segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sonho-acordada?

Obrigada minha mãe! Obrigada meu pai!

Obrigada, obrigada, obrigada!

Obrigada pela minha sobrinha, pelos meus amigos, por tantas pessoas tão especiais!

Obrigada por cada momento, por cada sentimento.

Obrigada pelas emoções, pelas sensações, pelas canções...

Obrigada por cada pedacinho deste mundo tão, tão especial!

Pelo caminhar, pelo dançar, pelo sonhar... e até pelo chorar! Obrigada!

Por cada olhar.

Obrigada.

Pelo res-pirar – res-pirar – res-pirar.

E por toda essa porcada!

:´)

Tango!!!



Meus professores de tango estão entre os finalistas do II Campeonato de Tango Salão de São Paulo!!! São excelentes professores e excelentes dançarinos!!! Estou muito orgulhosa e feliz por eles! :)

O tango é uma das coisas que mais me faz bem nos dias de hoje! Só quem dança pode ter uma noção do quanto é bom! Aliás, todo mundo devia dançar algo! - assim o mundo certamente seria muito melhor!!! :D

domingo, 10 de outubro de 2010

Lapa – meu novo velho bairro!

Neste 12 de outubro o bairro da Lapa completa 420 anos. Sua história, portanto, remete aos primórdios do povoamento de São Paulo de Piratininga. Segundo registros*

a primeira notícia da região é de 1561 quando os jesuítas receberam a sesmaria junto ao rio Embiaçaba, depois chamado Pinheiros. Embiaçaba, Ambiançava, Umbiaçava e variações, de origem Tupi, significa "lugar por onde passa" e designou durante três séculos a região lapeana. A então paragem de Emboaçava, no século XVI, se limitava com os campos de Piratininga (altura do Pacaembu), Aldeia de Pinheiros, Jaraguá (que compreendia Pirituba e Freguesia do Ó) e campos de Carapicuíba na altura do município de Osasco. O povoamento disperso, com sítios e fazendas, se fez lentamente a partir da construção de uma "fortaleza" para a defesa da Vila de São Paulo, situada além do rio Pinheiros, em 1590. Conservou, porém, o número reduzido de habitantes durante muito tempo. Entre os imóveis da Emboaçava, a partir de meados do século XVIII, destacou-se a "fazendinha da Lapa", assim denominada pelos padres da Lapa, pelo fato de a terem recebido em doação sob a "condição de se cantar uma missa cada ano à Virgem Santíssima, com o título da Lapa". Limita-se com os sítios: Água Branca, Mandi, Emboaçava e Tabatinguá. A sede – engenho e ermida da Lapa – localiza-se no caminho de Jundiaí, junto de um valo (ponto hoje designado pela avenida Brigadeiro Galvão Peixoto, aproximadamente nos arredores da avenida Mercedes e da rua Guararapes). Devido, porém, ser muito acidentado o terreno e por falta de mão-de-obra, decidiram os religiosos trocá-la no ano de 1743 com outra propriedade situada na baixada santista. Em 1765, toda a paragem de Emboaçava continha apenas cinco casas com trinta e um habitantes, sendo treze homens e dezoito mulheres.

A região da Lapa foi caminho de tropas, fazendo jus ao nome "Emboaçava" servindo como local de passagem. Por conta do rio e dessa passagem aos poucos a região foi sendo povoada por alguns agricultores (em sua maioria imigrantes italianos), pelos operários das olarias (que se beneficiavam do barro que era propício para a fabricação de tijolos) e das ferrovias (São Paulo Railway e Sorocabana). Posteriormente outras fábricas se estabeleceram na região, o que aumentou o número de habitantes e atraiu o comércio.

Em 1896 é fundada a Cia. Vidraçaria Santa Marina; em 1900 começam a funcionar as Oficinas da S.P.R. ; depois implantam-se a Cia. Mecânica Importadora (fabricando tubos e outros produtos de cerâmica), o curtume, a Martins Ferreira (na década de 10 fabricando produtos de metalurgia), a Fábrica de Tecidos e Bordados Lapa (1913), a fábrica de louças Santa Catarina (1912), a Fundição Mecânica F. Bonaldi e Cia. (1918), a Fiat Lux, a Cia. Melhoramentos, o frigorífico Armour (1919), a Metalúrgica Albion (1922), a fábrica de enxadas e implementos agrícolas Tupy (1923), as serrarias entre as estações da Água Branca e Lapa (como a Lamerião), além de outras.

A Lapa tem uma história rica, marcada pela luta dos trabalhadores por direitos, pela Cooperativa criada para dar suporte aos trabalhadores acidentados ou impedidos de trabalhar por doença, a reivindicação por transporte (do bonde, às jardineiras e ônibus), os diversos jornais de bairro. Mas também abrilhantam sua história a Banda Operária da Lapa, os cinemas e teatros, o carnaval, os piqueniques de final de semana e o futebol de várzea.

Os piqueniques aconteciam no Pico do Jaraguá; na Chácara do Major Paladino, atual Vila dos Remédios; na chácara do Salgado, atual cemitério da Lapa; ou ainda no rio Tietê, quando em pequemos barcos o pessoal saía rio acima. Nesses passeios, os trabalhadores encontravam-se e, com suas famílias, divertiam-se, dançavam, relembravam a terra natal e discutiam a política e o trabalho.

O futebol de várzea na Lapa nasce logo nos primeiros anos do século XIX. Cada time, com poucas exceções, possuía seu próprio campo, que se localizava, em sua maioria, na Lapa de Baixo, Vila Romana e algumas outras áreas desocupadas. O futebol de várzea era a grande sensação dos domingos ensolarados.

A maioria dos campos de futebol, porém, foi loteada. Construíram-se edifícios neles, como continuam sendo construídos em diversos outros locais, tornando-se permanente a problemática do número excessivo de habitantes. Mas quem não gostaria de morar na Lapa? Um bairro histórico, bem localizado, bem servido de transporte e demais serviços e que ainda possuí muitos moradores orgulhosos de seu bairro, preocupados em cuidá-lo e buscar-lhe melhorias – o que faz com que a Lapa tenda a ser cada vez melhor!

Assim, agradeço e parabenizo a todos os lapeanos e ao bairro da Lapa – lugar pelo qual me apaixonei e do qual tenho muito orgulho de morar e trabalhar por!

:)

*Referência e citações: LAPA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA. Registros 12. Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura, Departamento do Patrimônio Histórico – DPH. 1988.

** Publicado em vivalapa.wordpress.com

domingo, 3 de outubro de 2010

Um FDS + Q Especial – parte III


Foi muito bom encontrar pessoas com quem caminhei como o Toninho Poeta e o Luan Luando - pessoa com quem tinha pouco contato, mas que sempre admirei muito! O Luan escreve muito bem. Sempre me impressionam suas poesias! É negro, pobre, deficiente e de uma sensibilidade e brilho nos olhos que não tem igual. Sempre alegre e pra cima! Este ano perdeu a mãe e eu simplesmente não soube o que dizer, mas desejei muito que fosse iluminado e ficasse bem. E esse ser iluminado que às vezes mais parece um Erê, foi quem me acompanhou a caminhada praticamente inteira. :)

O caminho era quase todo aquele breu. Como a noite estava nublada, a lua não nos iluminava. Mas o céu era o lugar para onde sempre olhávamos por ser o ponto mais claro, onde se podia enxergar algo. E o que mais se enxergava e fascinava era o contraste das folhas das árvores no branco do céu.

A estradinha era de terra. Era uma delicia, mas as subidas e decidas acompanhadas de seus buracos e pedras que não podíamos ver pela falta de iluminação dificultavam um tanto a caminhada. Obstáculo este que pude superar facilmente dando o braço para o Luan: assim, qualquer buraco, pedra ou escorregão inesperado era algo de pouca importância já que contava com o apoio que me dava a segurança de não cair e me esborrachar, assim como ele podia dispor dessa mesma segurança. Isso certamente fez com que eu pudesse aproveitar muito mais a caminhada.

Fomos conversando baixinho a maior parte do tempo. Em determinado momento pedi que me deixasse ficar quieta um pouco, o que coincidiu com o momento em que a garoa aumentava e pudemos ouvir uma festa de sapos, grilos e outros bichinhos cantando. Muito legal!

Eu caminhava e sentia que minha alma flutuava quando respirava o ar úmido com cheiro de terra, de mato, de eucalipto. Era bom demais, demais! Ia gastando a energia velha e me enchendo de energia nova. Queria caminhar sem parar até que não sobrasse nada que eu não quisesse mais!

Apesar das boas sensações, o desafio, a escuridão e o cansaço faziam com que me sentisse em plena provação. Mas foi uma provação boa, porque precisava demais me esvaziar, precisava demais lavar a alma e foi isso que a chuva terminou de fazer no final da madrugada. Caminhamos em baixo de uma chuva forte, que ia encharcando pelas beiradas, enquanto não encontrava uma brecha no que era impermeável.

A chuva estiou e o dia amanheceu. Percebi que passamos a olhar para o chão já iluminado. Não precisávamos mais ficar de braços dados. Podíamos andar mais rápido separados, mas também não havia necessidade de olhar constantemente para o chão. Procurava lembrar disso e não deixar de ver o céu e a mata iluminada, mesmo que isso também significasse ver propaganda de políticos e lixo no chão apesar de todo o afastamento.

Depois de aproximadamente três horas e meia chegamos à Vila onde estavam estacionados os carros. Já era dia, estávamos cansados, molhados e começando a ficar gelados por conta da roupa. Ainda faltavam duas horas de caminhada até chegarmos à cidade em São Lourenço da Serra, mas todos concordaram em parar por ali.

É difícil todos aceitarem parar antes do ponto traçado como reta final porque nos apegamos ao não desistir, ir até o fim, cumprir, superar o desafio. Mas já tínhamos aproveitado bem o caminho e continuar só nos desgastaria, machucaria e talvez até deixasse doente. Então foi prudente e sensato parar antes. Saber a hora de parar e respeitar nossos limites também é algo essencial para a vida e às vezes é a melhor coisa.

Vivi. Tive uma experiência sem igual. Curti, aprendi, me encantei, deixei, superei, resisti e terminei. Porque as coisas precisam terminar para que outras possam começar. Mas nunca vou esquecer o que vivi. Nunca vou esquecer esse caminho escuro, duro e encantador. Ele agora faz parte de mim e me enriquece e engrandece.

sábado, 2 de outubro de 2010

Um FDS + Q Especial – parte II


Estava super ansiosa de pensar em participar da caminhada da Lua Cheia que aconteceria naquela noite pelas bandas do Embu das Artes, pois além de poder caminhar ia poder encontrar o povo do Donde Miras. Antes, no entanto, não pude deixar de ir prestigiar os amigos na Biblioteca Alceu Amoroso de Lima em Pinheiros. Apesar da dificuldade para entrar por ter chegado com a casa lotada e ter perdido mais uma vez a apresentação do Baltazar com o Preto Soul, ainda deu para ver inteira a apresentação dos meninos, digo, de Zinho Trindade e o Legado de Solano.


Foi lindo demais! O som estava perfeito e o Zinho tem uma energia contagiante que só ele. Iluminado no palco, cantando todo de branco, honrando a história e trajetória do seu avô, parece até uma divindade. De pensar que essa pessoa tão espetacular quase se perdeu nas drogas quando muleque e que hoje distribui tanta beleza, alegria e energia às pessoas... é de se emocionar. Senti vontade de viver a vida toda entre essa energia e essas pessoas que admiro e amo tanto! Assisti aos "meus meninos" (somando o Manu e o Sandro Lima) com um sentimento imenso de gratidão aos deuses e a todos que colaboraram para que estivessem ali – maravilhosamente bem!

Terminado o show eu estava de alma alimentada, pronta para a caminhada! Mas... para a minha surpresa e desespero não encontrava o Baltazar, o Zinho não ia e o Manu que tinha colocado toda uma pilha também já não sabia. A concentração era às 22h no Bar do Binho, nos confins da Zona Sul, não tinha como chegar indo de ônibus. Voltei para casa triste demais... (o que o Mané fez não se faz)*, esperei o ônibus com um nó atravessado na garganta, puta da vida, olhando pra cima para não deixar que as lágrimas que vinham caíssem. Voltei pirando nas idéias, me perguntando se aquela que pensava que era uma família eu realmente podia dizer que também era minha, se eu realmente era bem vinda, se realmente pertencia àquele mundo que tanto me encantava...

Entrei em casa e soltei as lágrimas presas. O Arthur estava na sala e não tinha nem como disfarçar. Perguntou o que havia acontecido e no que expliquei que havia ficado sem carona ele se prontificou a me levar. Eu disse que já era tarde e que não era necessário, que eu já havia perdido o clima e tal, mas ele insistiu que eu ligasse. Liguei e apesar de ser meia noite, o povo ainda estava na concentração. Peguei as coordenadas e fui direto para o ponto de saída: um lugar na BR no meio do nada, num breu total. Quando cheguei ainda estavam saindo do Campo Limpo e por conta do breu voltei boa parte do caminho para encontrá-los em outro lugar.

Chegamos ao ponto de saída com três carros e ainda esperamos um bom tempo outros dois chegarem. Enquanto esperava me incomodava com o barulho, o cigarro e a bebida de boa parte das pessoas, várias que não conhecia. Claro que fiquei me perguntando se deveria ter insistido tanto para ir, se não teria sido melhor ter ficado em casa. Mas antes de começarmos a caminhar fizemos uma roda e procuramos pedir que houvesse uma relação de respeito com o local, que se tentasse deixar a cidade na cidade e que se procurasse pelo menos por um tempo caminhar em silêncio. Com exceção de uma pessoa que se ofendeu com o que eu disse e fez questão de demonstrar que não estava nem aí, todas as outras procuraram, ao menos por um tempo e dentro do que a condição alcoólica permitia, acatar o sugerido. :)