sábado, 22 de agosto de 2009

O que a Sub Lapa tem?

Não pode ser o cheiro amargo das amêndoas doces... mas algo essa Sub tem que fez com que me apaixonasse perdidamente.

Gosto do nosso prédio velho, gosto de ver o trem passar... gosto de ver os abandonados imóveis antigos e as torres das antigas olarias, gosto de ver o mato que cresce e a serra lá longe, quase azul... gosto de ficar olhando cada quadro que se forma com o desenho das janelas da construção inacabada no ponto mais alto da Sub. É bonito de manhã, de tarde e de noite. É lindo que chega chora!

Não gosto dos prédios que ainda estão sendo construídos, o excesso de pichação me incomoda um pouco e a impossibilidade de resolver problemas de proporções bem maiores como a corrupção, me incomoda bastante. Mas fora isso...

Gosto muito dos funcionários, gosto do meu trabalho e da possibilidade de fazer coisas simples que fazem muita diferença. Gosto do gosto de cada pequena vitória. De cada praça mais bonita, de cada munícipe mais bem atendido, de cada sorriso e bom dia conquistados... de alguns abraços apertados inigualáveis. Gosto de poder trabalhar na realização do que acredito que é importante e de ter a tranquilidade de saber que para a Soninha também é; de saber que posso contar com seu respaldo.

Me apaixonei por cada pedacinho, cada olhar e cada possibilidade.

Mas quem ama sofre...

O que a Sub Lapa tem, não sei, só posso dizer o que tenho hoje: Satisfação e tristeza.

Satisfação com letra maiúscula por ter que trabalhar num sábado frio como o de hoje, mas podendo ver o resultado do meu esforço - somado ao de outros, claro. Não saiu tudo perfeito, mas foi praticamente. Inicialmente fiquei me perguntando porque era que eu havia inventado de levar tantas coisas a uma feira de saúde e culpei a pessoa que não foi comigo a reunião e que poderia ter me puxado para o chão, prometi para o Paulinho que foi instalar o equipamento de som que não nos colocaria mais nessas roubadas, mas no final, foi tão bom!

O primeiro grupo a se apresentar não apareceu (pudera, com o frio que estava!), mas parece que ninguém percebeu... em compensação, a palestra sobre meio ambiente, consumo e saúde foi excelente, a Maluh Barciotte foi ótima como sempre! O coral Sinfonia Plena da terceira idade que ensaia no Tendal também fez sucesso, tomo mundo adorou! O único problema é que depois do coral quase todo mundo foi embora e o músico que ia tocar em seguida ficou sem público. Ele toca flamenco, claro que eu amei, mas fiquei sem graça pela falta de gente pra assistir. Enquanto isso, o Fernando da Sugesp se empolgou dando Tai Chi Chuan e até tinha bastante gente lá, mas como ele não terminava e não tínhamos coragem de interrompê-lo, acabei indo com o Jefferson Lima (do violão) para o Tendal encontrar a Maíra que estava assistindo a orquestra da qual o Marçal (também de Sugesp e professor de Lian Gong da Sub) faz parte. Almoçamos e fui ver como estava um mutirão que acontecia na Praça do Maçom por iniciativa de algumas lojas. Fiquei absolutamente encantada com o que já haviam feito e com o que ainda estavam terminado. Tudo feito com tanto capricho e cuidado... E eles ainda me agradeciam! A gente só fez o básico do básico, mas foi tudo muito elogiado (limpeza, corte da grama, pintura de guias e muro, etc.), fiquei bem feliz. Amanhã pela manhã voltaremos à Praça para a entrega oficial do compromisso de adoção da praça por essas três (parece que agora quatro) lojas maçonicas. :)

Depois virá a parte triste, (eu não tenho que ir, mas quero): o lançamento da pré-candidatura da Soninha ao Governo do Estado.

Sei que isso vai ser importante para que ela e principalmente suas ideias fiquem mais conhecidas e tudo mais, mas... sua candidatura também significa ter que se licenciar da Sub Lapa (sem nenhuma garantia de retorno) até abril do ano que vem. E aí mora a minha angustia, meu desespero quase calado, minha tristeza quase cronica.

Não pretendo sair da Sub Lapa, quero continuar lá (se não me exonerarem do cargo e tiver que automaticamente voltar para a Saúde), mas sei que não será a mesma coisa. Sei que sem o respaldo da Soninha tudo o que já é difícil, será muito mais. Não quero ter que ficar escondida atrás de uma pilha de processos esperando o momento de poder voltar a trabalhar, quero trabalhar agora e sempre, mais e mais. É o que satisfaz. Mas se escolher continuar como servidora... sei bem o que me espera, e já me desespera!

Pense na satisfação de amamentar o seu bebê e ver ele se desenvolvendo doce e forte, mesmo que com alguns problemas de saúde. Agora imagine como seria se tivesse a certeza de que terá que deixá-lo antes de terminar de amamentar e que muito provavelmente não poderá vê-lo crescer. É assim que me sinto hoje, apaixonada pelo meu bebê... que talvez nem seja meu, e que sua mãe de verdade vai levar pra outro lugar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

É o que me interessa

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussure em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

(Lenine)

domingo, 9 de agosto de 2009

Moradia


Vem vindo uma marcha do MST que vai ficar em São Paulo de 10 a 14 de agosto, são cerca de 1000 pessoas que precisam alojamento e um espaço para fazerem a comida de todos eles. Queria ter ajudado a conseguir isso, juro que tentei, mas não rolou nada. Detesto quando não consigo resolver as coisas. Mas fiquei sabendo tão encima... espero que tenham conseguido tudo.

Ontem meu irmão e minha sobrinha estavam em casa e sugeri que fizéssemos um pequeno passeio pelo centro. Quero muito que meu irmão venha morar pra cá, pra ver se consegue aproveitar melhor a vida e se animar mais com as coisas, pois perder quatro horas no "buzão lotado" todos os dias, tem matado sua alma de artista.

Aproveitamos pra começar a procurar apartamento para eles dois. No começo estava toda animada, mas depois, vendo os preços, ai... pqp! Difícil não desanimar. Chegamos a clássica conclusão de que não vale a pena alugar, seria muito melhor comprar. Qual o problema? Não temos nem pra dar a entrada mínima de 20%.

Fazia tempo que eu não reclamava disso, mas preciso dizer de novo: como é caro morar! Não é à toa que cada dia que passa tem mais gente morando nas ruas! Aliás, outro assunto que me pega do qual nem vou começar a falar, pra não ficar nervosa, angustiada e ainda correr o risco de perder o emprego, quer dizer, o cargo, porque agora sou funcionária pública efetiva e não podem me mandar embora mais (na verdade ainda tem 3 anos de experiência, mas dizem que passa rápido), eu já tinha contado isso?

Bom, se acharmos um lugar legal para o meu irmão por aqui acho que vai ser muito legal! A Potyra conheceu a Biblioteca Monteiro Lobato e já se empolgou com a idéia de morar pertinho de tantos livros! Oxalá de certo! A tarde estava gostosa e foi tão bom fazer algo tão simples...

:)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um pouquinho de mais do mesmo

Um amigo com quem conversava por e-mail esses dias disse que nem sabia que eu estava na Subprefeitura com a Soninha, eis o meu resumo resumido:

"Pois é, foi tudo tão corrido no começo do ano que nem deu tempo de contar ou comemorar a ida para a Sub. A Soninha já havia dito (na verdade escrito) a mim e algumas outras pessoas que nos queria com ela em uma possível Subprefeitura, e eu não sei pq, tinha tanta certeza disso que no mesmo dia do discurso da posse, já arregacei as mangas e comei a trabalhar. Outras pessoas acabaram não indo ou demoraram muito, porque os cargos, ao contrário do que dizem, não são muitos não.

Amo demais o meu trabalho, apesar de muitas vezes ser frustrante e desesperador... é que estar no gabinete de um "executivo" nos possibilita fazer coisas simples que fazem muita diferença, o que é extremamente gratificante. Por outro lado, uma das coisas que mais me incomoda é a demora... ai, tem horas que dá vontade de arrancar os cabelos! Coisas simples às vezes demoram semanas ou meses!!! Inclusive por isso, se eu pudesse fazer um pedido para o gênio da lâmpada, pediria que adiasse as eleições. Como eu queria não ter que interromper as coisas legais que estamos desenvolvendo...

Nesses meses que passaram vivi tanta coisa que é difícil acreditar que tenha sido tão pouco tempo. Foi repleto de altos e baixos... quis chorar qd saiu minha nomeação... quis comemorar quando subi de cargo... quis chorar quando a Prefeitura me chamou pelo concurso... depois, me conformei e até fiquei feliz, mesmo sabendo que como efetiva passaria a ganhar menos. Com nossos eventos foi a mesma coisa, umas coisas davam certo, outras errado, algumas pessoas me amavam, outras me odivam... Segurar tudo isso foi fácil não. Às vezes nem acredito, às vezes até esqueço..."

Já nem sei mais o que, mas preciso comemorar, e MUITO! :)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O amor tem dessas coisas...

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Carlos Drummond

Isso me lembrou uma história...
Certa vez, quando minha tinha morava no interior do Paraná, estava em sua casa um amigo conversando com o marido enquanto afiava o facão. Ficou horas fazendo aquele fio com extremo capricho. Quando por fim parou, vendo minha tia distraída, foi provocá-la brincando como se fosse fachucá-la. O homem apenas encostou o facão perto de seu calcanhar. Foi o suficiente para a perna dela começar a sangrar. O marido já ia pra cima do amigo quando se deram conta de que o sangue que jorrava era preto. Minha tia estava com tetano e não fosse a brincadeira, em pouco tempo teria perdido o pé. O sangue contaminado precisava sair. E assim ela se salvou, por um triz.

Voltando ao poema...
Se eu não me desesperei? Acho que nos primeiros momentos sim, mas depois... acho que percebi que precisava deixar sangrar e... me deu um subito de felicidade! Como se tivessem me dado de volta a liberdade - mesmo sem tê-la perdido.

E assim sigo...
Hoje?
Sorrindo!

: )