quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mais uma vez...


Ontem, apesar de ter sido encaminhada para trabalhar em uma unidade que não queria (por não ser tão perto que dê para ir a pé todos os dias como pretendia – fica na Sta. Cecília), apesar de chegar àquela UBS e vendo aquela fila imensa esperando atendimento, ter tido a certeza de que não é na área da saúde que quero trabalhar (porque nunca gostei mesmo), e de ainda por cima, ser o lugar com maior escassez de funcionários que já havia visto até então, gostei das duas únicas pessoas com que conversei lá, e estava feliz que não cabia em mim.

Já hoje... soa muito dramático eu dizer que não sobrou energia para ficar feliz?

Cheguei em casa e até comi, assisti TV, coisas que não costumo fazer... mas não adiantou, não deu pra reestabelecer as energias não. Deveria estar estudando ou descansando, mas antes quero tentar contar resumidamente como foi este dia:


Tínhamos assembléia marcada para às 10h na quadra dos bancários, não encontrei o pessoal da sub que foi nas paralisações anteriores e é estranho ficar em qualquer manifestação só, mas essas horas minha máquina de fotografar e uma caneta, sempre salvam! :)

Os funcionários do Serviço Funerário já estavam em greve e os demais decidimos por prosseguir “o movimento”, fazer uma nova assembléia em frente à Câmara dos Vereadores no dia seguinte quando já teríamos posição da Secretaria de Planejamento (antiga Secretaria de Gestão onde eu trabalhei de 2005 a 2008) para onde fomos negociar com a Coordenadoria de Gestão de Pessoas o reajuste e demais itens da pauta, em reunião que começaria às 14h.


O caminho foi bem bonito, e até parecia ter bastante gente, não sei se porque as ruas eram estreitas e nos deixaram ocupar uma faixa só, sei que ficamos bem compridos... mas fomos direto, sem almoçar, e lá, tomamos um chá de canseira! Eu acabei aproveitando para ver umas pessoas daquele prédio que gosto muito e que há muito não via, e foi muito gostoso rever gente que quero tão bem e que sinto que a recíproca é verdadeira! Mas mesmo assim, depois desse “chocolate”, aquele tormento prosseguia: sem resposta, com cansaço, fome, etc, etc.


Finalmente quando a comissão de negociação desceu, já eram quase 17h, começava a escurecer e, apesar de a presidente ter decido sorrindo, as notícias, assim como da outra vez, não eram boas. A diferença é que desta vez, ameaçaram retirar o que já haviam concordado em conceder (a extensão de uma gratificação às categorias que não receberam), se não parássemos a greve, e se dispuseram a estudar a pauta e dar uma resposta até “meados de agosto”. Era essa a proposta e era o que os dirigentes do sindicato defendiam que optássemos por fazer, sendo que era preciso assinar ainda hoje o documento.


Eu discordava plenamente, achava que o momento era agora, que tínhamos que aproveitar o empurrão que o Serviço Funerário havia dado, mas entendia que realmente não tínhamos condição de “decretar greve”, considerando que a maioria dos servidores ainda não aderiu ao movimento e que não é algo que se consiga do dia para a noite, e como os pessoal do Serviço Funerário, depois de muita discussão, decidiu por parar a greve, concordei que parássemos esses 45 dias para que enquanto isso possamos ir organizando uma mega greve para agosto.


Só quis que um representante nosso fosse junto com a comissão de negociação, e não sei se devia, mas acabei indo eu mesma. O bom de não ter nada a perder é isso: se estivesse com o cargo “não poderia” porque o perderia, como não tenho mais nada, mesmo que em um futuro próximo espere ter, me sinto livre! E não teve jeito, lá estava eu!


Fiquei inconformada com a história do “meados” de agosto. É muito vago, deveria haver uma data certa para que pudéssemos nos organizar para cobrar a resposta, mas em “meados” pode ser entre os 30 dias do mês! Reclamei e insisti, mas não quis forçar já que só tinha ido acompanhar sem ser do sindicato nem nada. Estava com fome. E provavelmente com uma cara muito feia.

No começo fiquei um pouco tensa, mas o clima era de total descontração e até me incomodava um tanto a falta de pressa, pensando que as pessoas estavam lá fora nos aguardando. No final das contas, a presidente do Sindsep assinou, conversei um pouco com a coordenadora – que apesar de estar do lado de lá, também não tem reajuste – e desci. O SBT filmou a leitura do “resultado” de nossa negociação (pífia)... e agora? Seguimos em Estado de Greve, e vamos ver no que vai dar!


Queria contar mais alguns detalhes, mas por hoje... não vai. Só lembrar que levantaram a questão de reajuste X aumento e fiquei aliviada de ouvir alguém procurando esclarecer. Sei que parece absurdo pedir 39% de reajuste, mas é isso mesmo, não estamos pedindo aumento, mas reajuste que compense nossas perdas salariais por conta do que realmente é um ABSURDO: os 0,01% que nos concedem todos os anos e mais nada!

E nessas saí de lá já eram 20h! Parece que ainda ouço os apitos no meu ouvido... e amanhã, literalmente, tem mais!

Um comentário:

FurioN Clan Server Counter Strike Online disse...

Boa Noite Ana. O seu relato bate com o meu até o momento em que o pessoal decidiu fazer outra assembléia em frente a secretaria. Fui embora porque tinha falado pro meu gerente(muito legal)que ía voltar para a unidade e diga-se de passagem é bem longe do centro. Mas enfim, concordo com as suas idéias e pra encurtar você vê o que posto no Face.
Valeu!! Vamos continuar a luta...
Paulo.