Depois de uma semana mal dormida e praticamente duas noites em claro, finalmente consegui entregar o artigo que estava devendo na PUC e aproveitei para trancar minha matrícula. Tudo que queria era poder dormir e descansar,mas tinha que terminar minha mudança. Sim, não deu tempo de contar, mas resolvi me mudar.
Quase todas as vezes que ia à casa do Arthur, que trabalha comigo e tem sido um super amigo, ficava pensando que queria ter um apartamento daquele jeito: simples, mas com dois quartos, dois banheiros, varanda e área de serviço. Não era algo que eu queria desesperadamente, que não podia viver sem. Era algo que namorava... me imaginava tendo um cantinho para mexer com madeiras e tintas – coisa que amo, mas há muito não faço.
De repente algo que só imaginava que um dia fosse possível estava a minha frente: os filhos do Arthur iam viajar e ele me ofereceu dividir o AP. Além de todo aquele encanto que já possuía, mais duas coisas pesaram: poder morar do lado do trabalho – e da dança – e poder reduzir custos em um momento que preciso muito fazer isso para voltar para a PUC e terminar meu mestrado. Apesar de estar acostumada a morar sozinha, era exatamente o que precisava.
Hoje, no entanto, após passar naquela casa que não parece ter nada a ver comigo e de encontrar a minha casinha sendo desmontada, me bateu uma aperto no peito. Como poderia deixar esse lugar tão meu? Lugar em que vivi coisas boas, mas que principalmente, foi minha base, meio apoio, meu aconchego, que de certa forma, fez com que os momentos difíceis fossem suportáveis. Somos cúmplices. Partilhamos a mesma energia e demoramos tanto para chegar a este ponto de equilíbrio. Como posso abrir mão de tudo isso de uma hora pra outra?
Não queria sair da minha casa, do lugar em que me sinto segura e protegida. Sinto medo de ir, ao mesmo tempo em que sei que estou buscando algo melhor, que no começo poderá ser difícil, mas que aos poucos, aquele lugar será tão meu quanto este, aliás, tem tudo para ser muito melhor!
Amo meu ovo-casa-casulo, mas vou. Vou com o coração partido, mas com a certeza de que vão cuidar bem desse meu pedaço, que sempre será um pedaço meu a ser lembrado com carinho. Vou porque aprendi que as oportunidades são escassas. Vou porque decidi que não quero viver arrependida do que não fiz. Vou com receio, com dúvidas e incertezas, mas vou porque há algo que me diz vá, pois só vencendo tudo isso poderei ser realmente feliz!
3 comentários:
Seja feliz nessa nova fase!!!
Abraço,
Valter.
mediei e mudei de vez!
estou esgotada, mas me sentindo bem melhor!
obrigada por todas as boas energias enviadas! :)
Mudanças nos faz olhar para o passado e ficar saudoso, mesmo se a mudança é prá melhor. O que passamos, ruim ou bom, fica junto na memória e será acionado no momento oportuno, mas não significa voltar atrás.
Sorte!!!
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