sábado, 10 de julho de 2010

Somos soldados pedindo RESPEITO

Estava quase chegando ao Centro Cultural Monte Azul quando lembrei que precisava explicar pra Potyra (minha sobrinha de 9 anos que passou o feriado comigo) para onde estávamos indo. Contei que o vô Ralf havia convidado um Sargento do Exército... ops, tive que explicar o que era um exército, mas não foi difícil - graças aos filmes, porque graças a... Deus? (para poupá-los da explicação sociológica) não temos guerras! :) – difícil foi ela entender o porquê dele e o companheiro terem sido perseguidos, presos e expulsos, pois quando contei que o Exército não aceitava que ele tivesse um companheiro e não companheira, ela questionou imediatamente sem entender: mas por que eles não aceitam???

A Potyra realmente não entende e isso me emociona: ver que as nossas crianças estão crescendo com essa compreensão, vendo o que antes era tachado de errado como algo natural, afinal de contas, se duas pessoas se gostam, não tem o menos cabimento não poderem ficar juntas, seja pelo que for!

A conversa com o Fernando Alcântara foi muito boa, não dá para relatar tudo nos mínimos detalhes, mas quero ao menos destacar alguns pontos que chamaram atenção.

Diversidade da diversidade

Ao passar a palavra para o Sargento o Ralf falou do estereótipo que se faz do gay afeminado, o que não deve ser visto como regra, pois (como ele) há muitos gays que não são afeminados - e nem por isso são menos gays - ou seja, você pode "desmunhecar" e até trocar de sexo, mas não precisa: isso é a diversidade da diversidade. (Adorei a definição!)

Intransigente com a intransigência

O Sargento licenciado (pediu licença antes do resultado do processo de expulsão ser concluído, pois certamente demoraria e estenderia uma situação delicada, pra não dizer insuportável) nos contou um pouco do que conta no livro "Soldados não choram", de como caíram na armadilha com o convite do programa de TV que só tinha a intenção de bater seu recorde de audiência e conseguiu entregando o companheiro que tinha ordem de prisão por "desertor", acusado de ter abandonado o Exército quando na verdade estava com problemas de saúde que o impediam de retomar o posto.



Fernando conta que se recusava a entrar nos esquemas de corrupção e que foi isso que fez com que fossem atrás da vida pessoal dele, para poderem descredibilizá-lo perante as Forças Armadas. Sua vida tornou-se um inferno e foi o que fez com que decidisse levar a imprensa a sua história. E o que posteriormente o levou a licenciar-se, escrever o livro, envolver-se com organizações de direitos humanos (que intercederam por eles na ocasião do programa) e agora a sair candidato a deputado pelo PSB de São Paulo.

Que doida é a vida! A Roda da Fortuna, nesse caso, girou que girou! E temos que reconhecer que o Fernando foi muito homem para enfrentar e agüentar tudo o que passou. Segundo ele, tem uma hora que você já apanhou tanto que já não tem mais medo de nada.

Se tivéssemos mais gente levantando o peito no lugar de abaixar a cabeça...

Mas, enfim, sei que não é fácil. E é justamente por isso que o Fernando vem conquistando a admiração e o respeito de muita gente: por ter sido intransigente com a intransigência em um ambiente em que ser intransigente significa ser criminalizado, perseguido e penalizado.

O Fernando e seu companheiro têm uma história de vida e tanto – contada com detalhes no livro que não vejo a hora de poder parar para ler. Mas se vê que sua vivência lhe deu uma compreensão da realidade clara e sensível, no sentido de, por exemplo, perceber que ser gay rico e ser gay pobre são coisas muito diferentes. Já pararam para pensar nisso? Também gostei de ver que não está fechado nas questões LGBTs, está preocupado com as questões de direitos humanos nas quais os LGBTs estão incluídos, claro.

É isso: uma história que vale ler, ver, entender e acompanhar. E preciso dizer que a sensação de encontrar alguém assim, disposto a lutar, a ser forte no bem, é muito, muito boa! Desejo-lhes força e sorte! E festejo: mais um! TAMO JUNTO! :)

5 comentários:

F.I.O.N.A. disse...

mamita linda, perdóname si no te gusta que sea sincera contigo (por favor te pido que lo seas siempre conmigo) pero esta entrada de tu blog, sin ninguna razón consciente, simplemente por pura sensación o intuición animal, me da náuseas.... eca !!!

Ralf R só-a-consciência-no-ato-salva! disse...

Oi, vc tem aquela foto em que estou na mesa em tamanho maior (maior definição)? Seria ótimo!

Ralf R só-a-consciência-no-ato-salva! disse...

Ah, já descobri que a foto está artificialmente reduzidano blog, já achei a fonte e já baixei em tamanho suficiente - não esquente mais!

Ana Estrella Vargas disse...

mamita, perdona que te lo diga, pero hay cosas que es mejor uno guardarlas para si, o entonces, decircela a otra persona.
de todos modos, esa tu reacción no pasa de un furte prejuício, que nunca hiciste el mínimo esfuerzo de superar (al menos em respecto a nosotros), sino que, por lo contrário, hiciste questión de agarrarte a él como que por venganza, por no poder habido cambiarlo, sin importarte un pico en cómo le caia eso a tus hijos. eres egoísta mamá, pero felizmente tus hijos aprendierón que el amor es más importante que el rancor, y tus nietos van a aprender lo mismo y viveremos todos cada día más felices, cada cual a su modo. que diós te perdone mamita por permitires que algo tan feo viva dentro de ti, que dios te perdone porque no sabes lo que dices. y antes que digas a todos que estoy brava contigo, no te preocupes que sé que tu lado bueno es mucho más y mismo que no fuera, te amaria de la misma manera porque no cultivo cosas malas dentro de mi.
"todos somos hijos de dios, solo no hablamos la misma lengua"
te extraño!

Anônimo disse...
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