sábado, 8 de janeiro de 2011

O que contam as contas…

Sempre sinto uma satisfação imensa quando consigo transformar uma bagunça em algo milimetricamente organizado. Portanto, podia imaginar tudo, menos que chegaria a ficar triste por organizar minhas contas e demais papeizinhos.

Mas eis que chegou o momento. Não podia mais adiar. Peguei a caixa de sapatos que estava transbordando amarrotada de contas e comprovantes de pagamentos de 2009 e primeiro semestre de 2010 e resolvi encarar, já que:

1. Precisava achar o cartão MasterCard que recebi há alguns meses e não quis usar porque o anterior ainda funcionava – sem perceber que em novembro este venceria.

2. Achar a senha do cartão Visa que tenho em mãos, mas que como não usava, não sei a senha, também seria útil.

3. Precisava também encontrar o comprovante de pagamento da fatura de maio da Oi, que ainda não estava no meu nome e vai colocar outra pessoa no Serasa se não resolver logo. :(

Bom, não achei nenhum dos três, só consegui achar o comprovante da fatura de junho que era de apenas 10 centavos referentes à multa, o que significa que paguei a de maio com atraso, mas paguei. Mas não tenho como provar com isso... agora terei que começar a caçar os papéis do segundo semestre que por conta da mudança (e super lotação da caixa de sapatos) ainda não ganharam um lugar específico.

Fora a isso, dentre os intermináveis comprovantes, achei um do Habib´s de 27/03/10 que me remeteu àquele dia...

trabalhavamos no sábado, e fui mais uma pessoa comprar o lanche para os demais. Essa pessoa me disse que não ia comer, que tinha que ir, pois precisava ir pegar a filha de quatro anos. Fiquei incomodada com a informação porque já havia uma vez desmarcado comigo dizendo ser por conta dela, o que posteriormente tive a infelicidade de descobrir que não era verdade, pois a criança viajava com a mãe. Ao pedir que não a usasse como desculpa, fez questão de ligar para ela e a colocar para falar comigo... fiquei sem graça, mas acho que foi a única vez que consegui conversar com ela, pois o que tem de linda, tem de fechada e desconfiada. Nas poucas vezes que tive oportunidade de vê-la, tentei brincar ou estabelecer um diálogo mínimo, procurando respeitar o seu jeito, sem forçar, mas não tive sucesso.

Lembrei também que com essa mesma pessoa, um ano antes, só nos conhecíamos há alguns dias, e fomos já tarde da noite comprar esfihas para as famílias com montes de crianças que estavam recém desabrigadas com a desocupação da favela "Aldeinha", com frio e fome, numa sexta-feira chuvosa, esperando as peruas da assistência social chegarem para levá-las a algum abrigo ou casa de familiar. Foram esses detalhes que foram me ganhando... e que fizeram com que fosse me perdendo.

Também encontrei um comprovante do Futurama do dia 06/04/10 onde tinha comprado exatamente duas coisas. Aquele dia foi especial porque tinha convencido a mesma pessoa a me acompanhar. Foi a pura simplicidade... fomos caminhando à minha faculdade entregar os livros, passamos no mercado e seguimos por baixo do elevado numa noite tranqüila e normal, não tinha nada de mais, mas fazer o trajeto que sempre fazia sozinha com ele, pra mim, foi absolutamente especial.

Nem lembro o que fizemos depois, mas sei que foi uma época boa, em que meus olhos brilhavam de felicidade e esperança, em que parecia que depois de mais de um ano, finalmente, (ou talvez, quem sabe), nos entenderíamos. Mas aquele foi o último dia. Uns dias depois fiquei mal e percebi que não poderia contar com ele quando precisasse, porque, na verdade, nada mudaria. Daí chutei o balde.

De um jeito ou de outro, sofreria. E por isso, por meses, e meses, e meses me arrependi amargamente. Mas hoje vejo que como eu previa, nada mudou, e não foi porque chutei o balde, foi porque não mudaria mesmo. E agora... é só uma história, mais nada.

Quer dizer, vamos melhorar (para nossa criança interior): é só um capítulo de uma história, que ainda não temos como ver que... que simplesmente não era pra ser. Porque seremos muito felizes com pessoas que talvez não amemos tanto, mas que vamos querer bem. Com as quais aprenderemos a conviver sem correr o risco de sofrer. Por que não?

Um comentário:

F.I.O.N.A. disse...

ay mamita !

todo el mundo sufre por algo o por alguien. Somos como diamantes brutos y mientras más suframos sin quebrarnos, más valiosos nos pondremos.

Estoy en San Sebastián con Salta y Arthur Gabriel. ¿Cuándo es que llegas aquí con Titi? Las espero ansiosa.

Besitos, que Dios te bendiga.
(estoy en la Biblioteca más próxima de casa)