É uma pequena grande história de como... me apaixonei.
Foi num dia desses que se chega em casa ansioso para não fazer nada. Tanto que, não costumo fazer isso, mas liguei a TV. Não por acaso, ou por um acaso muito certo, uma propaganda me chamou a atenção, pois nela aparecia uma imagem (deslumbrante!) que me é muito familiar: o Dedo de Deus.
Cresci olhando para aquele monumento em toda sua grandeza. Montanha-pedra-esculpida que sempre tive como um grande pai. Era ali, naquele lugar, na casa da minha mãe, para onde as luzes de todo o mundo iam se voltar. Era esse o momento. De repente resgatei lá do fundo do baú um sonho de infância: ver aquele bar funcionando, cheio, com música ao vivo, com tudo que um espaço com uma das vistas mais bonitas do mundo pode imaginar e merecer ter.
Não queria me empolgar em vão e fui à internet conferir: de fato a Concentração Brasileira de Futebol acabava de ser reinaugurada ali no bairro vizinho, na Granja Comary. A cidade esperava 30 mil turistas. Ninguém seria capaz de conter minha empolgação. Faria um espaço cultural, sem igual! E era ao mesmo tempo a oportunidade de fazer algo lindo e a chance de pagar todas as pessoas a quem estava devendo. :)
Tudo na ideia me fascinava. Falei com minha mãe e ela autorizou. Chamei dois produtores que me pareciam essenciais para o projeto e começamos a tocar. Mas...
tínhamos só 45 dias de pré-produção e, no mundo das ideias,tudo é mais fácil, tudo parece simples e viável. Na vida real, nada, absolutamente nada foi fácil. Mas não desistimos. No dia da inauguração boa parte chegou faltando algumas horas para abrir, tudo bem mais improvisado do que gostaria, mas ok. Funcionou. Era aquilo. E toda vez que a banda tocava, nesses 45 dias, todo o resto que não estava perfeito, eram só detalhes.
Assim como a maioria das pessoas que frequentavam o Espaço Cultural Taberna do Soberbo, eu também tinha me apaixonado por aquilo tudo: o encontro da beleza do lugar com a qualidade artística, com o atendimento diferenciado, o público, a energia revigorante que nos aquecia... era mesmo muito perfeito.
Sim, sempre há detalhes que nos atormentam, uns mais outros menos, como a máquina de cartão de crédito que funcionou 3 vezes e nunca mais. Mas o mais complicado foi o fato de não ter me apaixonado só pelo projeto, mas também pelas pessoas que trabalharam nele. Eram muitos, e efetivamente, não podia ter todos, pois o dinheiro que entrava era suficiente para nos manter, não para nos pagar. No entanto, também não era capaz de escolher quem deveria sair, poderia escrever sobre cada um e certamente vocês me entenderiam, mas daria um livro, por isso digo só que cada um era parte muito especial do todo.
Posso elencar ainda 4 pontos que colaboraram para que perdêssemos esse jogo:
1. Funcionar 45 dias seguidos não nos dava o tempo necessário de parar, reavaliar e mudar estratégias, além de dias fortes terem que cobrir os custos fixos dos dias fracos;
2. A cultura financeira da cidade é peculiar, não podíamos cobrar nem de longe o que se cobraria em São Paulo ou mesmo no Rio de Janeiro;
3. Não conseguimos alcançar o turista, apenas o pessoal da cidade;
4. Um dos produtores teve que voltar pra São Paulo e ficamos “sem capitão”.
Como não conseguimos atingir o turista em uma cidade turística? Pois é... como disse o jogador entrevistado depois da goleada que o Brasil tomou da Alemanha:
“é complicado explicar o inexplicável”
Até poderia, mas acho que não vem ao caso. Aprendi muito, muito mesmo. E amo o que fizemos. Não me arrependo. Mas não podia ter me jogado sem patrocínio. Escrevi o projeto, mas foi muito em cima, não deu tempo... Certo é que não volto a me aventurar sem recursos reais.
A questão agora é: como pagar todas as pessoas que trabalharam nesse sonho?
Usei todo o crédito que podia ter nos bancos para investir, o pouco que consegui depois disso deu para pagar parte de parte do pessoal.
Estou retomando minha vida em Sampa, onde ainda tenho meus trabalhos, estou disposta a fazer sacrifícios para arcar com os custos que o investimento me gerou, mas mesmo assim, não é suficiente. Preciso pagar essas pessoas. Por isso estou escrevendo aos amigos, num pedido de socorro mesmo.
Investimos em cultura, em algo de qualidade, e foi lindo. Tínhamos artistas incríveis, e ainda encontramos em Teresópolis mais deles, tão bons quanto, sensacionais! Foi realmente mágico. A cidade ficou encantada, engrandecida, agradecida. Pediam que ficássemos... nos enamoramos.
E acredito que fazendo isso, fazemos um bem à humanidade, pois a Arte, segundo Sartre, tem a função de aliviar a dor. E vai além, nos eleva, nos religa a nós mesmos e a algo maior que é a própria arte do universo, onde doar e receber se fundem e se tornam exatamente o mesmo movimento.
Ah,
não é delírio meu não. Podem verificar!
E até uma propaganda linda:
Amigos,
sempre me orgulhei de me virar só, de não depender de ninguém, mas neste momento, estou aprendendo a ser humilde e pedir ajuda. Preciso de 20 mil reais para pagar as pessoas (com bancos eu me viro), portanto,
qualquer pequena ou grande quantia será essencial e muito bem vinda.
Agradeço imensamente o socorro a este coração que se apaixona e quer sempre fazer mais!
Os dados bancários para depósito/transferência são:
BB ag. 0018-3 c/c 74493-X ou Itaú ag. 0057 c/c 77120-6
Em caso de cartão de crédito é possível fazer a doação pelo PayPall:
Beijos e abraços
ainda
cheios
de luz!!!
:)
2 comentários:
lindo mamita! El Universo está un poquito a tu favor y lo estará más si el área de la prosperidad (la cocina de tu casa) esté limpia, perfectamente limpia y organizada, de día y de noche. Nosotros estamos rezando por ti y te ayudaremos cuánto podamos, por ahora solamente un poquito (2% mensual). Besitos, que Dios te bendiga
Gracias, mamita!
Quisiera poder no aceptarlo, pero no puedo.
Eres increíble! Te quiero muchisísimo! <3
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