sábado, 28 de maio de 2011

Deu vontade de chorar e tudo mais!

Quando ouvi um dos melhores funcionários da Subprefeitura (pessoa honesta, disposta, dedicada) contando que precisou pegar um segundo emprego e trabalhar em telemarketing, que por meses, só via o seu bebê dormindo, me bateu uma revolta tão grande! E há tantas histórias parecidas... Como pudemos deixar a nossa situação salarial chegar ao estado que chegou?

Este mês completo 5 anos de trabalho na Prefeitura de São Paulo, e desde que eu entrei (na verdade, desde muito antes), todos os anos temos um reajuste de 0,01%. Não preciso dizer que todos os anos tudo aumenta aproximadamente 7% a 9% e que este ano está ainda pior, não é? O que temos portanto é uma perda salarial anual.

Preocupa ouvir a copeira - que recebe muito menos que eu - dizer que não adianta nada parar, mas me enche de esperança ouvir o motorista mais humilde e bem disposto do mundo dizer que é falta de bom senso não concederem um reajuste de verdade.

Alivia ver muita gente se mobilizando! Nesta quarta paramos pela manhã e tinha muita gente, mas deveria ter pelo menos o dobro ou o triplo. Só provocaremos o impacto necessário se a maioria parar. E é isso que espero que aconteça no dia 07 de junho, quando faremos a nossa segunda paralisação.

Também fiquei indignada com a aprovação do novo Código Florestal, mas feliz de saber que ao menos 64 parlamentares votaram contra – muitos deixando de seguir a orientação do partido. Depois de muita angustia, pude sentir certo alívio ao ouvir a presidente Dilma dizer que é contrária a anistia dos desmatadores. Ainda há esperanças.

Mas deu vontade de chorar quando vi a foto de um indígena chorando, segundo a legenda, ao saber que a presidente teria autorizado o início das obras da usina de Belo Monte. Pesquisei e fiquei relativamente aliviada de não encontrar confirmação e ver que ainda não foi concedida a liminar – apesar da previsão de expedição para a sexta que acaba de acabar.

Deu um nó no estomago quando vi que haviam proibido a Marcha da Liberdade. Não podia acreditar! Queria estar entendendo errado, mas não estava! Mas o que será que essa gente estudou? Dizem que estão cumprindo a lei sem respeitar a liberdade de expressão e manifestação, sem respeitar a Constituição! E não sabem que proibir só aumenta o "problema"?

No final das contas, provam que o propósito da marcha é real e certamente haverá muito mais gente por isso, pois estou certa de que não deixaremos isso passar em branco! Isso se chama Desobediência Cívica! :)

Podem
me prender, podem me bater / Podem até deixar-me sem comer / Que eu não mudo de opinião!

Apesar de tudo isso, não perco a alegria de viver, nem a vontade de multiplicar as coisas boas! E fico realmente contente de ver as mobilizações acontecendo, e de poder com isso, entrar na briga e lutar pelos nossos direitos também! \o/\o/\o/

Vamos todo mundo... ninguém pode faltar!!!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ilustrando o último post...

O Júlio e a Adriana dançando com uma música que não era tango, mas era muito boa e ao vivo!

O Julio e o Léo dançando!

E a milonga proceguia... linda!


O trânsito da Av. Paulista estava um caos porque os semáforos não funcionavam...


E o corajoso e bondoso palhaço que por ali passava, assumiu a dura missão:

Trabalho cansativo, mas ele foi muito bem! Todo mundo o obedecia! :)



Os meus parceiros de Tango! :)

Com seus respectivos professores...


E o povo todo do Tango na Rua!



A milonga na minha casa...


a gente dançando...


e todo mundo junto e feliz que só depois de tanto dançar! =D


Muito, muito bom! Precisa de mais o que pra ser feliz?
Muito obrigada professores, amigos, parceiros e parceiras!!! :)

Dose tripla – Tango puro!

Nesta sexta, depois de muitas tentativas, finalmente fomos ao Tango Baires - um lugar muito gostoso e agradável, numa noite precedida de uma aula (que infelizmente perdi), e que deu tango a noite inteira! Nem me dei conta de que tinha ficado até tão tarde! Finalmente, começava a tirar o atraso de tanto tempo sem dançar!

No sábado foi a vez do Tango na Rua, que estava muito bonito! Cheio de casais dançando na maior parte do tempo... daquele jeito, assim, na calçada, com as pessoas passando, olhando, parando, querendo aprender... muito legal! :)

Destaque para os músicos que tocavam quando chegamos, ao som dos quais cheguei a dançar um jazz tango, assim como outros também aproveitaram para improvisar em outros ritmos que tocaram, numa mistura tão imprevisível quanto saborosa!

Destaque também o palhaço que assumiu a triste e desesperadora missão de organizar o transito da paulista, pois os semáforos estavam no amarelo intermitente, fazendo com que o fluxo entre Augusta e Paulista virassem um caos no cada um por si!

E no domingo... foi a vez da milonga na minha casa! Sem palavras! Ver minha sala transformada nesse ambiente mágico da música, da dança, do tango com sua sincronicidade, conexão, envolvimento... com tantas pessoas especiais, foi lindo demais! Adorei! =)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

saudade global

às vezes me bate uma leve tristeza... não sei se de uma saudade adiantada do que deixará de ser, ou se de uma saudade infundada de tudo aquilo que poderia ser, mas nunca foi, nem nunca será.

...ou algo será disso tudo?

De qualquer forma, muito já não foi, e muito não poderá ser. E aquele caminho que vimos e imaginamos, apesar de nunca percorrido, também deixa saudades, sabe?

Pode que tudo seja tão diferente! Tenho um norte, mas há tantos caminhos para se chegar lá... e se eu escolher um caminho que irá me desviar? A gente pode fazer outro, mas nunca será o mesmo que era antes de optarmos.

Tantas coisas que já imaginei... sonhei... algumas coisas se apagam, mas outras vagam meio borradas por algum lugar desse espaço mental-sentimental-imaginário que não para de produzir e espalhar mais possibilidades, algumas com suas embutidas saudades...

Minha mãe sempre dizia “hagas lo que hagas, te arrepetirás”, eu acho engraçado, apesar das pessoas em geral ficarem meio chocadas, mas era o ditado que ela usava para que eu me decidisse logo, fosse pelo que fosse. Fizesse o que fizesse me arrependeria não por ter feito a escolha errada, mas porque na nossa imaginação, a outra opção, sempre poderia ter sido melhor, já que não a conhecemos e por tanto “pode ser” ideal como imaginamos.

Estou em um momento muito bom, mas de total transição. Apesar de ter idéias e possibilidades, não sei o que será amanhã. Tenho comigo que será bom, mas sei que o que vivo hoje deixará saudades.

Assim como sei que o que não escolher também deixará essa espécie de saudade – que não sei se faz sentido aos demais – mas que não será por me arrepender por poder ter sido melhor, mas simplesmente porque temos que optar, e por isso sinto vontade de pedir desculpas ao que não será, e dizer que se algo foi, então sempre será!

Que piração! Será que sou a única louca que consegue ter saudades do passado, presente, futuro e do que não foi ao mesmo tempo? rsrs

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tango na Rua

Sábado passado fui pela primeira vez ao Tango na Rua - uma iniciativa de diversos “tangueiros”, professores ou não, mas que tem uma coisa em comum: amam dançar e fazem questão de levar isso a qualquer um que estiver passando na rua! :)

E foi ali, numa das esquinas da Av. Paulista com a R. Augusta, que encontrei pessoas querendo aprender os primeiros passos e outras tantas ávidas por dançar!

Mas o que mais me fascinava era ver a expressão das pessoas que paravam para ver, magnetizadas pelos passos sincronizados do tango e talvez pelo simples fato de haver pessoas dançando assim, no meio do caminho em que não se espera nada de novo, mas que no fundo, sem se saber, é o que mais se deseja.

E sabe o que é o melhor? É que amanhã tem mais! Todo sábado das 19h às 21h (se não chover), com aula na primeira hora e milonga na segunda!

Vi, gostei, dancei e me apoderei!

Preciso dizer o que vou fazer amanhã depois do Seminário Nacional sobre o Código Florestal?

Se encantar e reencantar! Vamos, vamos? :)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sí, se puede!

Numa democracia, a gente também apita. Não é porque os governantes foram eleitos que podem fazer o que bem entenderem: se não estivermos de acordo - e formos muitos - não podem nos ignorar.

O governo federal tem feito de tudo para implantar a Usina Hidrelétrica de Belo Monte e, para podermos opinar, temos que entender.
Por isso escolhi este vídeo e o texto da Telma Monteiro, ambos curtos e esclarecedores:

Por Telma Monteiro

"Atônita com a atitude do Brasil frente às recomendações da OEA sobre Belo Monte, acabo de levar um grande susto com a retaliação de Dilma Rousseff em retirar a contribuição anual à organização. Todos os membros da OEA contribuem anualmente para manter sua estrutura. Não que isso vá acabar com a OEA. Mas a atitude do Brasil tem um significado vergonhoso.

Fiquei então pensando se Dilma, durante a ditadura, quando presa e torturada, na solidão de sua cela, exausta e sofrida, teria ansiado por um organismo internacional que intercedesse por ela e por aqueles que sofriam com a violação dos direitos humanos. Assim, como fez a Comissão de Direitos Humanos (CIDH) da OEA em favor dos indígenas do Xingu, para resguardar seus direitos ao consentimento livre prévio e informado.

Estranho, pois, que o governo brasileiro tenha uma atitude tão ou mais xenófoba que as dos militares brasileiros da ditadura, algozes autoritários. Aqueles militares que esbravejavam e que esbravejam ainda, caquéticos hoje, contra uma ridícula ameaça americana de conquistar a Amazônia e as suas riquezas naturais. No entanto, o que consta é que os que querem explorar as riquezas naturais da Amazônia são as nossas próprias empresas estatais consorciadas com as grandes empreiteiras, com mineradoras ávidas, com bancos públicos, privados e holdings internacionais. Belo Monte significa uma montanha de dinheiro, ou a Vale não estaria agora interessada.

Com tudo isso o Brasil, não este maravilhoso dos brasileiros, mas aquele dessa presidente autoritária e arrogante, está dando mostras contundentes de que não tem maturidade para integrar o tal Conselho de Segurança da ONU, tão almejado. Quem não respeita os direitos humanos e desse crime é apontado publica e internacionalmente, não pode ser levado a sério.

Será que Dilma Rousseff e entourage estão esquecendo como sofreram horrores na ditadura? Será que estão fazendo uma releitura da dita ao ignorar o clamor dos indígenas do Xingu e agora o grito dos Munduruku do Tapajós?

O governo, a AGU, suas excelências no Congresso, estão agindo, no caso da OEA e Belo Monte, com visível medo de que essa Medida Cautelar proferida pela CIDH se transforme em um precedente. Levando-se em conta tudo que está planejado nas obras tenebrosas do PAC, dá para entender o temor."


Minha angustia vem com a esperança de podemos barrar esse crime contra a Amazônia e contra nós mesmos.
Hoje há muitas alternativas de geração de energia. Não precisamos destruir florestas, rios e povos indígenas para isso.

Disseminar essa informação é impressindível! - e conto com vocês! ´: )

Ele se foi

Pretendia escrever sobre outra coisa, mas o que “late” no momento é a história do meu mais novo companheiro...

que até poucos dias não fazia mais que destruir a casa, brincar de lutar com a mãe e me encantar enquanto dormia.

Mas meu pretinho, que parecia uma pulguinha quando nasceu, foi crescendo, ficando bonito, carinhoso, dengoso e de uns dias para cá me fazia muita companhia e me encantava cada vez mais.

Estava como eu queria que a Cármen fosse quando a peguei, mas que por conta de ficar tanto tempo sozinha e presa, não deu muito certo: ela fica por perto, mas não suporta ficar no colo um minuto sequer!

Quando vim morar para cá, uma das coisas que pesou muito foi saber que Carmensita não precisaria mais ficar presa no apartamento – enlouquecendo e quebrando tudo. A varanda dá para um mar de telhados, do qual muito rapidamente se apropriou e aprendeu a aproveitar.

Ela agora voltou a estar mais rueira, depois da “licença maternidade” que lhe deu uma acalmada, o pequeno, sempre ficava na varanda ou no telhado em frente e quando viam que eu ia sair, entravam.

Mas ontem, quando ia saindo, nenhum dos dois estava por perto. Eles sabem que quando isso acontece, não adianta, precisam esperar eu voltar. Foi a primeira vez que ele saiu pra longe - e até agora não voltou.

Não sei por que achei que os dois estivessem juntos, mas ela voltou sem ele, e logo deu falta, foi lá fora, miou de um jeito diferente como quem chama mesmo, depois outras vezes fez o mesmo, saiu, procurou, mas nada.

Ficamos as duas desconsoladas, tarde e noite inteira, hora dormindo pra esquecer, hora andando de um lado pra outro da casa, hora olhando, chamando, atentando a qualquer barulhinho com uma chispa de esperança, mas nada.

Esses dias ouvi no rádio que os gatos duram em média 3 anos por conta da maldade humana, que por isso deviam ser castrados e mantidos em casa, com cercas, telas, grades, etc. Achei horrível a idéia.

É muito triste pensar que correm tanto risco por aí, à toa. Mas daí não deixá-los viver? É como se deixássemos nós de sair por conta do perigo da rua. Não dá! Não podemos desperdiçar tanta coisa a ser vivida, por medo ou receio, por não correr o risco. Ele faz parte.

Hoje me sinto a pior mãe do mundo, por não ter procurado mais antes de sair, por não ter voltado antes... mas o que aconteceu não muda minha posição: não o teria preso para que vivesse só pra mim, por assim dizer, por mais falta que me faça. E como faz!