terça-feira, 21 de abril de 2009

Fragmento de uma novela pessoal (banal, mas...)


Estou solteira. Ao mesmo tempo que é muito bom, é tão estranho...
Voltei a conversar comigo, a estar bem sem precisar de outra pessoa. É incrível a diferença que faz saber que vc só pode contar com vc mesma em comparação a saber que a pessoa com quem vc gostaria de poder contar não está, de novo. É tão besta porque aparentemente a situação é a mesma, mas não é. Hoje sei que tenho que fazer um papel que antes não cabia a mim por outra pessoa ter assumido. Parece loucura??
Acho que a minha maior revolta foi ter custado tanto a me acostumar a estar sempre com alguém, e quando por fim... ter que me readaptar a não ter com quem desabafar, a não ter com quem dividir as tarefas chatas de casa, a não ter o peito daquela pessoa que às vezes vc quer matar, mas que te acalma, te dá uma sensação mínima de proteção quando vc sente que o mundo quer te trucidar. Mas a gente se acostuma, sempre. Hoje está mesmo sendo muito bom estar comigo, e isso significa que está tudo lindo? Claro que não! Porque parece que a gente (eu e eu, e talvez vc) não abre mão de sofrer... ao menos um pouquinho. De repente a gente começa a lembrar de um monte de coisas boas, que ao menos por hora, deveria procurar esquecer, e claro, a inevitável pergunta vem à mente: "Mas por que não deu certo?"
Sabemos o porquê, mas não resistimos voltar até o instante em que nossa mente tem o registro de estar tudo lindo e perfeito (o que só pode ser uma falha da memória) e pensar que poderia ter continuado assim... Forever!
Ah, Doce ilusão, vai, segue o mesmo caminho da esperança e me deixa estudar em paz! Vai!
Por um instante pensei que seria tão bom se desse certo com uma pessoa e pronto. Que não tivéssemos que passar por tantas experiências dolorosas... Mas em seguida me dei conta do absurdo: imagine ter deixado de viver tantas coisas boas, tantas intensas experiências e nem tantas, mas consideráveis pessoas maravilhosas! Não, não poderia. O melhor da paixão (e talvez pior) é saber que uma hora ela passa, apesar de não ter nada mais fascinante do que estar apaixonado. É maravilhoso saber que cedo ou tarde a gente se apaixona de novo, mas hoje, só de pensar... chega a me dar gastura!
O triste do amor, e bonito, é que ele fica. O jeito é aprender a conviver com ele(s).

 

PS: Ai, já não lembrava como é bom desabafar com o teclado... e se quiser, dividir com o mundo inteiro!

2 comentários:

F.I.O.N.A. disse...

BANAL ??

BANAL NADA !!

por lo menos ya encendió una pasión en mí: de odio. Odio a quien hace sufrir a mis hijos...aunque sea injusto no odiar a mis hijos cuando ellos hacen sufrir a sus compañeros...

Titi disse...

Ah sin! É a palavrinha que eu estava procurando no meu comentario anterior: DESABAFAR (con o blog)