Sabe esses dias que você não quer sair de casa por nada do mundo?
Eram 7h30 da manhã, resolvi parar de tentar escrever o que falta do TCC e me arrumar para ir para a Subprefeitura... ou antes disso, descansar pelo menos meia horinha. Às 8h os despertadores tocaram, mas eu mal tinha condições de ficar de pé. Levantei várias vezes, mas várias vezes não resisti e deitei mais um pouquinho, até que umas 10h consegui levantar, me arrumei ainda em câmera lenta e saí umas 11h de casa. Estava um calor infernal na rua e como queria não ter que sair! Mas tudo bem, tinha coisas para resolver que queria que já estivessem resolvidas ou ao menos em vias de.
Cheguei tão tarde, mas não sei por que, parecia que as pessoas me cumprimentavam como se ainda fosse cedo. Cumprimentei com um sorriso a todos que cruzei... só isso às vezes já faz tanta diferença! O trabalho rendeu, assim que cheguei já comecei a resolver as coisas. Um problema em especial me preocupava: um edital do governo federal para Educação Ambiental no qual os alunos do Jogo da Cidadania que estão desenvolvendo projetos na área de sustentabilidade para a subprefeitura queriam inscrever seus projetos, para o qual não sabia se como subprefeitura poderíamos concorrer e ainda precisávamos ter um cadastro no SICONV (sistema de convênios), sendo que o prazo encerra na segunda-feira, 30 de novembro.
Enquanto procurava descobrir como conseguir o tal cadastro o meu telefone tocou. Era a Leda da Secretaria do Verde, para quem eu havia enviado e-mail com dúvidas referentes ao tal edital. Ela perguntou se o projeto já estava pronto e de qual era o valor. O projeto não estava pronto, mas sabia que poderia ser entre R$ 200 e 300 mil. Ela então disse que não me preocupara, que quando os projetos estivessem prontos podíamos apresentá-los a qualquer tempo, como órgão público, ao FEMA (Fundo Especial para o Meio Ambiente – ou algo assim) – informação preciosa da qual eu não dispunha. Demorei um pouco ainda para entender que meu problema, de certa forma, estava resolvido. Conversamos sobre outras coisas pelas quais ela pode perceber o meu "inescondível" desânimo, ao que respondi que era necessário haver algo que nos mantivesse sempre motivados, esse algo, segundo ela, é "tá junto" e me disse: "estamos juntos". Pode parecer bobo, mas foi tão bom ouvir isso! Passou uma segurança da qual estava me sentindo carente. Ando tão cansada de sonhar sozinha que às vezes me pego quase desistindo...
Logo em seguida entrou uma pessoa que procurava pelo supervisor de cultura, mas que me conhecia. Era a Denise, que fez o curso Gaia Educacion comigo (e mais 99 pessoas), de cara não a conheci, mas a reconheci de alguma outra forma que não pelo aspecto físico. Ela trabalha no Instituto Ambiental e vai apresentar um projeto para o FEMA de Agricultura Urbana para o qual vai indicar o Tendal como local de desenvolvimento. Como o Arthur estava atendendo a outra pessoa, resolvi fazer sala, sem cerimônia ou obrigação alguma, mas pelo prazer de encontrar alguém para sonhar junto. Ficamos um tempão conversando e nos empolgamos com a idéia de fazer um Biodigestor na Lapa, possivelmente no Cingapura Água Branca. Demorei, mas aproveitei para convidá-la para o mutirão que faremos no dia 12/12 (no Cingapura de novo). Ela já tinha outro compromisso para o dia, mas se dispôs a dar um jeito de ir, pelo menos no período da tarde!
A Cleide (presidente do Conseg – Conselho de Segurança – da Lapa) chegou para uma reunião que teríamos às 16h30 sobre o mutirão. Conversamos sobre os grandes desafios e pequenos avanços que tivemos na área. Ela se dispôs a chamar alguns amigos voluntários e a contatar algumas empresas, divulgar, etc. O Rafael também participou da reunião e entre os três dividimos as tarefas que são principalmente contatar voluntários e parceiros para o evento. Também me senti feliz e aliviada de poder contar com a ajuda da Cleide!
Mal deu tempo de comer algo (eu não tinha almoçado) e dentro de um pouco a Maíra chegou, praticamente junto com o carro que nos levaria ao Cingapura Água Branca para uma reunião com a Comunidade às 19h. A reunião acabou sendo apenas com os dois líderes da comunidade e mais uma pessoa que ficou sabendo e se interessou em participar. O bom de ter pouca gente é que termina rápido. Às 20h já tínhamos nos atualizado com relação a programações, intenções e necessidades.
Mas haveria uma segunda reunião com um pessoal que desenvolveu um projeto super legal para um espaço que era uma favela que foi desocupada no começo do ano ali perto, que se interessaram em apoiar a festa de natal que farão no dia 13/12. Achei por bem esperarmos e pedirmos apoio para o mutirão também, e foi ótimo! Eles quiseram entender tudo para poder passar adiante e assim quem sabe multiplicar o apoio, também se dispuseram a auxiliar com uma parte muito importante: o plantio. Como o projeto deles, ou do Jean Paul Gaden, é de certa forma paisagístico, já que faz desenhos geométricos utilizando as cores de diferentes plantas, se encaixaram perfeitamente no que estávamos precisando. Fiquei satisfeitíssima de encontrar mais loucos para sonhar junto! Não precisava nem dizer, né?
Deixei no Rio Pequeno a Maíra (minha amiga que não conseguimos contratar, mas que se apaixonou pelo trabalho na Lapa e não resiste em eventualmente, especialmente com os mutirões, trabalhar voluntariamente) e voltei para casa deitada no banco de trás tentando dormir, pensando em tudo o que tinha ocorrido no dia que queria e precisava contar para a Soninha ou ao menos publicar no blog. Pegamos um super trânsito e cheguei de volta em casa às 23h, comecei a trabalhar no TCC de novo, mas resolvi fazer uma pausa para contar, antes que eu me esqueça, como é bom quando o universo conspira a nosso favor!!! Como é bom, e como é mágico!!! :)
Meus agradecimentos a esse universo!
E a todos que me acompanham e acompanharão no sonhar junto para concretizar! ;)