terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Donde Miras Ubatuba?

Que pena que não escrevi antes, porque com o tempo vamos perdendo a riqueza de detalhes, além de ir aumentando a quantidade de coisas a contar, de qualquer forma, desta vez não posso deixar passar batido, assim, escrevo um breve resumo do que foi minha passagem por Ubatuba junto a Expedición Donde Miras.

A viagem foi longa, bem mais do que eu esperava, o que me fez perceber o quanto já "havíamos" caminhado. Infelizmente eu não pude fazer toda essa caminhada, chegando a Aldeia Guarani de Boracéia, no dia 03/01, tive que voltar para São Paulo e só naquele sábado, 16/01, eu reencontraria a família Donde Miras...

Chegamos de tarde em uma escola da periferia de Ubatuba, na Rua da Cachoeira, em um bairro chamado Ipiranguinha que era bem afastado da praia. Como tínhamos Sarau na Praça Matriz de noite acabamos ficando por lá mesmo.

Achei que o Sarau aconteceu em uma parte muito escura e pouco movimentada da praça, mas foi gostoso assim mesmo. Tinha muita gente, mas a maioria era da própria caminhada (sejamos sinceros). Ainda assim, algumas pessoas paravam um pouco e seguiam seu caminho, outras sentaram e ficaram bastante tempo.

As crianças sempre se divertem com as palhaçadas do Nonô, um espanhol muito louco e muito querido que se juntou a caminhada, pessoa fantástica que me parece ser de espírito muito elevado, quase de outro mundo. :)

Ele e outros caminhantes ensinaram alguns truques para as crianças, que passaram a fazer participações nos saraus também.


Depois rolou a projeção de um documentário muito legal, no estilo do Ilha das Flores (que é sensacional), fazendo algumas referências iguais, mas, mais lento. Trata da questão da democratização da comunicação, ou melhor, da falta dela. Destaque para as concessões de rádio e TV que estão concentradas nas mãos de 11 famílias e para dois deficientes visuais que tinham uma rádio comunitária e ficaram um tempo presos por isso, pois não tinham permissão.


Acabei lendo um poeminha escrito aquele dia "pra quebrar o cabaço". É estranho pensar que eu nunca tinha apresentado nada nos saraus do Donde Miras... mas não tinha mesmo não. No final tomei coragem e li o texto do post abaixo (que tinha ficado um tempão copiando) e foi muito bacana! Eu mal conseguia ler de tanto que tremia, mas foi legal sentir que todo mundo parou pra escutar (no decorrer do sarau muitas pessoas vão distraindo e já não prestam tanta atenção) e apesar do nervosismo, acho que consegui dar a entonação certa, até mesmo porque ainda estava muito a flor da pele. Fiquei feliz de ter quebrado essa barreira minha, de ter me jogado no fogo eu mesma, e acho que me senti melhor depois de ter dividido e de pessoas terem expressado que gostaram ou que concordavam. Bem legal. Finalizamos o sarau com uma ciranda sensacional! :)


No dia seguinte... queria ir primeiro para a praia de depois a cachoeira, mas fomos primeiro a cachoeira e não me arrependi nadinha, pelo contrário, desencanei de ir para a praia e voltei pra cachoeira no final da tarde, já que ficava na mesma rua a uns dez minutos, nada mais. Além do que, o caminho era lindo e a cachoeira absolutamente maravilhosa! De água limpíssima, com quedas gostosas e um espaço pequeno bom (ao menos pra mim) para nadar. Amei, amei, amei muito! E também fiquei muito feliz de quebrar mais uma barreira: incentivada, tomei coragem e decidi escorregar em uma das quedas caindo na água com tudo, que delícia!!! O lema este ano é não passar vontade, e comecei muito bem! :D


Pra finalizar o dia fizemos um sarau especial para crianças na rua atrás da escola, em um espaço bem gostoso... e foi chegando mais gente e mais criança até que a rua estava fechada! O Luca e a Potyra, batizados de "Mosquito e Tubaína" também se apresentaram. Foi muito legal! E o melhor é que ali do lado tinha um butequinho que era uma delícia, cerveja barata com presa de pinga de alambique com carqueja (maravilhosa, juro!), também tinha mesa de sinuca e depois das apresentações enquanto as crianças assistiam desenho animado o nosso povo foi tomando conta do lugar - e da sinuca, claro. Foi bem, bem legal!



Voltei no dia seguinte renovada!

Mais fotos do dia 16. Mais fotos do dia 17.


GRACIAS DONDE MIRAAAS!!!!!!!!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Estou brava.

Estou tão brava com você. E estou brava comigo.

Aliás, estou brava com tanta gente. Mas também estou brava comigo.

Enquanto sou culpada por querer fazer demais, me culpo por fazer de menos. O que faço? Não sei.

Quero fazer mil coisas, tenho mil sonhos, mas... mas... mal sei por onde começar, e só tenho você ao meu lado – e olhe lá!

Às vezes me sinto tão ingrata.

Por vezes me apercebo de tudo que tenho e fico impressionada, por outras, será que tenho mesmo?

Tenho tão pouco, mas quero tanto que o pouco já é muito... mas por vezes, o muito me escapa.

O que quero tanto? Que tudo melhore pra todos. Só isso.

Hoje estou triste, mas é uma tristeza seca, que sabe que tem que aceitar e pronto.

E estou tão brava!

Sabe, sei que pode parecer besta, mas gosto tanto dessas pessoas todas.

Gosto inclusive de quem acham que não gosto.

Aprendi que "ninguém é apenas monstro, nem dentro nem fora dos carros." Entende?

Se chorei quando prenderam o cara que me assaltou? Chorei mesmo, e podem tirar sarro a vontade.

Hoje tenho a impressão de que nunca mais vou chorar, mesmo sabendo o que acontecerá, mesmo sabendo que não é verdade.

Estou brava porque tentei dizer e ninguém quis escutar. Por que tentei fazer e poucos vieram ajudar.

Estou brava porque as pessoas têm medo de olhar nos olhos, tem medo de se apaixonar, de querer sonhar, de querer voar!

Estou brava porque as pessoas têm medo de amar, porque se prendem no lugar de se libertar.

Queria ficar calada até conseguir ficar em silêncio.

Queria ficar quieta no meu canto, até ser capaz de me conformar com o que nunca aceitarei.

Queria ficar quieta mesmo tendo tanto pra dizer, contar e explicar...

Queria ficar quieta, porque afinal, tudo já foi dito.

Queria ficar aqui, até o meu prédio cair.

E mesmo que meu corpo ficasse, meu sonhos iam sair.

Será que te encontrariam?

Sei que pareço louca, mas um dia... você vai entender. Acredite.

Queria que soubesse que amo essas pessoas tolas. E que mais tola sou eu.

Queria que soubesse que te amei muito, inclusive quando não mereceu, inclusive porque, amar não tem nada que ver com merecer.

O amor pra ser amor, de verdade, só pode ser incondicional.

Mas eu estava brava com você. Porque era mesmo?

Tenho a nítida impressão de que minha falta de memória te beneficia bastante.

Ainda estou brava, mas como sempre, nem de longe tanto quanto estava.

Só queria que soubesse, que amanhã talvez a gente não se veja nunca mais.

Só queria que soubesse, que de uma forma ou de outra, sempre vamos nos ver.

Só queria que soubesse que sentir, tocar, abraçar, talvez não... e não há nada tão bom!

Mas vou estar de olho... veja lá o que vai fazer, heim!

Não, não precisa temer. Se não agradar, no máximo vou ficar muito triste, brava, decepcionada...

Mas o amor é incondicional, lembra?

E outra: mesmo desconfiando que talvez não devesse, confio em você. Muito.

E sei que terá mais sorte nesse jogo e que assim continuaremos.


 

:)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mais um pedacinho da Caminhada



O que mais me impressionou em Vicente de Carvalho, além das montanhas de Conteiners e a falta de semelhança com o Guarujá, foram as bicicletas. Quantas bicicletas!!! :)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Metas pessoais para 2010

Quais são suas metas para 2010? Você acha besteira esse negócio de fazer promessa? Já fez muitas que não conseguiu cumprir? Mas isso não deve ser razão para desistir, afinal, quem já não fez isso?

Vida sem meta é como tinta sem cor! E não há época melhor para se organizar e planejar como o começo do ano.

Bom, mas para ter sucesso nesse processo, não adianta querermos mudar tudo de uma hora pra outra, precisamos escolher o que seja exeqüível e saber que chegar nos 100% não é fácil.

O que percebo é que muitas vezes se dá mais importância às metas profissionais e materiais, como ganhar mais ou trocar de carro, do que às pessoais. As pessoas esquecem com freqüência de que se elas próprias não estiverem bem, dificilmente terão sucesso em outras áreas. E outra: precisamos urgentemente mudar alguns preceitos de nossa cultura ocidental para que o Ter nunca seja considerado mais importante que o Ser.

Então, para que não cheguemos ao fim de nossas vidas sem condições de aproveitá-la por falta de saúde e com arrependimento de não ter aproveitado antes, tomemos algumas atitudes já!

Escolha ao menos um item para cada uma das áreas abaixo, se quiser dicas de como ou entender o porquê da importância, leia o texto que acompanha e não só os tópicos, oras! ;)

  • Saúde – atividade física: deixe a preguiça de lado porque fazer um pouco de exercício certamente te deixará com muito mais ânimo, pois se trata de uma necessidade do corpo. Verifique que oficinas o Tendal oferecerá este ano e negocie uma flexibilização de horário com a equipe e chefia se for necessário. O Marçal continua dando o Liang Gong que é uma atividade simples, rápida, gostosa e eficiente, verifique a data e horário mais adequados e participe! Se preferir, procure um local próximo a sua casa, dá pra fazer academia, dança de salão, caminhada... chame amigos, assim um incentiva o outro e a atividade também vira lazer!

  • Saúde – alimentação: o que comemos é muito mais importante do que imaginamos! Não significa que não possamos comer coisas gostosas, só precisamos ter mais atenção para que nossas refeições sejam mais balanceadas e para que aproveitemos melhor as variadas possibilidades que nossa agricultura nos permite ter. Procurar comer menos carne e mais verduras, saladas e frutas, faz bem a sua saúde e ao meio ambiente (a carne vermelha em excesso pode fazer muito mal, pois vai entupindo os vasos sanguíneos e tem um custo ambiental - com relação ao consumo de água e geração de gás metano na atmosfera – muito alto; a produção de um frango não dura mais que um mês, e eles além de terem que comer dia e noite sem parar – o que deve gerar um estresse imenso – também consomem uma quantidade de hormônio que não deve fazer nada bem). Sei que parar de comer carne não é nada fácil, então, que tal comermos um dia sim, um dia não? A porção também tem sido cada dia maior, dá pra cortar na metade numa boa! Consumir produtos orgânicos também é fundamental para quem se preocupa com a saúde, pois além de serem mais ricos por se desenvolverem em seu tempo normal, não são banhados de agrotóxicos (veneno) como os outros, e consumir veneno, convenhamos que não pode ser bom! No parque da Água Branca há uma feira de produtos orgânicos todos os sábados e terças pela manhã, mas também há esquemas de entrega de cestas que podemos combinar de pedir juntos, que tal? Para finalizar, evitem ao máximo produtos descartáveis e artificiais, pois não sabemos quais são as conseqüências desse consumo, mas ao que tudo indica, não são nada boas. Há doenças que ainda não tem explicação, assim como não há explicação para a falta de cuidado que temos com nossa saúde, o que vamos esperar? Precisamos nos cuidar mais, afinal, também somos o que comemos!

  • Saúde – meio ambiente: os cuidados com o meio ambiente também são uma questão de saúde, isso não é nítido? Paremos um instante para refletir: como podemos ter saúde respirando tanta poluição, com tantos desastres ambientais, enchentes, tanto lixo e tanto desperdício que só consome a natureza, de quem dependemos totalmente? É urgente que nos esforcemos ao máximo para com uma grande mudança de hábitos. É preciso não desperdiçar água, não deixar luzes e aparelhos ligados sem necessidade, diminuir o consumo em geral e em especial dos descartáveis, evitar a utilização desnecessária de carros particulares e que esses sejam movidos a gás ou etanol, não misturar o lixo e encaminhar os recicláveis corretamente, consumir orgânicos e produtos artesanais ou eco-eficiêntes, não desperdiçar materiais, utilizar papel reciclado, parar de fumar, plantar mais! Que mais? Já há várias opções e nenhuma é complicada, todas dependem apenas de nossa predisposição e atenção. Quantas você acredita que pode assumir? Escolha algumas para assumir gradualmente (mais uma a cada mês) se preferir.

  • Lazer – diversão: o que você tem feito para se divertir? Nosso lazer está ligado ao prazer, e o nosso predileto pode ser simplesmente estar com família e amigos, mas sempre que puder, faça algo diferente! Afinal, vivemos em uma cidade que tem muita oferta de muita coisa boa na área cultural principalmente. Segundo Sartre, "a arte tem a função de aliviar a dor". É isso. Mas tem mais: por meio dela todo mundo pode se divertir, aprender, refletir, descontrair, rir, chorar... ela nos amplia os horizontes e nos amplia internamente. Por isso é tão importante. O Tendal da Lapa tem programação sempre gratuita. O teatro Cacilda Becker tem programação a preços acessíveis. E sempre tem muitas outras coisas acontecendo por toda a cidade. É só dar uma olhada em um guia cultural e escolher. Tem cinema, teatro, dança, sarau de poesia, exposições... escolha pelo menos um dia pode ser por semana, mas se não der, que seja por mês. Mas não deixe de viajar, de uma forma ou de outra. :) Sair pra beber? Sim, por que não? Também é diversão, desde que sem exageros, heim! Nada em excesso pode ser bom. Variar entre uma coisa e outra é o melhor, pois prazer e equilíbrio não estão tão longe quanto por vezes se imagina.

  • Lazer – tempo próprio: às vezes precisamos parar um pouco para descansar e refletir. Escolha um lugar que goste e se sinta bem, de preferência um lugar em que possa respirar e ver o céu. Faça dele o seu lugar (ou céu-lugar), e sempre que preciso ou possível, vá lá se reconectar, pois por vezes a vida é tão corrida que mal temos tempo para parar um pouco e pensar, para avaliar se há algo que precisa mudar ou mesmo para se dar conta de como há coisas e pessoas boas em nossa vida que muitas vezes nem temos tempo de reconhecer. Se não for ateu, faça uma oração, se for, simplesmente admire a beleza do simples. O silêncio é uma prece.

  • Crescimento pessoal – conhecimento: o mundo tem tanta coisa e há tantas coisas novas, por isso, devemos estar sempre aprendendo algo. Não deixe o seu cérebro atrofiar (acho que era minha mãe que dizia isso), escolha um curso, retome seus estudos de onde parou, fique atendo a cursos e palestras divulgados pelo RH, aprenda uma língua, reveja ou aperfeiçoe seus conhecimentos. Divida o que têm também! Podemos montar grupos de compartilhamento de saber e conseguir voluntários para aulas de línguas. É só você querer!

  • Crescimento pessoal – participação:
    nunca li Sartre, mas sei outra frase dele: "o inferno são os outros", o drama dos homens é não suportar viver nem sozinhos, nem em coletividade. O jeito é aprender então, não? Para vivermos em sociedade há muitas questões que envolvem o todo e para que possamos viver melhor em sociedade é fundamental que as pessoas lembrem que precisam fazer mais do que cuidar de sua própria vida. Assim, procurarmos participar mais de Comissões, Conselhos e até das reuniões de condomínio, assim como procurar fazer algum trabalho voluntário, compartilhar os conhecimentos, acompanhar alguma ONG ou mesmo colaborar na fiscalização do cumprimento das obrigações tanto da Administração Pública quanto dos políticos, são formas de crescer pessoalmente e fazer sua parte para um mundo melhor. Escolha o que mais te interessar, mas não deixe de participar!

É isso. São sete coisas que certamente vão mudar sua vida! Não deixe nenhuma de lado e desfrute da vida ao máximo, incluindo os momentos de obrigações que podem ser melhores ou piores dependendo da forma como os encaramos e da relação que temos com os envolvidos no mesmo processo, por isso, conversar e sorrir também são duas atitudes simples e fundamentais que podem fazer toda a diferença na vida de uma pessoa! Bom proveito! E bom ano a todos nós!

Que sejamos fortes no bem, cumpramos nossas metas e que não nos falte disposição, força, sorte, arte e muita alegria!!! :D


 

Referências: Aulas e produção escrita de Ralf Rickli e Rafael Araújo.

PS: Escrevi o texto para enviar aos servidores da Subprefeitura, mas vale pra todo mundo, então resolvi colocar aqui também!

Finalmente: mi cumpleaños

Nada como começar o ano pagando as dívidas! E escrever sobre os meu aniversário e outras coisas boas talvez me anime um pouquinho...

Bom, no dia 26/12 (da década passada) a Caminhada Cultura pela América Latina – Expedición Donde Miras, saiu rumo a Santos, como quem viu o vídeo do post abaixo pôde perceber. Eu bati o pé para voltar de São Carlos (onde passei o Natal me obrigando a não fazer nada) no mesmo dia, mas quando cheguei em Sampa resolvi que podia ir no dia seguinte para poder ficar um pouco com minha gata que tinha passado fome (coitada) e com minha família na zona sul...

Meu pai ficou bravo de eu chegar às 11h da noite dizendo que queria comemorar meu aniversário, alegando que os que estavam em casa estavam dormindo... mas logo começou a arrumar a mesa e foi chegando um, acordando outro e quando vimos, que delícia que estava!

No dia seguinte fomos para Santos, assim que chegamos fomos pegar as crianças na praia, depois, foi o tempo de comer uma pratada de macarrão com feijão, arroz, salada... (hummmm) e começar o debate sobre o pré-sal. Quando chegamos o pessoal estava terminando de assistir o documentário "O petróleo é nosso" e o debate foi muito legal!

Pretendiamos fazer um Sarau em uma praça próxima, mas como estava chovendo, acabamos ficando no ginásio mesmo e um pessoal de Santos levou outro documentário muito legal. Como chamava? "Amor, ordem e progresso"? Não tenho certeza. Mas abordava o Brasil a partir do olhar dos estrangeiros que vivem aqui há muitos anos! Achei muito legal e foi muito bem produzido. Depois dele rolou outro debate que entrou em questões de racismo, nacionalismo e até machismo! Não acabava mais!

A Potyra, a minha pequena flor, já nem tão pequena, por quem fiz questão de ir comprar um bolo (apesar de que o que a Suzi improvisou estava muito mais gostoso), acabou capotando antes de cortarmos. Mas ainda assim foi gostoso! Com muita dificuldade consegui interromper o debate e montei uma vela de latinhas de cerveja (para que nunca falte!)! :D

Foi isso! Claro que poderia aprofundar um pouquinho nos debates, mas depois de tanto tempo... bom, sobre o pré-sal acho que tem algo no blog da expedición, coloco o link aqui!

Ah! Vou trabalhar em casa no final de semana pra poder tirar mais uns dois dias pra voltar pra caminhada, claro! :D

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quero voltar pra caminhada!!!

Pra dar uma quebrada...




Aliás, ainda não contei como foi lá, né?
Tomara que uma hora consiga... se as outras coisas derem uma trégua...
Mas posso adiantar estava maravilhoso!!!

:)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Que chorosidade! Ou: Nada como tomar um susto de verdade!

Escrever é mais que dividir para mim: é tirar de dentro pra analisar e, especialmente quando é algo que incomoda, é um alivio que dá!

Depois que publiquei o último post parece que fiquei melhor, tirei aquela agulhinha do meu peito... Queria sair antes de escurecer da Sub e um pouco antes de desligar tudo, uma pessoa de Macapá com quem falo pouco me perguntou se eu estava bem pelo Google Talk. Normalmente respondemos "sim e você?", mas respondi: "sim. pq?", em seguida pensei comigo que mal educada eu, enquanto procurava concertar e perguntar dela a resposta que me chegou foi: "porque sonhei que estavas com câncer".

Agradeci por ter me contado e prometi procurar um médico, coisa que sei que preciso, mas que vivo adiando. Não entendo bem porque é que uma pessoa faz com que outra, do outro lado do país, tenha uma noite péssima com um sonho doido desses, sem a menor intenção!

Vim pensando nisso, já faz uns meses que ando pensando em, ao menos, me alimentar melhor, por conta de algumas desconfianças, talvez infundadas. Mas a verdade é que a notícia, quer dizer, comentário, aviso, premonição, pesou. Pode ser que não seja nada disso, ela tem uma ligação muito mais forte com Caio que comigo e pode ser que seja só um sinal de como está nossa relação, ou do que sou pra ele hoje?

Vim pra casa me perguntando quantos meses terei que esperar pra passar no clínico geral do Hospital do Servidor Público Municipal, quantas mil vezes terei que ligar até ser atendida? Será que é mais rápido passar no posto de saúde? Que preguiça de encarar isso! Se pudesse pagava alguém pra fazer isso pra mim!

Aproveitei que o mercado estava aberto para entrar pra comprar leite, mas precisava mais coisas, mas não queria comprar nada! Quero tanto passar a me alimentar com produtos orgânicos, mas para isso teria que, no mínimo, me disciplinar a acordar cedo aos sábados e ir até o Parque da Água Branca, apesar de que existem esquemas de entregas de cestas... mas sempre deixo essas coisas estragarem e me sinto péssima com isso, por isso já não compro. Na verdade não gosto nem de cozinhar, nem de ter que escolher o que vou comprar. Às vezes sinto tanta falta de alguém que cuide de mim... ou que ao menos me motive, me acompanhe, faça com que de alguma forma o que parece chato se torne agradável. Sei que não é difícil... se eu não fosse tão difícil talvez.

Sinto tanta falta do Caio, mas há muito não somos mais os mesmos... não só moramos em cidades diferentes, mas nos distanciamos cada vez mais, mal temos tempo de trocar e-mails, apesar de que, talvez seja apenas uma defesa natural do corpo, não alimentar algo com que não se pode contar. Parece que sempre que preciso dele nos desencontramos, e quando nos encontramos, parecemos desencontrados. Mas nos queremos tanto, nos acostumamos tanto um com o outro, que mesmo sabendo que não pode mais ser, não conseguimos aceitar, é difícil demais se desprender.

No mercado eu não queria ver nada. Minha mãe interior me pedia pra não chorar e eu respondia que não estava chorando. "Está sim", é... internamente estava sim, e enquanto ela procurava me acalmar para poder minimamente escolher algo para que eu me alimentasse cantando "não há de ser nada...", tudo o que eu queria era chegar em casa logo pra me enfiar embaixo do travesseiro e chorar.

Comi e resolvi escrever pra ver se essa vontade de chorar me deixa em paz! Mas acho que não vai ter jeito, vou ter que chorar um cadinho... Mas fiquei aqui pensando: nada como tomar um susto para a gente perceber que precisa se cuidar mais e aproveitar mais a vida. Quer dizer, na verdade, perceber não é tão difícil, tomar atitudes a respeito é o que é, mas é o que há! Será que consigo? Vamos ver no que dá!

:)

O crime não compensa?

Alguns detalhes do post abaixo que me inspiraram dividir mais essa, que me chamaram a atenção e merecem reflexão:

A agressão exterior, interior e burocrática; o aparente e talvez real despreparo; a burocracia; a ética do crime.

É louco perceber a energia que rola durante o assalto: primeiro a da intenção de assaltar que não precisa de palavras; segundo a do corpo que se vê em perigo e, de baixo pra cima, quase que arrepia os pelos, a sensação na verdade é de como se se arrepiassem as veias sanguíneas (como quando o gato se arrepia mas se prepara para se defender ou atacar se preciso for); terceiro o clima que se estabelece de combate.

Foi tudo muito rápido, saí daquela situação meio atordoada. Não sabia se tremia, se chorava, ou se ligava. Já estava tudo bem, tomei um susto, mas já estava resolvido, no entanto, apesar de ter cido forte na hora, depois me senti com as estruturas um tanto quanto abaladas.

O Arthur me ligava e desligava, sem saber que o telefone estava comigo, procurando quem pudesse ter roubado, quando consegui atender antes que desligasse eu já estava na casa dele com o Vitor (filho dele) e ele já tinha achado o assaltante que o próprio parceiro ainda bravo delatou, confirmou a descrição comigo e logo estava lá com a polícia para irmos a delegacia.

Essa hora a agressão foi interna, não queria ir de maneira nenhuma, mas fui. Fui ficando tensa, o corpo parece que foi enrijecendo, estava completamente contrariada. Sabia que tinha que fazer, mas ao mesmo tempo, lembrava o tempo todo do cara me pedindo desculpas e pedindo pra eu não cagüetá-lo. O Arthur procurava me acalmar fazendo piadas, brincadeiras e até funcionou. Consegui relaxar um pouco, mas fiquei muito tensa de novo quando tive que fazer o reconhecimento.

Outra coisa que colaborou para que eu fosse ficando cada vez mais mal foram as horas de espera com muita fome e naquele clima de ficar ouvindo gritos, confirmação de crimes, histórias de outros, aliás, cada história!

Um rapaz vitima do "boa noite Cinderela" que acordou no Guarujá, a amiga e outro rapaz foram registrar a queixa na esperança de que o banco ressarcisse algo, segundo ela, ele não tinha condições de ir, mas sem a vitima, claro, não puderam registrar a queixa. * Dois homens, até jovens, queriam fazer uma queixa com relação a um adultério, o delegado explicou que não é mais caso de polícia, cabe apenas levar a justiça. Essa eu gostei! * Uma senhora desesperada porque o filho de 33 anos é dependente químico e bipolar, a policial explicava que ela teria que interná-lo e ela reclamava que os médicos não queriam, que alegavam que não havia vaga. Ela resolveu registrar queixa contra ele, não sei se de agressão ou o quê. * Outro caso de roubo de celular...

Um PM pediu meus dados para o preenchimento de um formulário que tive a impressão de que o fazia com certa dificuldade ou insegurança, talvez só impressão. Na hora de responder a profissão, não sabia se respondia socióloga ou funcionária pública, acabei deixando o segundo que é o que faço, né? Ele pediu para que eu contasse o que havia ocorrido e resumiu abrindo aspas "Estava indo a casa de um amigo quando chegou dois indivíduos e roubaram meu celular." Pediu para que eu assinasse e me recusei, pois eles tinham devolvido, ele alegou que não fazia diferença e continuei me recusando, e assim ditei o que faltava: "no entanto, um dos indivíduos fez com que o outro devolvesse o aparelho".

Ah! Houve um momento em que achei que tinham pegado o cara errado, porque falei que era negro e o policial falou que era morerno, eu disse: "então não é ele". O Arthur disse que não, que era sim. Ele era negro, "negrito, negrito" como diria minha mãe. Qual o problema em dizer negro, heim? Se disserem moreno, vou imaginar uma pessoa morena e não negra, oras!

Depois de horas, questionei que estivessem fazendo todo o procedimento sem antes eu ter reconhecido o suspeito, afinal de contas, e se não fosse ele? Claro que neste caso era muito improvável que não fosse, mas e nos outros? Na verdade, queria questionar a lógica do procedimento, mas a escrivã levou a questão até o delegado, rolou o maior furdunso e até achei que ele fosse ficar bravo comigo, mas se esforçou para ser educado e me encaminhou a sala de reconhecimento. Na hora gelei: e se não fosse ele? Mas ele fez cara de coitado e não tive dúvidas, ainda assim saí da sala pensando... e se não fosse ele?

Finalmente, lá pelas tantas me chamaram para dar o depoimento. Tive que assinar não sei quantas vias dele, ainda bem que era só uma folha, mas também tive que assinar o recebimento da "apreensão" que foram mais não sei quantas vias de não sei quantas folhas. Claro que questionei ter que assinar o recebimento se eu tinha recebido o celular de volta da mão do ladrão, mas era mais uma formalidade burocrática e não insisti muito, até porque já estava tremendo, me sentia mal e até sem expressão. Achei por bem pedir desculpas pela falta de humor (sem ter que dizer que era isso, já que era nítido) alegando a dor de cabeça de fome como razão. No final, quando finalmente pude assinar a versão final lembrei de contar: foram treze vias de quatro páginas cada. - É um crime contra a natureza e contra o erário!

Já fui assaltada muitas vezes e nunca me levaram nada. Algumas vezes me devolveram e até pediram desculpas como ontem. Na primeira vez não consegui entender o porquê, até perguntei, mas o rapaz disse que tinha se apaixonado por mim, o que não convenceu.

Ontem eu finalmente entendi: quando o assaltante disse para o outro devolver porque era velho, não foi porque "não gostou do celular" como colocou o delegado na minha declaração e no B.O., ele foi atrás do cara por uma questão ética. Porque não se rouba pobre.

Claro que um celular velho não tem mais valor, e assim o crime não compensa, mas não é só isso. Se fosse, eu não teria o meu celular de volta, já que compensava mais ele fugir do que me devolver algo com que eu podia denunciá-lo. Eu nem tinha a intenção, já que a princípio sequer havia crime. Mas o fato dele pedir me fez pensar...

Ajudei a colocar mais um preto na cadeia, por um crime que nem cometeu. Não me sinto nada bem com isso e definitivamente, se o fiz, não foi por mim, foi pelos meus. Pelos filhos do Arthur, pelos funcionários da Sub, pelas pessoas que moram e passam por ali... me senti mal sim, fiquei pensando em escrever pra ele e pedir desculpas, parece loucura, eu sei, mas senti que não fui ética. No entanto passei por cima de tudo isso, porque temos que ser fortes no bem, e quem disse que é fácil? Não, não é nada fácil. Aliás, é muito mais difícil, pois não querer o mal a ninguém e ter que punir são atos contraditórios, no entanto, necessários.

Mas vamos que vamos, que o ano tá só começando!

Uma aventura no espaço

Ontem, apesar de não querer, tive que voltar da caminhada. Ao voltar do trabalho pra casa, pensando na quantidade de coisas a fazer (o que não me animava nada), resolvi desviar o caminho e dar uma passadinha na casa do Arthur (que trabalha comigo e mora ali perto da Sub). Conversava com ele no celular da Sub (que de funcional para funcional não tem custo) e ao virar a esquina dois homens se aproximaram me fechando. Eu já sabia o que era, não precisavam nem dizer! Um deles segurou meu braço e arrancou o celular. Eu? Fiquei brava e gritei: "o que é isso?"... "me solta!"... "devolve!". Um deles viu que o celular era velho e falou pra o outro devolver. O cara não quis nem saber e saiu correndo. O outro olhou nos meu olhos e disse "ele vai devolver". Foi atrás do que tinha levado e realmente, o cara voltou, devolveu, pediu desculpas e pediu pra não cagüentar. O pedido me fez pensar em talvez chamar a GCM, não sabia o que fazer e fui pra casa do Arthur que, ouvindo os gritos pelo celular saiu correndo em direção à Sub, uma esquina pra baixo de onde eu estava, mas justo na direção que eles foram. Assim acabou cruzando os caras, e, por coincidência passava uma viatura da PM, que acabou prendendo um negro de 46 anos, que foi o que arrancou o telefone da minha mão.

Não queria, mas acabei indo pra delegacia registrar o "flagrante" e lá fiquei das 20h30 até as 00h30! :-S
Fiquei muito mal de ter que reconhecer o cara - e acho que também de fome! A todo momento tenho que me lembrar que a Soninha, outros funcionários e até os filhos do Arthur já foram assaltados por ali; não podia simplesmente não fazer nada.

Queria contar alguns detalhes, mas meu olhos já estão fechando, não dá!