A viagem foi longa, bem mais do que eu esperava, o que me fez perceber o quanto já "havíamos" caminhado. Infelizmente eu não pude fazer toda essa caminhada, chegando a Aldeia Guarani de Boracéia, no dia 03/01, tive que voltar para São Paulo e só naquele sábado, 16/01, eu reencontraria a família Donde Miras...
Chegamos de tarde em uma escola da periferia de Ubatuba, na Rua da Cachoeira, em um bairro chamado Ipiranguinha que era bem afastado da praia. Como tínhamos Sarau na Praça Matriz de noite acabamos ficando por lá mesmo.
Achei que o Sarau aconteceu em uma parte muito escura e pouco movimentada da praça, mas foi gostoso assim mesmo. Tinha muita gente, mas a maioria era da própria caminhada (sejamos sinceros). Ainda assim, algumas pessoas paravam um pouco e seguiam seu caminho, outras sentaram e ficaram bastante tempo.
As crianças sempre se divertem com as palhaçadas do Nonô, um espanhol muito louco e muito querido que se juntou a caminhada, pessoa fantástica que me parece ser de espírito muito elevado, quase de outro mundo. :)
Ele e outros caminhantes ensinaram alguns truques para as crianças, que passaram a fazer participações nos saraus também.
Depois rolou a projeção de um documentário muito legal, no estilo do Ilha das Flores (que é sensacional), fazendo algumas referências iguais, mas, mais lento. Trata da questão da democratização da comunicação, ou melhor, da falta dela. Destaque para as concessões de rádio e TV que estão concentradas nas mãos de 11 famílias e para dois deficientes visuais que tinham uma rádio comunitária e ficaram um tempo presos por isso, pois não tinham permissão.
Acabei lendo um poeminha escrito aquele dia "pra quebrar o cabaço". É estranho pensar que eu nunca tinha apresentado nada nos saraus do Donde Miras... mas não tinha mesmo não. No final tomei coragem e li o texto do post abaixo (que tinha ficado um tempão copiando) e foi muito bacana! Eu mal conseguia ler de tanto que tremia, mas foi legal sentir que todo mundo parou pra escutar (no decorrer do sarau muitas pessoas vão distraindo e já não prestam tanta atenção) e apesar do nervosismo, acho que consegui dar a entonação certa, até mesmo porque ainda estava muito a flor da pele. Fiquei feliz de ter quebrado essa barreira minha, de ter me jogado no fogo eu mesma, e acho que me senti melhor depois de ter dividido e de pessoas terem expressado que gostaram ou que concordavam. Bem legal. Finalizamos o sarau com uma ciranda sensacional! :)
No dia seguinte... queria ir primeiro para a praia de depois a cachoeira, mas fomos primeiro a cachoeira e não me arrependi nadinha, pelo contrário, desencanei de ir para a praia e voltei pra cachoeira no final da tarde, já que ficava na mesma rua a uns dez minutos, nada mais. Além do que, o caminho era lindo e a cachoeira absolutamente maravilhosa! De água limpíssima, com quedas gostosas e um espaço pequeno bom (ao menos pra mim) para nadar. Amei, amei, amei muito! E também fiquei muito feliz de quebrar mais uma barreira: incentivada, tomei coragem e decidi escorregar em uma das quedas caindo na água com tudo, que delícia!!! O lema este ano é não passar vontade, e comecei muito bem! :D
Pra finalizar o dia fizemos um sarau especial para crianças na rua atrás da escola, em um espaço bem gostoso... e foi chegando mais gente e mais criança até que a rua estava fechada! O Luca e a Potyra, batizados de "Mosquito e Tubaína" também se apresentaram. Foi muito legal! E o melhor é que ali do lado tinha um butequinho que era uma delícia, cerveja barata com presa de pinga de alambique com carqueja (maravilhosa, juro!), também tinha mesa de sinuca e depois das apresentações enquanto as crianças assistiam desenho animado o nosso povo foi tomando conta do lugar - e da sinuca, claro. Foi bem, bem legal!
Voltei no dia seguinte renovada!
Mais fotos do dia 16. Mais fotos do dia 17.
GRACIAS DONDE MIRAAAS!!!!!!!!
Um comentário:
mamita qué bonita estás en esa última foto, hasta pareces gordita, por qué no la pones en el twitter?
besitos
que Dios te bendiga
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