terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Que chorosidade! Ou: Nada como tomar um susto de verdade!

Escrever é mais que dividir para mim: é tirar de dentro pra analisar e, especialmente quando é algo que incomoda, é um alivio que dá!

Depois que publiquei o último post parece que fiquei melhor, tirei aquela agulhinha do meu peito... Queria sair antes de escurecer da Sub e um pouco antes de desligar tudo, uma pessoa de Macapá com quem falo pouco me perguntou se eu estava bem pelo Google Talk. Normalmente respondemos "sim e você?", mas respondi: "sim. pq?", em seguida pensei comigo que mal educada eu, enquanto procurava concertar e perguntar dela a resposta que me chegou foi: "porque sonhei que estavas com câncer".

Agradeci por ter me contado e prometi procurar um médico, coisa que sei que preciso, mas que vivo adiando. Não entendo bem porque é que uma pessoa faz com que outra, do outro lado do país, tenha uma noite péssima com um sonho doido desses, sem a menor intenção!

Vim pensando nisso, já faz uns meses que ando pensando em, ao menos, me alimentar melhor, por conta de algumas desconfianças, talvez infundadas. Mas a verdade é que a notícia, quer dizer, comentário, aviso, premonição, pesou. Pode ser que não seja nada disso, ela tem uma ligação muito mais forte com Caio que comigo e pode ser que seja só um sinal de como está nossa relação, ou do que sou pra ele hoje?

Vim pra casa me perguntando quantos meses terei que esperar pra passar no clínico geral do Hospital do Servidor Público Municipal, quantas mil vezes terei que ligar até ser atendida? Será que é mais rápido passar no posto de saúde? Que preguiça de encarar isso! Se pudesse pagava alguém pra fazer isso pra mim!

Aproveitei que o mercado estava aberto para entrar pra comprar leite, mas precisava mais coisas, mas não queria comprar nada! Quero tanto passar a me alimentar com produtos orgânicos, mas para isso teria que, no mínimo, me disciplinar a acordar cedo aos sábados e ir até o Parque da Água Branca, apesar de que existem esquemas de entregas de cestas... mas sempre deixo essas coisas estragarem e me sinto péssima com isso, por isso já não compro. Na verdade não gosto nem de cozinhar, nem de ter que escolher o que vou comprar. Às vezes sinto tanta falta de alguém que cuide de mim... ou que ao menos me motive, me acompanhe, faça com que de alguma forma o que parece chato se torne agradável. Sei que não é difícil... se eu não fosse tão difícil talvez.

Sinto tanta falta do Caio, mas há muito não somos mais os mesmos... não só moramos em cidades diferentes, mas nos distanciamos cada vez mais, mal temos tempo de trocar e-mails, apesar de que, talvez seja apenas uma defesa natural do corpo, não alimentar algo com que não se pode contar. Parece que sempre que preciso dele nos desencontramos, e quando nos encontramos, parecemos desencontrados. Mas nos queremos tanto, nos acostumamos tanto um com o outro, que mesmo sabendo que não pode mais ser, não conseguimos aceitar, é difícil demais se desprender.

No mercado eu não queria ver nada. Minha mãe interior me pedia pra não chorar e eu respondia que não estava chorando. "Está sim", é... internamente estava sim, e enquanto ela procurava me acalmar para poder minimamente escolher algo para que eu me alimentasse cantando "não há de ser nada...", tudo o que eu queria era chegar em casa logo pra me enfiar embaixo do travesseiro e chorar.

Comi e resolvi escrever pra ver se essa vontade de chorar me deixa em paz! Mas acho que não vai ter jeito, vou ter que chorar um cadinho... Mas fiquei aqui pensando: nada como tomar um susto para a gente perceber que precisa se cuidar mais e aproveitar mais a vida. Quer dizer, na verdade, perceber não é tão difícil, tomar atitudes a respeito é o que é, mas é o que há! Será que consigo? Vamos ver no que dá!

:)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda estou ao teu lado...