sábado, 30 de julho de 2011

O silêncio, as estrelas e todos os caminhos...

Pra que escrever se o Lenine já canta? - e tão linda e perfeitamente!
Sobre o Silêncio das Estrellas...


Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, feito estrelas que brilham em paz, em paz...


E sobre Todos os Caminhos...



Eu já me perguntei
Se o tempo poderá
Realizar meus sonhos e desejos
Será que eu já não sei
Por onde procurar
Ou todos os caminhos dão no mesmo
E o certo é que eu não sei o que virá
Só posso te pedir que nunca
Se leve tão a sério, nunca
Se deixe levar, que a vida
É parte do mistério
É tanta coisa pra se desvendar

Por tudo que eu andei
E o tanto que faltar
Não dá pra se prever nem o futuro
O escuro que se vê
Quem sabe pode iluminar
Os corações perdidos sobre o muro
E o certo que eu não sei o que virá
Só posso te pedir que nunca
Se leve tão a sério, nunca
Se deixe levar que a vida
A nossa vida passa
E não há tempo pra desperdiçar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A verdade é que eu menti!

Mas, mas… definitivamente, não foi por mal. Foi uma ilusão a qual me apeguei imediatamente, porque queria que fosse verdade, pois em um momento bom, ideal e atípico, pensei que finalmente estivesse me acostumando e que fosse mesmo possível o que queria.

E eu só queria que fosse possível trabalhar e ter tempo e disposição para também estudar, sem deixar de me cuidar minimamente. Não deveria ser tão difícil assim, não é mesmo?

Só que a verdade é que há coisas com as quais a gente não pode se permitir acostumar. E o meu trabalho na UBS está bem aí.

Gosto muito das pessoas de lá e até gosto do meu trabalho, é simples e necessário, e eu sempre gostei de trabalhar com o público – porque sempre gostei de atender bem e receber esse retorno.

Os únicos problemas são que:

1. Não há ergonomia. O local foi mal projetado de forma que, pelo menos para a minha estatura, é quase impossível trabalhar e não sair com dor devido o balcão ser alto e a cadeira pouco regulável. O local do atendimento preferencial é apertado, mas menos desconfortável, o funcionário fica mais baixo e mas também escondido, de forma que o idoso ou deficiente tem que ficar de pé para ser atendido. (?)

2. Não há funcionários suficientes, de forma que durante a maior parte do tempo há um monte de gente sentada por duas a três horas olhando e acompanhando cada movimento nosso. Apesar de nem sempre reclamarem, sempre há algum tipo de atrito, causados ou pela demora, ou por não aceitarem as regras impostas pelo sistema, ou ainda, por desaprovarem o atendimento que para ser mais rápido, alguns optam por fazê-lo mais seco e direto.

3. São muitas horas para se trabalhar com o público, pois mesmo com o trabalho sendo mecânico e simples (marco consultas e faço carteirinhas), é estafante tanto pela pressão, quanto pela necessidade de ser ter muita, mas muita paciência (uns têm problema de audição, outros de compreensão, outros dão uma de loucos só porque passam na psiquiatria – ou realmente são, e muitos ficam indignados com tantas demoras: de atendimento, consultas e resultado de exames. Deveriam ser 4 no máximo 6 horas.

4. Faltam alguns materiais adequados básicos. Por exemplo: temos leitora de cartões, o que agilizaria o atendimento se não houvesse problema na impressão dos mesmo, mas das três impressoras que temos, uma solta a tinta, a outra imprime torto, e a outra, só funciona quando quer. Outro dia discuti com um paciente que reclamou que não havia um grampinho, na verdade havia, mas não cabia no grampeador que eu tinha levado de casa. Esta semana felizmente tivemos uma alegria dupla: “ganhamos” um grampeador e um quadro de avisos!

5. Falta salário, pois um base de R$ 646 é simplesmente indigno. Mesmo somando a gratificação-cala-boca que nos deram este ano, não chega a R$ 1000. Somando Alimentação, Refeição e Transporte e tirando os descontos vou receber por volta disso, mas me digam: quem vive com um salário desses em São Paulo hoje em dia? Eu respondo: muita gente, mas não em condições dignas. E o que mais me desespera nesse trabalho é perceber que não me sobra disposição para procurar outro, mesmo que só de complemento. Não dá, e vida sem vida, a gente não pode aceitar, nem se submeter.

6. Para finalizar, a insalubridade, decorrente de todos os itens citados acima se somando também o fato de as pessoas que procuram a UBS em sua maioria estarem doente, é certa: todos os dias saio de lá sentindo algo, dor nas costas, dor de cabeça, estomago doendo ou enjoado... só de remédio para os dois primeiros já gastei R$ 17,00. Mas isso pelo menos a Secretaria de Saúde reconhece e passarei a receber o Auxilio Insalubridade, e assim, terei somados aos meus proventos mais R$ 11,00 mensais (sim, onze reais!!!).

Pois é, e mesmo eu explicando tudo isso, ainda não me conformo. Mas fato é que esse trabalho me suga. Prova disso é que quando estou voltando para casa, às três da tarde, as pessoas que sequer me conhecem, me desejam bom descanso! E quando chego nem disposição pra ficar na internet tenho. Não quero nada que exija mesmo que um mínimo de mim, só quero descansar. Por isso parei de escrever no blog e quase não respondo mais comentários, não entro no twitter, não sei muito mais do mundo que não esse pequenino que vivo cotidianamente, e olhe lá!

Mesmo com tudo isso, no entanto, agradeço por ter ido parar nesse lugar. Não, não por ser um trabalho digno que tenho que agradecer a Deus que tenho, até porque, já deixei claro que não o é. Mas sim porque acredito que com tudo a gente pode aprender, e pra mim, que estava acostumada aos gabinetes, é uma experiência e tanto! Além disso, é bom se sentir de igual pra igual, não ser visto como privilegiado (apesar de eu ser a única que sai 45 min. mais cedo por não fazer horário de almoço). Mas o melhor de tudo mesmo, são as pessoas! Valeu à pena ter sofrido o que sofri por ter encontrado figuras que, de uma forma ou de outra, quero levar comigo pra sempre!

Só que agora que já pude conhecer tudo isso... é hora de me organizar pra seguir viagem, pois se não quiser acabar com a minha saúde, terei que sair dessa Unidade Básica de Saúde logo! Por isso tirei o dia de hoje para começar esse processo, que espero, seja breve.

Mas esteja onde estiver, não perdendo a alegria de viver e a consciência do que sou, o que quero e pra onde vou, de resto, vamos dando um jeito até tudo se ajeitar! Não é mesmo? ;)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Atualizando II e... mais gatos!


Depois de duas semanas escrevendo os trabalhos da faculdade e outras duas tentando me adaptar:

1. ao novo trabalho - que não tem segredo, mas é muito puxado, pois não paro um minuto e a fila não acaba nunca!

2. aos meus novos horários - pois agora acordo às 5h30 (nesse frio!) para poder chegar mais cedo em casa e estudar (o que por enquanto não está rendendo como gostaria pela minha dificuldade de dormir cedo).

...e apesar do resfriado/gripe/tosse que deve acabar na sexta, finalmente começo a retomar o que ficou em suspenso nesse meio tempo: responder e-mails atrasados, organizar casa, contas e papéis, procurar emprego, escrever projetos... o que não falta é coisa por fazer! Mas vamos com calma que aos poucos a coisa se organiza. Não é mesmo? Dessa vez não vou me desesperar! :)

Fora a isso, a novidade são meus gatos, que a cada dia que passa me apaixono mais e agradeço mais a companhia – que adoro!

O meu filhote (que havia ficado desaparecido uma semana) está lindo, doce e grande, tanto que muitas vezes o confundo com a mãe, ainda mais agora que ela perdeu o barrigão, pois ganhou três gatinhos: dois pretinhos e um todo branquinho! São tão pequeninos, mas já são lindos! Só vivem miando e empurrando um ao outro, coisa que não acontecia com o primeiro que era filho único.

Difícil vai ser conseguir doá-los daqui um ou dois meses! Mas ficar com 5 gatos, até gostaria, mas não dá! E dessa vez a fábrica da Cármen fecha em definitivo, pois já consegui um veterinário que fará um preço amigável (o que não havia conseguido antes dela prenhar de novo).

E falando em gatos, há uma outra espécie de gato preto em casa agora!

É o Rafael! Amigo figuríssima que veio em hora mais que perfeita, não só por poder dividir o aluguel, mas também por ser uma pessoa super animada e pra cima, além de ser organizado, bem disposto e gostar de cozinhar! Ah! E também gosta de compartilhar, ouvir, aprender, entender... não podia ser melhor! Estou muito feliz mesmo de poder contar com essa força, amizade e alegria dentro de casa! =)

Só posso agradecer aos deuses essa sensação tão boa que dá saber que encontro e posso conviver com seres tão lindos, tanto no novo trabalho (onde há muitas pessoas que já quero muito bem), quanto na minha casa!