era de R$ 55,00. Não é muito, mas não estou podendo deixar nem 10 passar quem dirá 55. Somando isso a possibilidade de greve e caos aéreo, resolvi ir de ônibus mesmo. Venci a preguiça que dava de arrumar tudo correndo, deixei um recado e me mandei.

Fiquei tensa achando que não chegaria com a antecedência necessária para retirar a passagem (40 min.), mas apesar da demora do trem o metrô foi rápido e cheguei bem em cima, ainda aflita por não ter imprimido o comprovante. No final das contas, foi tudo tão tranqüilo, de cara o moço não achou meu nome e preocupei um pouco, mas dando as informações da viajem logo me encontrou. Também não tinha ninguém olhando no relógio dizendo que lamentava, mas que eu tinha chegado antecedência de 39 min e não 40. Um monte de gente queria comprar passagem e não tinha mais. Fiquei aliviada de não ter desistido de comprar pela net. Depois de tudo isso, consegui relaxar de tal forma que nada mais poderia me estressar!

Não tinha uma lembrança muito boa de viajar pela Viação Cometa, pois tinha passado muito medo com as ultrapassagens arriscadas que havia visto (e vivido) uns bons anos atrás. Apesar disso, um tanto quanto receiosa, escolhi sentar na primeira poltrona pra poder ficar olhando a estrada. Para a minha surpresa, apesar do ônibus ser "convencional" (mais barato) era novo, bem estruturado e passava segurança. O motorista não dirigia feito doido, nem ficava "pescando" de sono – como vi uma vez acontecer na decida pra Santos. Outra coisa boa foi ver a estrada: não é mais como antes, agora a pista é dupla, as mãos são separadas e parece recém asfaltada.

Tudo quase perfeito, não fosse... a quantidade de caminhões na estrada. Simplesmente não podíamos andar. A primeira vez que paramos ficamos quase 3 horas sem sair do lugar. O motorista disse que era só por conta do movimento de caminhões (considerando que uns quebram, outros dormem no volante, etc), logo alguém disse que havia uma manifestação dos caminhoneiros, citada em determinado momento como rebelião, mas logo corrigida para protesto. Sei que só conseguimos chegar depois de 8h30 no meio do caminho onde descansamos um pouquinho. O restante da viajem seguiu normalmente, mas a viajem que deveria durar 6 horas, durou exatamente 12 horas.

Chegando, senti muita vontade de pegar um taxi. Não devia sair nada caro, mas como continuava sem poder gastar sem real necessidade, resolvi pegar o ônibus mesmo. Antes, porém, fiquei pensando no motorista que havia dobrado a jornada e conduzido a gente tão bem, e que ainda teria que retornar para São Paulo em seguida. Não me contive e apesar de achar R$ 4,50 muito caro por uma caixa de Biz, comprei e deixei lá pra ele em agradecimento. É verdade que somando isso ao valor da condução chegaria bem perto do valor do taxi, mas... não podia deixar de agradecer de alguma forma. Era uma real necessidade para mim. ;)

E eu não tenho jeito, minha irmã tem razão em dizer que escrevo demais! Comecei a escrever para contar do Seu Lourenço e acabei foi viajando na história da viajem! Mas logo mais conto mais! :)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Por que será…

que gosto de estar na Terra cada vez mais?


Não sei precisar com exatidão, mas me pergunto:

Em que outro lugar poderia ouvir música boa, com tantos detalhes, arranjos, melodias, com letras que nos tocam tanto? Em que outro lugar poderia dançar danças tão gostosas? Onde mais poderia ter o prazer divino de estar só ou então o divino prazer de estar com os amigos?

Onde mais teria o prazer de sentir um ventinho refrescante quando calor, ou o calorzinho do sol quando frio? O prazer de ouvir a chuva cair acompanhada da festa que a alegria dos pássaros faz... e do exuberante que ficam as plantas molhadas! Do prazer de sentir a maresia e do mergulhar nas águas, pisar a terra... de colher uma fruta qualquer ou uma flor, do detalhe especial que dão as estrelas, ou a lua... do ser capturado por uma imagem! ou um momento...

Do gostar, do compartilhar, do vibrar junto. Do querer, do conquistar, do se encantar... Do olhar, do cuidar, do dengar. Do curtir muito cada detalhe! Do dormir mais 5 minutos...

Do descobrir, entender, aprender. Do se identificar com uma dor, um sentimento ou um desejo. Do se perder no que faz aquele bem... incomensurável!

Do fascinante que é uma pessoa quando nos dispomos a conhecê-la de verdade! De como cada qual aprende e reage a sua forma às durezas da vida... e aprende a tirar algo de bom dela. Do lutar junto. Do abraçar, do matar a saudade!

Tem muitas outras coisas, mas só essas já são mais do que suficientes para querer acima de tudo cuidar muito bem desta Terra e de cada parte sua (incluindo-nos)! Assim como de procurar cuidar da vida, nos alimentando e nutrindo de coisas boas! :)

Como canta perfeitamente o Lenine:

Sete Artes e dez mandamentos
Só têm aqui
Cinco sentidos, terra, mar, firmamento
Só têm aqui
Essa coisa de riso e de festa
Só tem aqui
Baticum, ziriguidum, dois mil e um
Só tem aqui

E como complementa mais que perfeitamente a Zélia Duncan:

E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu
E eu gosto de estar na terra cada vez mais

Estou de pleno acordo com ambos! E o prazer de ouvi-los é supremo! :)

Aliás, em que planeta tem solstício e eclipse como hoje? É tudo tão perfeito...

Faz sentido o que digo? Não estou dizendo que não há problemas, claro que há e são muitos. E por isso, inclusive, de tédio nunca poderemos reclamar: sempre haverá trabalho (que não precisa ser tortura, mas empenho por desejo) para manter, multiplicar e compartilhar todas as coisas boas que temos!

A vida não é nem de longe só isso que nos acostumamos a fazer todos os dias!

Bóra desfrutar, aproveitar e melhorar o que não tá bom? Que tal? Quem vem comigo? ´:)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Rotas e Ratos – Ratos e Rotas

Sonhei que estava em um evento desses de dias, em que temos que ficar em quartos com mais pessoas. Estava entre amigos e queríamos ir embora. Quando resolvemos fazê-lo fiquei por último para verificar se haviam levado tudo, e sim, estava tudo ok, mas com isso me atrasei e fui correndo pegar o ônibus de viajem de dois andares que nos aguardava. Estávamos no máximo em oito. Fiquei na parte de baixo descansando a corrida e quando resolvi subir pro andar onde estariam meus amigos, já não havia mais segundo andar. Eu estava em um carro pequeno com um motorista só, que depois de um tempo parou em um posto e pude perceber que havia algo errado: devia ter acontecido alguma confusão, pois ele estava me levando para a zona norte e o ônibus com meus companheiros ia para a zona sul, para onde eu tinha que ir. Não parecia São Paulo, talvez Rio... mas fiquei com dó do motorista, pois parecia que tinham definido que faria aquela rota porque era caminho de sua casa.

É muito doido como os sonhos criam uma história só com tantas coisas que nos preocupam, coisas que às vezes nem comentamos com ninguém, mas que de uma forma ou de outra, nos atormentam. Como se fossem gotas invisíveis que ao fim, criam una tormenta.

Uma coisa que achei legal no sonho é que em uma das salas do espaço havia um grupo de uma escola de samba ensaiando e eles usavam os potinhos de Yakult para colocar dentro de um instrumento grande... Preciso dizer que adoro leite fermentado, mas me incomodo profundamente cada vez que jogo mais um potinho desses no lixo? rs

Na sexta tive que "usar" um motorista da sub às 5h da tarde, quando já estava indo embora, me senti mal com isso, mas precisava do carro para resolver um pepino de última hora... sempre me incomoda quando não posso de alguma forma colaborar com eles, assim como me incomoda a idéia de ficar pra traz, ou de chegar a usarmos de um ônibus mega chik para 8 pessoas... ou a possibilidade de acabar indo para sentido contrário ao que vão os meus - mais que tudo!

Também sonhei que havia ratos em minha casa. Iam aparecendo mais e caminhavam para fora por um caminho que havia por cima da janela da sala que terminava em um buraco grande e quadrado, bem acabado, que dava para a varanda.

Detestei lembrar do sonho por toda a simbologia que nem sei direito qual é, mas que não deve ser coisa boa. Agora escrevendo me dei conta de que estavam indo para fora, o que talvez seja bom...

Certo é que, ao sair na varanda pela manhã, me deparei com um rato morto. Apesar de extremamente incomodada com a situação, me senti aliviada por outro lado. Como cuidada, sabe?

Felizmente a Maíra estava comigo e salvou minha pátria retirando o animal sem vida. ´: j

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tempo, tempo, tempo

Queria escrever algo, mas tudo o que me ocorre despenderia mais tempo do que o que disponho... Será que um dia vou me relacionar melhor com o tempo, por que será que ele nunca chega? Nunca é suficiente! :(

Uma hora vou descobrir seu segredo!

Ai tempo! Quem foi que te esquadrinhou?!! E ainda por cima dividiu tão mal!
Vou criar uma campanha contra a distribuição desigual de tempo!
Adoro trabalhar, mas também preciso criar, estudar, dançar, cantar... e cuidar da casa, me alimentar, cuidar... visitar os amigos, contatar a família, organizar os papeis de todo tipo, cozinhar, navegar, viajar, descansar... como faz caber tudo com tamanha desigualdade???

Já parei de pirar por não dar conta, mas de repente percebo que o ano acabou e ainda tenho tanto por fazer... são pendências e mais pendências!

É sei não como fazer... mas de uma coisa eu sei: abrir mão de dançar e estar com amigos é o que não vou mesmo fazer! Preciso demais tanto de uma coisa quanto de outra... e certamente mantendo essas coisas que me fazem muito bem, as outras vou ir dando um jeito, uma a uma até diminuir a ponto de não mais me incomodar!

Ainda queria fazer outras coisas hoje, mas o sono está batendo e amanhã o dia vai ser puxado... então, boa sorte pra nós! Que saibamos priorizar a coisa certa na hora certa! :)