domingo, 25 de janeiro de 2009

A Virada

Passei a virada de ano numa cidade do interior próxima a metrópoles. Pobre cidade, pelo pouco que vi, nem parece de interior, nem de outra coisa, além de parecer literalmente pobre.
Fomos para o sítio do Prefeito reeleito, num galpaozão com churrasco, um trio tocando músicas sertanejas e forró e um monte de gente que eu não conhecia. Gente simples e simpática, não me senti mal em nenhum momento.

Por falta de hotel, ficamos em um motel que disseram ser a melhor opção, não quero nem imaginar como seria a pior! Até que ele era bonitinho, vai, e se não tivéssemos pedido um quarto simples talvez saísse água do chuveiro na direção certa. A vista era bonita, mas mal deu tempo de olhar, pois tínhamos que ir para a posse do Prefeito.

Tinha separado uma roupa social para a ocasião, mas como não tinha usado o vestido de festa na noite anterior que era azul claro e bem leve (para um vestido de festa), acabei usando ele. Era estranho estar usando salto fino às 8h da manhã, mas quando cheguei lá, havia gente vestida com roupa de festa (mesmo), de social e esporte também. É uma loucura essa história de ter que estar com “roupa adequada” aff!!

A Câmara Municipal... acho que eu não vou saber descrever. Tinha talvez a estrutura de um posto de saúde de São Paulo, não é possível comparar com a monstruosa Câmara Municipal de São Paulo, cheia de frescuras como o nome dos vereadores, desde sua inauguração, talhados em mármore.

A cerimônia de posse foi meio frustrante. Uma pessoa lia a declaração de bens dos 9 vereadores eleitos, do prefeito e seu vice. Era interessante ouvir a diferença, alguns com vários bens, outros com poucos, um declarou não possuir nada, mas a declaração do prefeito... não acabava nunca! Inacreditável! Como aquela pessoa tão simples (de fala errada, mas bonita por ser muito natural) podia possuir tantos imóveis?

Ficava me perguntando como seria a cerimônia de posse dos 55 vereadores de São Paulo, será que “dão os papeis como lidos”? O Prefeito falou quase uma hora, contando “causos” sobre as dificuldades da gestão anterior, do descaso do governo do Estado, do “G5” que se formou contra ele dentro da Câmara, grupo que não reelegeu nenhum de seus vereadores.

Ele já está com setenta e poucos anos e durante a fala, disse várias vezes que não tinha falado nada do que pretendia. Felizmente não resolveu retomar o discurso do começo, se não, não sairíamos de lá nunca! Tampouco me pareceu que era preciso, não havia necessidade nenhuma de falar mais do que já havia dito, e ouvir sua “conversa” foi bem melhor do que ficar ouvindo a leitura de um discurso pronto, cheio de promessas e rasgações de seda.

Ah! Ele também criticou os funcionários públicos que 20 minutos antes do horário já começam a fazer fila pra marcar o horário de saída. Até aí tudo bem, entendo bem. O que me revoltou foi ouvir ele criticar o funcionário de empresa que se recusa a fazer hora extra. “As pessoas têm que se dedicar para quando ficarem velhas terem pelo menos uma casinha”. Ai, como me incomoda ouvir isso!!! Essa idéia de que as pessoas têm que se matar de trabalhar me parece tão descabida! A que horas se espera que as pessoas possam dar atenção para filhos, casa, família, amigos, estudos. É por demais absurdo que alguém tenha que abdicar das coisas que realmente tem valor na vida, por ter que trabalhar mais do que poderia ser permitido para ganhar muito menos do que lhe seria devido.

O que mais gostei da pequena Câmara foi que o auditório tinha umas portas de varanda que davam para uma cerca donde se podia ver mato, árvores, cavalos e borboletas. Salvaram os momentos em que não aguentava mais ouvir os números de contas bancárias, placas de carros e folhas de registro de imóveis. :)

Acabou a posse e rumamos de volta a São Paulo sem nem tomar café, no centro estava tudo fechado, até a lanchonete do Estadão que é 24horas. Tivemos que comer na casa do meu pai, lá fiquei um tempão conversando com meus amigos, depois, rumamos à Caminhada Cultural da Expedición Donde Miras.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Votação nas últimas (sessões do ano)

Quinta feira 18 de dezembro, tem votação na Câmara, finalmente! Mas como isso é algo de fato raro, quando acontece, mandam ver com uma “baciada” de projetos de lei... que tem que ser votada antes do recesso. Como querem entrar em recesso amanhã, a votação hoje vai até de madrugada se for preciso.

Como da outra vez que acompanhei o plenário não aconteceu praticamente nada, hoje, quando já estava indo pra casa, encasquetei que queria acompanhar a tal votação, e quando encasqueto, não tem jeito. Cá estou.

É verdade que não é um gosto comum, deixei meu namorado sozinho na minha casa, onde eu podia estar descansando, pra vir assistir algo que é muito mais decepcionante do que já se espera. Aliás, a uma hora destas, como alguém que for contrário a algum PL poderá se manifestar?

Conto o que vi até agora, na esperança de que ocorra algo mais interessante: uma pessoa lê o número do PL, seu autor e aquele resuminho “do que se trata” de três linhas, em seguida (enquanto o que lê respira) o Presidente da Casa (ACR) canta em tom de missa que as discussões estão encerradas, “os vereadores favoráveis permaneçam como estão, aprovado.” (na fala não tem essa vírgula, se ele sequer respira, quem dirá levantar a vista para ver se alguém se mexe!). Também há uma cruz ao fundo que reforça a impressão de igreja que dá. Fora os questionamentos básicos: se o Estado é laico, por que tem cruz nos órgãos públicos?

Bom, a primeira sessão foi encerrada e agora começou a parte mais complicada (e legal), há até uma discussão e haverá votação, de verdade, incrível! ...alguns minutos depois... indo para a segunda votação dos projetos do executivo o painel eletrônico deu pau! Foi engraçado porque rola a maior tensão, todo mundo esperando pra ver e nada! Eram três PLs que pelo que pude perceber, o PT votou contra e a Soninha se absteve. Seguiram as votações (em meio a piadinhas) dos PLs dos vereadores, “aprovados em segunda, aguardando sansão”. O que me parecia uma igreja, agora que estou de pé e posso ver os vereadores, mais me parece uma sala de aula.

A voz do presidente já está falhando. “Sessão suspensa por um minuto”, como eu queria entender o que acontece nesse curto meio tempo! Já passou mais de um minuto, o que aconteceu? Hmmm, pena que eu não vi no relógio, acreditei neles! (que absurdo)
“Reaberta a sessão”. A Soninha registrou seu voto contrário a um PL desses que são praticamente aprovados automaticamente, não foi tão fácil porque o microfone não funcionava, mas deu certo. Agora ela já está conversando com a imprensa, explicando porque votou contra, muito bom! :)

Uau! Incrível! Outro vereador registrando voto contrário a um PL “Frank Stein” e explicando o porquê! O que ele chama de “X-tudo” concede aos clubes isenção de imposto sendo que são instituições particulares que não têm porque terem essa isenção. Fala prolongada do vereador José Américo... O vereador Goulart concorda em partes com o José Américo, discorda da questão dos clubes, pois todos estão passando por dificuldades. Domingos Dissei fala muito baixo, mas está falando sobre os cartórios, também inseridos no PL: o projeto “não contemplou, veio sem minha sugestão, não sei por que.” Muito legal, mas dá pra ser mais objetivo? Pedido de votação nominal do vereador Arselino Tatto. “Lembrando que a votação não poderá passar das zero horas”. A Soninha votou não. (Yes!)

“Vereador Edivaldo Estima do PPS...” dizia o Presidente, “dá onde???” retrucou o vereador com ar de deboche. O presidente da Casa pegou no pé do vereador, ainda do PPS, que votou Sim, diferentemente da Soninha.

“Sessão encerrada”, mas como ninguém saiu do lugar, pelo visto, se abrirá outra com data de 19 de dezembro já que já passa da meia noite. Quero ficar até o final, mas tem uma pessoa me esperando em casa... ai.

“Peço aos nobres vereadores que registrem presença para a abertura da sessão extraordinária”... “sobre a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos”... (como me incomoda isso).

Acabou o papel, e agora?

***

Parei por aqui, ainda houve uma enorme discussão por conta de um terreno da prefeitura que querem vender ao Mackenzie sem licitação, mais piadinhas a respeito da discordância da “bancada” (são só dois) do PPS, remodelação da Secretaria do Verde e Meio Ambiente e aquela razgação de seda final.

Ah! Lembro que no último item liguei dizendo que tinha acabado e em seguida liguei de novo retirando a informação. Justo no último (parece que o orçamento) não havia acordo e quando se deram conta disso, suspenderam a sessão e ficaram quase meia hora discutindo! Não tem graça não poder acompanhar de perto... mas foi isso.

Fica meio confuso escrever na hora, fica uma confusão de tempos, uma hora escrevo no passado outra no presente, mas espero que dê pra entender e não esteja muito chato de ler. :)

Demorei pra digitar mas finalmente está aí! Agora tenho que digitar o próximo!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

virada longa

Ai que preguiça de começar o ano....
Na verdade ainda não consegui terminar o ano passado, estou empenhada em resolver uma série de pendências das quais não consegui me livrar no ano que terminou. Dentre elas, tenho que digitar o texto que escrevi sobre a votação da câmara para publicar aqui, além de ter que escrever outro sobre a Expedición Donde Miras que está caminhando em direção a Botucatu desde o dia do meu aniversário, 27 de dezembro.
O problema é que... vontade zero de ficar na frente do computador.
Preguiça mesmo. Mas com todo direito, considerando a loucura que foi o ano passado... e a pauleira que eu não tenho dúvida que vai ser este ano!
Ai, queria estar na caminhada, foi difícil resistir ir hoje, mas tô aqui forçando essa virada.
Quero deixar as coisas mais organizadas para começar o ano com mais "tranqüilidade", com menos irritação por conta da bagunça, na esperança de me tornar uma pessoa mais equilibrada.
Bom, vou fazer o possível para publicar o devido o quanto antes, dentro dos limites que a preguiça permite, claro. ;-)
¡Hasta pronto mi vida!