Bom, no domingo dormi além da conta e assim que acordei voltei ao Vale do Anhangabaú na esperança de pegar o fim da apresentação do Baque Bolado que aconteceria de novo às 12h. No caminho aconteceu algo muito especial. Vi uma dessas cenas que não passam desapercebidas:
Um homem (mais negro que moreno, forte, vestindo apenas uma bermuda preta, sem camisa) carregando em uma mão um saco de lixo grande – provavelmente cheio de latinhas de cerveja vazias – e na outra... um buquê de flores brancas, lindo! A imagem me capturou e olhei com simpatia. Foi o suficiente para o catador me chamar e dar as flores. Sim, assim, sem mais nem menos. Fiquei meio sem graça ao mesmo tempo em que lisonjeada. Tentei recusar, mas ele não deixou. Disse que estava procurando alguém para dar. Não puxou assunto nem quis me chavecar, simplesmente quis me presentear. Sorri, agradeci e provavelmente desejei boa sorte. Fiquei meio boba, sem entender direito, mas feliz. Pensei no trabalho que tenho feito com os catadores da Água Branca e cheguei à conclusão que merecia as flores – mesmo que o moço não tivesse idéia disso.
Chegando ao vale procurei o grupo, olhei um pouco o movimento, olhei, olhei, procurei e decidi voltar pra casa. Mas foi justo quando vi um povo andando sem roupa e imaginei que fossem eles. Ainda nem estavam prontos! Enquanto esperava passarem lama no corpo vi umas coisas que só na Virada! Destaque para um grupo de insetos imensos que passou soltando fumaça com uma música de acompanhar momentos emocionantes nos desenhos. Nós parecíamos formiguinhas do lado deles, foi fenomenal!
A apresentação do Baque Bolado também foi sensacional: o grupo todo coberto de lama atravessou o vale tocando e dançando maracatu e de quebra ainda passaram lama no pé do Borba Gato! Muito, muito bom!
No meio da apresentação meu professor se dirigiu a mim, olhou no fundo dos meus olhos e me entregou um papelzinho balançando a cabeça afirmativamente como quem diz "leve a sério porque é verdade". Era uma frase forte que dizia algo que acredito (ou tenho esperança?) seja verdadeiro sim, mas que eu já havia esquecido ou ainda não tinha tomado consciência. Um homem que acompanhava a apresentação e até parecia sério gritou: "poderosa!". Como ele sabia? rsrs
Depois voltei para casa sem pique de fazer muito mais, mas satisfeita com o que havia visto e feliz com o que havia ganhado. Não agüentava mais o barulho da música na janela que entrava "pelos sete buracos da minha cabeça"! Mas procurei relaxar e arrumei minhas flores... que me deram sete arranjos espalhados em garrafas pela casa toda! Lindas!
Quando a dor de cabeça chegou, a música em seguida parou e eu, muito em seguida, apaguei! :)
7 comentários:
mamita linda
gracias por tu blog
besitos
que Dios te bendiga
(qué profesor es ese?)
Opa!
Qué profesor es ese? (2)
rs
Linda.
beijos.
Uai, não contei que tô fazendo "danças e ritmos brasileiros" no Tendal da Lapa? O Jesum é meu profesor e faz parte de um grupo que já era o máximo quando vim morar em São Paulo... e o mundo pequeno agora me permite ter aula com essa pessoa fantástica!
:)
Ahhh entendi!
Agora estava relendo o post e entendi o porquê da pergunta...
rsrs
JA JA JA
Planejamento para a festa sem plenejamento para a limpeza...é assim. Só sinto pena de tu que mora no centro.
À propósito, eu to falando nesse blog aqui: http://mistermussumano.blogspot.com/
Vc tá ouvindo?
Beijo!!!
Tem mais fotos da virada aqui: http://picasaweb.google.es/aestrella13/100515E16ViradaCultural#
:D
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