meu velho blog... ficou registrado muito do que fui e muito do que sou, um tanto não escrevi, outro tanto se perdeu, mas o que fica é o essencial. - e nele se mantem a vontade de compartilhar o que a gente vai aprendendo no caminhar com as estrelas e veredas...
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
FÉÉÉRIIIIIIAAAAAAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Visita ao Plenário da Câmara
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As câmaras se posicionam. No palco: uma pessoa sentada na mesa gigante olha folhas de papel que uma mulher de pé ao seu lado vira. Há também várias pessoas conversando.
15h12 – “Está aberta a sessão com a proteção de Deus.” (?) O presidente abre a sessão, as pessoas continuam conversando (aqui atrás mais alto ainda) e o presidente após passar a palavra ao primeiro nobre vereador fala ao celular.
15h15 – Há 12 pessoas no palco que agora começam a prestar atenção. Diz o vereador ao microfone: “Às vezes essa tribuna se excede.” “Queria apenas ressaltar essa questão...” do uso do microfone. Soninha foi buscar uma revista que vai utilizar em sua fala.
15h20 – Outro vereador fala, mas é difícil prestar atenção porque aqui atrás os assessores falam sobre marcar presença e não estar, um deles explica: “Se houver votação e ninguém for contra, é como se tivesse votado a favor”, mesmo não estando presente, mas tendo registrado presença. Se não registram, não podem abrir a sessão por falta de quorum - que parece ser o que a assessora que se queixou preferia.
15h24 – O palco aplaude a platéia: alunos da 6ª série de uma escola que estão na parte de cima assistindo.
15h25 – “Nobre vereador” fala sobre plantio de cana. Ai. Ele está dando aula sobre o etanol para a platéia! A bactéria que produz o álcool pode produzir diesel, pelo que entendi. “O carbono vai ser absorvido pelos canaviais”(?!!!) “Energia limpa sem enxofre para orgulho dos brasileiros.” “Vamos economizar 400 bilhões de dólares por ano” “Não é Bio-diesel, é diesel. É um espetáculo!” “Tem gente demais falando em meio ambiente e fazendo pouco” (Será que ele está cutucando alguém?) “Grupo Votorantin genuinamente brasileiro.” “Parabéns ao Grupo Votorantin, a esse espetáculo, a essa maravilha que vamos construir em escala industrial!” Agora sim a monocultura vai tomar conta de tudo!! :´( ...
15h32 – A Soninha vai falar! (Mas o povo aqui atrás fala muito alto!) (#%¨*":^<@$%¨^!!!) Humm... um cafezinho pra acalmar. Ela está falando sobre a renovação das concessões de TV. “É comum o caso de comércio...” É incrível! Eu realmente não consigo ouvir o que ela fala!
A platéia aplaudiu a Soninha!! (Foi tão bonito, eles começaram sem saber se podiam, o presidente informou que podiam e aí eles aplaudiram sem medo!) :D
15h39 – “Com a palavra o nobre vereador... fulano de tal. Com a palavra o nobre vereador... ciclano de tal. Com a palavra...” Caramba! Não acaba! Não tem ninguém, mas tem que chamar todos os nomes.
15h40 – Acabou a lista? – Outro vereador falando e eu não escutando. Os assessores vem pra cá só pra conversar? Podiam no mínimo falar baixo. Grrr...
15h43 – Parece que o Presidente da casa chegou, e quem estava presidindo? Não sei, mas fala ao celular. Isso é exemplo para os alunos? :-/
15h44 – Os assessores todos se conhecem e certamente me estranham. Devem pensar: “Só podia ser assessora da Soninha, não pára de escrever.” ;)
15h45 – A Soninha fala ao celular discretamente (mas ela não está no palco, acho que os alunos nem conseguem vê-la lá de cima). O vereador terminou sua fala e eu não ouvi nada! Será que vou ser obrigada a prestar atenção na conversa aqui atrás? Será que estão eufóricos com minha presença? Pqp...
15h48 – No palco: o que preside... adivinhem? Celular. Mais duas pessoas conversam no celular e outras 3 ou 4 entre si. Como se não houvesse um vereador falando? Sim. Deve ser por isso que os vereadores muitas vezes começam a gritar no microfone. Quem assiste na TV não entende a histeria, agora começo a entender...
15h51 – “Encerrado o pequeno expediente.”
Não entendi. O que está aprovado? Porque o Presidente bateu palma? Acabou? Sim, acabou.
A moça da TV Câmara inicia gravação contando quem falou e etc.
A Soninha fez sinal para subirmos e um assessor reclamou com ela (brincando) que acabou com o esquema de corrupção que fariam. Ela veio perto e explicou que certa vez pediu emprestado a ele R$ 1,50 na padaria e ele disse que não precisava devolver, só queria duas Subprefeituras em troca. Ele complementou dizendo que já tinham um esquema de lavagem perfeito, tudo esquematizado, mas parece que ela fez questão de devolver o dinheiro.
É, no final, alguns assessores ao menos procuraram ser simpáticos comigo. Acho que eu estava muito séria e queriam me fazer rir a todo custo! ;-j
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(a foto é de outro dia, mas não foi muito diferente não)
Apesar de ter sido curto e em alguns momentos irritante, gostei muito de ter ido! Até ontem só tinha assistido pela TV e dado uma ou outra espiada lá de cima, de onde fica a “platéia”.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Quem foi que disse?
Quem foi que disse que não tem mais jeito?
Quem foi que disse que só tem um jeito?
Quem foi que disse que ter um objeto
É melhor do que ser um bom sujeito?
Quem foi que disse que se melhorar, estraga?
Quem foi que disse que se mudar piora?
Quem foi que disse que mulher não pode
E que você não pode mudar isso agora?
(Quem foi que disse?)
Quem foi que disse que isso é maluquice?
Quem foi que disse, quem foi que disse?
Sou, Sou, Sou (Quem foi que disse?)
Sou, Sou, Sou (Quem foi que disse?)
Quem foi que disse que gravata é seriedade?
Que alegria não é necessidade?
Quem disse que ideal é coisa de juventude
E que você não pode mudar essa atitude?
Quem foi que disse que tem que ser como eles?
E que só eles é que falam a verdade?
Quem foi que disse que isso é maluquice
Andar de bicicleta na cidade?
(Quem foi que disse?)
Quem foi que disse que isso é maluquice?
Quem foi que disse, quem foi que disse?
Sou, Sou, Sou (Soninha!)
Sou, Sou, Sou (Soninha!)
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Manifesto de Solidariedade à Soninha
Estamos todos solidários à vereadora Soninha neste momento, pela coragem de jogar luz sobre a obscuridade da Câmara Municipal de São Paulo - e pelo desprendimento de abrir mão de uma possível reeleição como vereadora para entrar em uma campanha majoritária e influenciar decisivamente nos rumos do debate político e programático da cidade.
Quando Soninha afirmou na sabatina do jornal "O Estado de S. Paulo" que os vereadores paulistanos fazem acertos de todos os tipos e diferentes nuances, mais ou menos republicanas, para a aprovação de projetos na Câmara, foi como se riscasse um fósforo sobre um barril de pólvora.
A grande maioria dos vereadores simplesmente não admite que algum de seus pares questione as práticas e métodos próprios do parlamento paulistano. Quase como o "código de honra" da máfia, que manda exterminar quem se opõe às regras do crime organizado, alguns vereadores pedem a cabeça de quem ousa questionar o modus operandi das negociações realizadas na Câmara Municipal.
Não é segredo para ninguém que os projetos de lei - seja de iniciativa do Executivo ou dos vereadores - só entram em pauta após acordo entre os líderes partidários. Como se chega a esses acordos é o grande tabu - que a imprensa não aprofunda e que Soninha vem apontando desde o seu primeiro ano de mandato, sem grande repercussão.
Agora que é candidata à Prefeitura, as mesmas declarações ganham um enfoque diferenciado. Mas a nossa indignação é a mesma de Soninha contra essa prática dos vereadores paulistanos - que, em vez de pedirem a apuração das acusações e o esclarecimento das suspeitas, querem a punição da acusadora. Muito singular este senso de justiça e transparência.
Porém, São Paulo reivindica um novo parâmetro ético para qualificar o debate e dignificar a nossa representação política. Assim, a postura de Soninha deixa de ter apenas um caráter partidário para se transformar em um clamor de todos aqueles que amam esta cidade e desejam resgatar os sonhos e a esperança de uma sociedade mais digna, justa e humana.
Roberto Freire, presidente nacional do PPS; João Batista de Andrade, cineasta e ex-secretário estadual da Cultura; Paulo Baia, professor do Departamento de Economia da PUC; Sérgio Salomão Shecaira, professor titular de Direito Penal da USP; Alberto Aggio, historiador e professor livre-docente da Unesp; Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos; Clarice Herzog, publicitária; Arrigo Barnabé, músico; Cláudio Kahns, cineasta; Ana de Hollanda, cantora e compositora; Gunnar Carioba, administrador; Tereza Vitale, coordenadora nacional de Mulheres do PPS; Hercídia Mara Facuri Coelho, pró-reitora acadêmica da Universidade de Franca; Luís Mir, historiador; Dina Lida Kinoshita, doutora em física da USP e membro da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância; Giovanni Menegoz, tradutor; Tibério Canuto, jornalista; Eliete Negreiros, cantora e pesquisadora de música popular brasileira; Silvano Tarantelli, jornalista; Wanderlei Silva, diretor do Polo de Cinema e Video do DF; Diógenes Botelho, jornalista; Arnaldo Jardim, deputado federal; Davi Zaia, deputado e presidente estadual do PPS de São Paulo; Carlos Fernandes, presidente municipal do PPS de São Paulo; Nelson Teixeira, secretário-geral do PPS de São Paulo; Moacir Longo, presidente de honra do PPS; Maurício Huertas, jornalista e coordenador do Movimento Vergonha Nunca Mais, pela Ética na Política.
IMPORTANTE: A participação é aberta a qualquer cidadão. Estão listadas acima apenas as assinaturas iniciais do documento. A íntegra dos nomes dos apoiadores será atualizada e divulgada no decorrer dos dias. Para aderir ao manifesto, envie um e-mail para: vergonha@uol.com.br
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Soninha
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Queridos amigos,
(e desconhecidos que por acaso tb recebam)
Trago boas novas!
Há mais ou menos um mês comecei a trabalhar com uma pessoa com quem me identifico, que verdadeiramente acredito: a Soninha. Pessoa para quem fiz campanha em 2004 e 2006 e que agora, não poderia ser diferente!
Acompanhei seu mandato pelo blog (http://gabinetesoninha.zip.net/) e pelo site (http://www.soninha.com.br/), e já gostava dela; agora então que estou perto, nem se fale! Não é puxa-saquismo: ela é realmente encantadora, além de muito inteligente e extremamente dedicada!
Estou muito feliz!!! Não só por estar trabalhando em algo que gosto, mas também pelo fato do único político em quem posso dizer que confio 100% ter a cara e a coragem de agora se candidatar e enfrentar a disputa pela Prefeitura de São Paulo. - O que não significa que desconfie inteiramente de todos os outro, nem que eventualmente nós duas não possamos ter opiniões divergentes...
Bom, escreveria muito mais - quem me conhece sabe que eu me empolgo quando começo a escrever - mas vou parar por aqui porque não quero que parem antes do fim! ;)
Estou encaminhando junto a newsletter da campanha e, se alguém tiver interesse em continuar recebendo, é só me informar que eu incluo na lista. Queria muito ter enviado antes, pois hoje é a festa de lançamento da campanha, mas a correria não permitiu... espero que alguém ainda receba a tempo de me encontrar hoje à noite!
Beijos!
--
Ana Estrella Vargas
http://anaestrella.blogspot.com/
http://www.soninha.com.br/
http://www.tropis.org/
[Não vou colocar a newsletter porque a lei eleitoral está tão, tão excessivamente restrita, que poderiam caracterizar propaganda indevida... e como o desconfiado morreu de velho...]
***
Recebi várias respostas!! Alguns querendo receber a news, outros agradecendo pela informação de que é candidata a prefeita. Muitos ficaram felizes por mim "por que eu merecia algo melhor mesmo." Uma amiga disse que a Soninha tem imã para atrair gente boa, outra encaminhou o e-mail para seus contatos com elogios a mim e a meu pai.
A reação das pessoas, em geral, é muito boa! Só queria deixar registrado que foi maravilhoso receber tantas respostas positivas!!
E vamos a luta!!! Hoje tem debate na Band às 21h30, acho que estamos mais aflitos que ela. Não quero perder um minuto sequer!!
domingo, 27 de julho de 2008
Tião Reciclado - Cine Pólis
Dia desses fui ao Cine Pólis assistir um documentário chamado Tião Reciclado. Antes de começar o filme estavam passando o “Panorama – Arte na Periferia” filme de Peu Pereira mais uns amigos, que adoro ver, por que retrata muito do movimento artístico da Zona Sul, onde morei e “cresci”.
(As bandeiras do Brasil e do Movimento dos Catadores junto com placas reivindicando direitos básicos: moradia, saúde, educação, cultura, música, poesia, teatro, etc.)
Encontrei um amigo que estudou na minha faculdade, pessoa linda de corpo e alma, que trabalha com o movimento de população de rua; nos conhecemos em um Seminário de Inclusão Social Urbana. Lembro que naquele dia fiz uma pergunta (por escrito) ao então Secretário de Assistência Social, Floriano Pesaro, que simplesmente não foi respondida. A idéia é simples, mas depende de algo um tanto quanto raro: vontade política.
(O Daniel que se formou na ESP - acho que antes de eu entrar - vire e mexe nos encontramos nos eventos e butecos)
Minha questão era, e ainda é: “Por que as Secretarias de Serviço, Trabalho, Verde e Meio Ambiente e Assistência e Desenvolvimento Social não se juntam para fazer um programa com as pessoas em situação de rua para que sejam capacitadas como agentes ambientais, de maneira que possam fazer corretamente a coleta e também a conscientização ambiental boca-a-boca? Assim, recebendo por isso, poderiam sair da situação em que se encontram. Mas devem receber mais do que simplesmente o valor do material coletado, pois estão prestando um serviço a cidade, e se a outra coleta recebe (e saí caríssima aos cofres) por que esta não? Desta forma poderíamos atacar dois problemas imensos e gravíssimos da cidade: a ineficácia da coleta seletiva e o absurdo número – cerca de 12 mil – de pessoas morando nas ruas.”
(Fizemos uma roda imensa, tinha um monte de gente!)
Para nossa surpresa o ex-secretário, que agora está em campanha, estava lá. Teria eu a oportunidade de fazer-lhe novamente a pergunta, desta fez mais bem elaborada, podendo ser explicada verbalmente? Claro que não. Inútil ilusão! O homem não é besta, não ficaria lá para o debate, pois sabia que não lhe seria nada fácil, ficaria sem saber o que responder, no mínimo.
(Tião é o segundo, de blusa cinza)
Tião foi morador de rua por muito tempo, até que um dia se deu conta de que saber ler e escrever não era pouca coisa. Foi assim que começou a escrever e se envolver com conselhos representativos e movimentos de população de rua. Escreveu recentemente Diário de um Carroceiro, que foi representado em Teatro - no documentário há alguns trechos da peça.
(O sambista que foi preso quando tentava passar a noite dormindo na igreja, explicou o ocorrido e pediu desculpa aos colegas, precisa de outro instrumento pq o seu ficou preso, mas ñão por isso deixou de cantar um e outro samba, só na palma da mão. Foi lindo!)
O filme é muito gostoso, envolvente. O que mais me marcou foi ver ele filmando no gramado do Anhangabaú falando do prédio no qual ia às reuniões do Conselho na Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, no mesmo prédio em que eu trabalhava. Era o mesmo gramado que eu cruzava pelas manhãs. Sempre ficava olhando as pessoas dormindo nele em cima de papelões, enrolados em cobertores cinzas que a SMADS distribui. As plantas quase sempre estavam floridas e os passarinhos sempre estavam por ali comendo sementinhas e migalhas. Os que já estavam acordados às vezes me surpreendiam com um “bom dia”... eu ficava tão feliz de poder ao menos retribuir esse simples gesto!
(A pequena de rosa é a Bia, filha do Anderson, se sente super a vontade com todo mundo, me lembrou minha sobrinha)
No Cine Pólis, Tião parecia se sentir em casa: estava rodeado de sua “família”, de suas pessoas queridas. Foi apresentando as lideranças e apoiadores ali presentes, feliz da vida! Ficou meio ressabiado comigo por ter contado que trabalho com a Soninha, que agora é candidata a Prefeita. Minha sorte foi que o Anderson, que está nessa luta faz tempo também, contou que naquela mesma semana precisou de ajuda e só pôde contar com a Soninha. E não é conversa: o quê nosso Chefe de Gabinete, que é a advogado, enfrenta, não é bolinho não. Na sexta passou praticamente o dia inteiro tentando impedir uma desocupação. Nas últimas semanas a Prefeitura tem pegado pesado, quer “limpar a cidade”. Na segunda (28/07) às 9h haverá manifestação na Praça da Sé para denunciar e protestar contra essa situação.
(O de boné branco é o Anderson, que sempre que preciso pede socorro no gabinete, também tem outra filha menor de quem a Soninha é madrinha)
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Entre o passado e o futuro
É tão fácil cairmos em velhos e tão simplistas discursos. Há uns dias recebi um e-mail dela contando que só agora tinha visto a resposta do comentário, que lhe "pareceu genial". Quando li de novo, resolvi traduzir e colocar aqui. Mas, pensando bem... não consigo me imaginar escrevendo pra minha mãe em português, soa tão falso... e não é tão difícil entender o espanhol – não entendendo algo, é só perguntar – ainda sou professora. ;-)
“Mami,
por qué será que los padres siempre quieren que los hijos hagan lo que no hicieron?
Ponte a escribir un proyecto de maestrazgo, qué te parece?
Ah! Y sobre los drogadictos, eso no se da por no trabajar, sino, por no tener sus padres, que se pasan todo el día trabajando y además intentan olvidar o ocultar su pasado. Eso sí es un gran problema, lo que Hannah Arent llama de "la laguna entre en pasado y el futuro". Las personas rechazando el pasado y la tradición, cultivan un vacío en su interior que hace con que la vida no tenga ningún sentido. No tienen un hilo, están perdidos en el espacio. Eso hay que arreglarlo, pero al capitalismo, no le interesa nada, porque las personas compran más y más, intentando rellenar sus huecos negros. No saben que sólo las ideas pueden rellenarlo.”
Tá bom vai, eu traduzo, mas só dessa vez:
“Mãe, por que será que os pais sempre querem que os filhos façam o que não fizeram? Por que você não começa a escrever um projeto de mestrado?
Ah! E sobre os viciados, isso não se dá por não trabalharem, mas sim por não terem seus pais que passam o dia todo trabalhando e ainda por cima tentam esquecer e apagar o seu passado. Isso sim é um grande problema, o que a Hannah Arendt chama da “lacuna entre o passado e o futuro”. As pessoas rejeitando o passado e a tradição, cultivam um vazio dentro de si que faz com que a vida não tenha sentido algum. Não têm um fio, uma ligação, estão perdidos no espaço. Isso é necessário mudar, mas o capitalismo não se interessa nada por isso, pois as pessoas compram mais e mais, tentando preencher seus buracos negros. Não sabem que só as idéias podem preenchê-lo.”
Minha mãe gostou da sugestão do mestrado e disse que vai começar por estudar a fantástica Hannah Arendt, quem eu amaria ter tempo de estudar, e que um dia eu vou, ah si vou!
segunda-feira, 14 de julho de 2008
A saga de encontrar um AP no centro de SP - parte III
Eu e o Bira saímos no feriado de manhã, assim que descemos as escadas vimos que tinha gente se mudando, perguntamos para o porteiro e ele disse que o apartamento que estava sendo desocupado já estava alugado! Disse que havia um no outro bloco que talvez fosse desocupar e fomos lá ver, gostei do apartamento e da proprietária e ficaria em R$ 750,00 (o máximo que estava disposta a pagar), mas ela só sairia no final do mês! L
Andamos para outros lados que ainda não tinha ido, vimos uma kit que parecia ter sido cortada no meio (estava bem mais pra quina!) por R$ 650! Vimos umas bem legais na Frei Caneca por mais de R$ 800,00... pra aqueles lados é mais caro ainda! Acabou o dia e não encontrei nada razoável! Liguei pra minha mãe avisando que podia ter que vir assinar contrato se eu encontrasse algo.
No dia seguinte já estava desconsolada... pensando em ligar para a proprietária e pedir um prazo maior. Liguei para algumas imobiliárias e quando estava falando com uma delas meu telefone tocou e era a proprietária dizendo que eu não precisava mais sair!!! Eu mal podia acreditar!!! Não fiquei muito feliz pelo motivo: ela pensou que a Caixa quitaria o imóvel, mas como o marido morreu de uma doença pré-existente, isso não aconteceria e precisaria do meu aluguel para continuar pagando as parcelas. Parece que a filha vai se mudar e ela vai ficar com o ap da filha. E o Bira... vai pro ap que vai liberar no final do mês que fica no mesmo prédio!!!
Dá pra acreditar? Parece até final feliz de novela!
sexta-feira, 11 de julho de 2008
A saga de encontrar um AP no centro de SP – parte II
Continuei procurando e procurando, procurando, procurando... como pode ser tão difícil? Rodei, rodei, rodei: achei algumas coisas legais e extremamente caras, outras horríveis e nem por isso tão baratas! Inicialmente queria um apartamento de dois quartos para poder dividir com o Bira que está acampado na minha sala há mais de um ano e assim, dividindo as despesas ficaria mais em conta para os dois. Não imaginava o quão difícil é achar um apartamento de dois quartos no centro, e o quanto é caro quando se encontra: condomínio de R$ 400,00?? Não dá, definitivamente, não dá.
O tempo foi passando e nada, falei para o Bira que sentia muito, mas que se achasse ap de um quarto alugaria porque não podia continuar procurando infinitamente. Ele entendeu. Continuamos procurando. Estendi a busca para a região da Câmara, mas nem assim. Quer dizer... na verdade, encontrei um ap bem legal no prédio do lado do meu, de um quarto só, mas com armários, banheira e área de serviço. Total: R$ 800,00. Gostei sim, mas uma diferença de R$ 250,00 por isso ainda achei que era muito.
Mudei de idéia quando fui ver dois apartamentos que não gostei e que não estavam bem localizados por R$ 750,00 e quando a corretora disse que havia alugado um ap no meu prédio por R$ 800,00(!!)... É os preços aumentaram absurdamente e tinha que aceitar. Decidi ficar com o ap que gostei que milagrosamente uma semana depois ainda não tinha sido alugado. Bom, se dependesse só do atendimento da corretora, não seria nunca! Ela só aceitava fiador de São Paulo que estivesse com o imóvel quitado, ou então: seguro fiança.
O imóvel do Samuel apesar de faltar coisa pouca, ainda não está totalmente quitado e seguro fiança é roubo. Sempre, sempre, sempre desde o meu primeiro contrato de aluguel quando tinha 18 anos, nunca deixei de pagar meu aluguel e quase sempre pagava antes da data. Como agora tenho que pagar cerca de R$ 1.500,00 para que alguém venha dizer que eu vou pagar meu aluguel em dia?? Uma empresa que vai ficar com meu dinheiro assim, sem mais nem menos? Com esse valor posso pagar 10 passagens de ida e volta pra minha mãe que foi minha fiadora nos últimos dois imóveis, ou então, posso comprar um computador novo pra ela que vive sofrendo com o capenga que tem. Ah, tenha dó! Não tem cabimento uma coisa dessas!
Descobri que é mais fácil comprar que alugar, mas como não tinha tempo para procurar um bom lugar e esperar a aprovação da documentação... continuei procurando. Ah! Até pedi para o Bira ir conversar com a corretora para explicar a situação, dizer que tinha bons fiadores, etc... de nada adiantou. A mulher não estava nem um pouco preocupada, menos ainda interessada em ajudar.
Na terça deixei de dar aula para ver um ap que estava precisando uma super reforma - fico tão triste quando vejo imóveis tão mal cuidados! - e ainda por cima era longe!! Fiquei muito chateada. Ainda mais porque antes de ir a proprietária me ligou contando que o marido havia falecido no domingo :(era tão novo e tão legal)... e que agora precisaria do ap mais do que nunca. Eu pedi desculpas pela demora (quase dois meses), expliquei que estava complicado conseguir e prometi que até o final da semana sairia.
[continua...]
quinta-feira, 10 de julho de 2008
A saga de encontrar um AP no centro de SP – parte I
Enquanto falava com ela, compreendi perfeitamente a situação e me dispus a sair o quanto antes, depois que desliguei o telefone, entrei em crise: ainda estava desempregada e não sabia o que fazer! Voltar pra zona sul? Trancar a matricula e ir embora dessa cidade maluca? Estava quase tomando uma decisão precipitada quando resolvi me dar uma semana para decidir.
Decidi que não voltaria para a zona sul e que não pararia a faculdade, encontraria outro lugar por ali mesmo. Adorava meu apartamento, mas comecei a olhar os defeitos, o barulho começou a me irritar, a falta de uma área de serviço, etc... Apesar de meio desanimada, comecei a procurar: o primeiro que encontrei era do lado da faculdade, estava bem legal, mas era de um quarto só e custava no total R$ 800,00 por mês(!!), para quem paga R$ 550,00, a diferença era muito grande!
Encontrei outro de dois quartos com uma sacada imensa, adorei e o total dava R$ 832,00!!! Corri atrás de tudo: Pedi para o meu irmão para alugar no nome dele que está registrado, pedi para o Samuel ser meu fiador, tudo certo, não fosse haver 03 pessoas na minha frente! Ai... fiquei tão decepcionada!
[continua...]
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Sonhos se realizam!!!!
Sempre, desde criança, tive aquela vontade utópica de um dia mudar o mundo. Mas... conforme a gente vai crescendo e aprendendo, percebe que a coisa não é nem de longe (e menos ainda de perto) viável como gostaríamos. Uma certa dose de realidade fez com que eu trouxesse meus sonhos para mais perto, pois "sonhos são como Deuses, quando não se acredita neles, deixam de existir". O meu sonho passou a ser: assessorar a um bom político. Coisa que não pareceria tão difícil, se os bons políticos não fossem tão, tão raros!
Por que os sonhos se realizam? Não vou fazer suspense: Porque hoje tive a felicidade de ser nomeada Assistente Parlamentar da Vereadora em quem votei, para quem fiz campanha e em quem realmente confio e acredito. Pessoa que admiro muitíssimo e para quem já tenho há um mês o prazer de dar aulas de espanhol.
Obrigada Soninha! Não tem noção do quanto estou FELIZ com essa oportunidade!!
:) ;) :D
PS: Não tenho como me livrar do vício do trabalho mesmo: o único trabalho que estava disposta a aceitar foi o que me apareceu!
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Sarau de Inauguração da Biblioteca Trópis
Ah! A Trópis iniciativas sócio-culturais é algo um pouco complexo de explicar: é uma associação que fundamos em 1998 para dar suporte jurídico e institucional a uma série de iniciativas que tínhamos, éramos um bando de adolescentes aprendendo pelo e para o convívio com um professor extremamente inteligente e exigente que investiu tudo o que tinha e o que não tinha nesse projeto de educação convivial, mas que também aprendeu muito com a gente.
A Trópis foi uma formação extra-escolar que se tornou o diferencial de vários jovens que tiveram a oportunidade de participar. Quando estava no auge de sua expansão, alguns dos membros decidiram tentar a vida em outro lugar que não São Paulo, eu acabei ficando aqui, mas a Trópis por uns anos ficou no litoral... (tem muita história! Quem quiser saber mais pode olhar em http://www.tropis.org/). No final, todo mundo acabou voltando e a associação ficou desativada. Chegamos a pensar em fechá-la juridicamente, mas não era o que queríamos.
Bom, agora a satisfação em reabrir a biblioteca foi imensa.
O Binho (do sarau do binho) ficou fascinado com a prateleira de cultura ameríndia! Fazia perguntas para o Ralf enquanto o Gunnar e a Paula com a pequena Potyra no colo, cantavam, claro!
Foi chegando mais e mais gente!
Com a especial presença do Binho e do Serginho poeta que o ano passando lançaram seu livro Donde Miras – Dois Poetas e um Caminho, que é bilíngue e absolutamente lindo!!
Ah! pela primeira vez foi permitido ter bebida alcoólica em um evento da Trópis, mas só depois das 22h! A gente cresceu, né? ;-)
A biblioteca fica na garagem que agora tem os portões protegidos por um plástico grosso que foi reaproveitado de uma faixa de divulgação do VAI. Estava um frio do cão, mas isso não espantou ninguém não!
O Sarau também contou com a encantadora presença de Euller do grupo Umojá, que sabe contar histórias como só ele! Com seu sotaque lindo de doer, não teve quem não parasse pra prestar atenção e dar risada!
Até eu me arrisquei e coloquei o pé no "palco". Sou tímida, dificilmente apresento algo, mas era um dia muito especial!
Mais de mil discos de viníl também foram desencaixotados, estão na sala da casa...
Pra onde fomos dançar e matar a saudade de tantos sons que ouvíamos...
Isto não é uma sauna gay, mas os meninos até que estão em forma, né?
O sarau foi MARAVILHOSO! Melhor do que esperávamos!! ADOREI!
e
O espaço é NOSSO!
Aproveito para convidar todos a pensarem e participarem de atividades que o mantenham vivo! ;-)
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Teresópolis
Apesar de meus dois feriados terem sido maravilhosos, nas duas últimas semanas estive meio doente e parei de escrever, mas... ainda não pretendo parar de vez.
Tampouco posso deixar de mostrar as fotos!
E claro que, antes de subir a serra...
Fomos obrigados a parar em Copacabana para tomar um chop...
Passamos no Vidigal para dar um beijo em meu sobrinho e...
Chegamos na casa de minha mãe (onde morei até os 13 anos) já de noite... num frio de lascar!
No domingo subimos os mais de 400 degraus que minha mãe fez até o topo da montanha que está do lado da casa, enquanto subiamos ela ia contando a história de quando deixou de ser atéia...
e de como prometeu construir uma capelinha lá no topo, apesar de que não a imaginava bem assim. Ah! todo mundo que va lá tem que assinar o livro de visitas!
Essa é a vista lá de cima da Granja Comary onde a Seleção Brasileira treina.
E esta é a vista da janela da sala! Do outro lado dá pra ver até a Bahia de Guanabara, mas não tenho nenhuma foto aqui. (Outro dia eu coloco.)
Que saudade que eu estava dele!
Meu Dedo de Deus!
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Flexibilização do trabalho
Bom, depois que fui exonerada, pude perceber o quanto estava insatisfeita e até fiquei feliz com a idéia de trabalhar “por conta própria”: dar aulas, oficinas, participar de projetos, etc. A idéia de verdade me agrada, e foi a única maneira que encontrei de poder levar a faculdade a sério. O problema é que as coisas não são tão fáceis quanto gostaríamos, já estou há mais de um mês sem trabalhar, e as coisas começam a se complicar...
Felizmente, na quarta apareceu algo: fui assistente em uma entrevista com o Secretário de Planejamento de Santos, foi muito legal! Nem sabia quanto receberia, mas valia a pena de qualquer jeito, pois além de a entrevista ter sido muito boa, ver o mar... “não tem preço”... almoçar de frente pra ele tem, mas não fui eu que paguei! ;)
Na sexta de manhã, já tinha passado a noite acordada tentando terminar o trabalho de sociologia que deveria ter entregado na quarta, quando tocou o telefone. Era uma mulher de um instituto de pesquisas querendo saber se eu tinha interesse em trabalhar dois dias com eles. Claro que sim! Mas... pra quando? Hoje??? Olhei para o trabalho de sociologia, não queria ter que parar. O que eu ia dizer para a professora se na quarta já tinha dado a desculpa do “bico” que apareceu de última hora? Agora sim era de última hora! Não podia pensar muito, resolvi então perguntar: “qual o valor?” A pessoa me disse que precisava atender outra ligação e que já me ligaria de novo.
Enquanto ela não ligava fiquei pensando nas contas que ainda não sabia como pagar. Por mais que quisesse estudar, não podia recusar, principalmente porque era a primeira vez que me chamavam. A mulher estava demorando e me arrependi de ter hesitado e de ter perguntado o valor. Será que não voltaria a ligar?
Quando o telefone tocou de novo eu já estava pronta para dizer sim, indiferentemente de valor. Ela então explicou que pagavam R$ 50,00 por dia, mas como seria só meio dia, R$ 25,00. Nesse dia deveria confirmar alguns questionários de pesquisa, já no outro, que seria terça-feira, ficaria digitando e receberia R$ 0,50 por questionário digitado. Apesar do valor ser baixo, aceitei.
Alguns minutos depois já estava amargamente arrependida! Enquanto tomava banho xingava Deus e o mundo por ter que parar de estudar para ganhar R$ 25,00!! Mas já tinha aceitado, tinha que ir. Um amigo me ligou contando que iríamos visitar minha mãe em Teresópolis no final de semana, e fiquei mais revoltada ainda, pois não poderia ir: tinha que prestar concurso. Meses sem ver minha mãe e ia perder a oportunidade de ir sem ter que pagar nada! Quando descobri que o concurso seria só no outro domingo, a revolta passou e fui encarar o trabalho super feliz.
A pesquisa era sobre cosméticos (!!), o trabalho não rendia e as horas não passavam. Foi uma verdadeira tortura. A pessoa que me chamou explicou que tinha esquecido de avisar que para receber eu teria que participar da cooperativa, mas que se eu não quisesse havia outro modo de resolver a questão. Falei que tudo bem, mas depois que vi a burocracia que teria que encarar e me dei conta de que era uma cooperativa de fachada, decidi que não. Comuniquei no final do dia.
A notícia não foi bem recebida. A mulher chamou outra pessoa para conversar comigo que me explicou que pra continuar trabalhando com eles eu teria que me cooperar. Perguntei se eles sempre pagavam mal e falei que não tinha problema, pois não pretendia continuar. O rapaz, que eu já conhecia da faculdade, disse que não, que quando houvesse algo mais interessante eles me chamariam e dariam prioridade a mim por te me empenhado em uma pesquisa mal paga. Eu continuei recusando e ele disse que tudo bem, mas que eu demoraria um pouco para receber. Quanto? Uns 25 a 30 dias!! – Quase me descontrolo:
- Eu vou te matar! Deixei de fazer o meu trabalho de sociologia...
No final, fiquei de pensar e dar a resposta na terça. Se quiser me cooperar posso trabalhar, se não, não.
O mais legal e deprimente foi ter encontrado os meus veteranos da faculdade lá. Fui obrigada a perguntar:
- Não foi pra isso que vocês fizeram sociologia, né?
- Não, mas a gente tem que pagar as contas... fazer o quê?
As contas, as tais das contas!
No final das contas, não me arrependi de ter ido não. Tinha travado no trabalho de sociologia justo na parte da flexibilização do trabalho, que não me parecia algo tão ruim, porque ainda não sabia o que realmente era. Tive a oportunidade de ver e entender na prática!
O pior de tudo é que apesar de desaprovar completamente o uso da cooperativa dessa forma, estou pensando em me cooperar e ainda aceitar um outro trabalho de salário ínfimo no qual passei no processo seletivo. A vida passa, mas as contas não. Fazer o quê?
domingo, 13 de abril de 2008
Indignação
Juro que não entendo como dava conta de trabalhar e estudar! Preciso começar a escrever meu trabalho de sociologia, mas antes, preciso muito escrever outra coisa:
Hoje estava deitada na minha cama sem fazer nada... ou melhor, aparentemente sem fazer nada: estava pensando (como sempre) e, de repente, me dei conta do custo de estar ali deitada, sem supostamente fazer nada.
Ando meio angustiada de perceber que minha idéia inicial de ficar só dando aulas de espanhol para poder me dedicar aos estudos no tempo restante pode não dar certo. Várias pessoas têm interesse em fazer aula, mas efetivamente, parece que nenhuma tem o suficiente para conseguir um horário, marcar, comparecer, pagar, etc.
Não que eu faça tanta questão assim de ensinar espanhol, mas... me aperta o coração a idéia de ter que abrir mão de minha casa ou minha faculdade. É o plano B, ou C, no qual não quero nem ter que pensar.
Estava tranqüila porque sei que as coisas não acontecem do dia pra noite, porém, contudo, todavia, as contas não deixam de vencer, e a proximidade do fato vai fazendo com que a ansiedade tome o lugar da tranqüilidade.
A outra possibilidade é conseguir outro emprego fixo, que pode demorar ou não, mas que significaria abrir mão dos projetos que quero escrever... o que não me agrada nada. Ainda assim, é menos pior do que ter que abrir mão da minha casinha.
Em casa me sinto como em um oásis! Apesar de ainda não ter conseguido arrumar a bagunça de papeis, textos e contas, já consegui deixar os espaços mais aconchegantes e agradáveis: me sinto tão em casa em casa! J é tão bom...
Mas aí me dou conta do quão absurdo é que eu seja obrigada a trabalhar para poder deitar em um espaço abrigado no qual me sinto bem. Quem foi que disse que a Terra estava à venda? Quem foi que loteou? Para quem pagaram? Eu pago R$ 0.74 por hora, para poder ter uma casa, indiferente de estar nela ou não. O normal seria não estar, do contrário, como vou pagar? E isso que há mais pessoas morando embaixo e encima, ou seja, estamos todos usando um mesmo pedaço de terra!
Não sou marxista, mas acho fantástico quando o Marx afirma que ninguém é dono da terra, “somente seus usufrutuários”. Mas estamos tão acostumados com ter que pagar para poder viver, que o absurdo nos parece o contrário, como pode ser?
Tudo bem termos que pagar pela comida, que apesar da terra não cobrar nada para fazer nascer, há pessoas trabalhando no plantio, colheita, transporte e disposição, mas, não termos direito a moradia digna é demais! Claro que alguém trabalhou para construir, mas com certeza, alguém saiu ganhando muito mais, e com certeza, não foi o trabalhador.
Mas o que seria do capitalismo se as pessoas não fossem obrigadas a trabalhar e começassem a pensar? Isto é, se essa oportunidade lhes fosse dada e nutrida na escola, se tivéssemos aulas de filosofia, sociologia, psicologia... com professores que dessem aula por gosto e não porque têm que pagar o aluguel!
Isso não significa que eu ache que precisamos implantar o comunismo ou socialismo. Isso significa que acho que é preciso repensar já. E que precisamos começar por mudar a forma de educar.
Quero trabalhar por uma educação encantada, que pare de formar trabalhadores competidores e rivais e passe a transformar as pessoas em criaturas sábias, que sejam capazes de compreender, ensinar, aprender e conviver. Que possam trabalhar em prol de sua natureza (não hobbesiana), interna e externa. Ou como diz o Manifesto pelo Reencantamento do Mundo: Ser Humano e Natureza parceiros, mundo e vida construídos como Arte.”
Se eu conseguir usar esta vida para colaborar com essa transformação de alguma forma, morrerei satisfeita. Se não, com certeza, a morte será o meu maior alívio.
Minha casa-oásis
O gatinho que fiz com materiais reaproveitados e reciclados. Não tenho como comprar presentes para os aniversariantes, mas posso fazê-los! Deu trabalho mas valeu a pena! Achei ele tão lindo!
quarta-feira, 2 de abril de 2008
O que eu ando fazendo que não escrevo?
De qualquer forma, já estava mais do que na hora de dar uma satisfação mínima.
Pela última postagem, vocês devem imaginar que me entreguei de vez à preguiça... mas não tem sido bem assim não.
A verdade é que não me livrei do vício do trabalho, fiquei feliz em sair da Prefeitura porque lá, não me deixavam trabalhar.
Agora, estou trabalhando na conscientização dos alunos da faculdade, todos os dias faço em uma sala diferente, e salvo um e outro inconveniente, tem sido uma experiência muito boa! Depois quero ver se escrevo um texto com base nessa "aula" que estou dando.
Uma coisa que me atrapalha bastante a vida é ter que vir ao laboratório de informática da faculdade toda vez que preciso usar a internet. Decidi então que para poder trabalhar em casa, preciso ter internet, mas como aprendi com minha mãe o método de recompensa... decidi que só contratarei o acesso quando minha casa estiver em ordem. Isso tem dado muito trabalho! Mas é uma recompensa por si só: minha casa esta ficando linda!!
Não sei se as coisas são realmente complicadas ou se eu que sou atrapalhada, mas... tudo me toma muito tempo! Por exemplo: para descobrir qual será o serviço de internet mais barato pra mim, terei que ligar nas empresas, falar com funcionários que farão de tudo pra me convencer, comparar as vantagens e desvantagens e... tem gente que adora fazer isso, mas eu, não tenho vontade não.
O que sei é que, superada essa faze, será muito mais fácil publicar novas postagens (com fotos!) aqui. E tem TANTA coisa acumulada que quero escrever!!
Desde que estou desempregada só consegui assistir a um filme. Sempre tenho um monte de outras coisas mais importantes pra fazer. Estou com os horários de sono bem desregulados: adoro trabalhar à noite e estou tendo que acordar cedo! Passo o dia morrendo de sono! E se encostar... já era!
Bom, efetivamente tinha coisas mais interessantes para escrever, mas, mais uma vez, ficarão para uma próxima. Amanhã tenho prova de política e na sexta de manhã preciso estar com o projeto de iniciação científica semipronto! Além de ter que entender algo de estatística, pois, como perdi algumas aulas, estou completamente perdida!! Ai. Preciso correr!
domingo, 23 de março de 2008
Feliz, apesar de tudo!
Acredito que consegui me livrar do vício do trabalho, mas não sei se isso foi tão bom assim. Estou pensando em quem sabe adquirir outro vício para compensar, talvez tomar café... quem sabe assim consigo ficar acordada pra me livrar da lista interminável de coisas a fazer que consegui colocar no papel ontem (já é um avanço:). Os vícios nos ajudam a adquirir ritmo, não são de todo mal.
Às vezes me revolto com algumas coisas, mas é cada vez mais raro... ando feliz, apesar de tudo. - É que falar mal sobre a vida com embasamento, dá muito trabalho! Sem ser repetitivo então, é quase impossível!
(a vida acadêmica é mesmo uma piada: você tem que escrever algo novo, com base em tudo o que um monte de gente já disse!)
Falando em vida acadêmica... já comecei a pesquisar sobre a imagem do servidor público, o projeto de iniciação científica que estou tentando escrever há quase um ano. O problema é que, não consigo deixar de ter uma idéia diferente, sobre outro projeto, a cada dia! - Isso se chama ócio criativo :D (idéia desenvolvida por Paul Lafargue e Doménico DeMasi).
Lembro que no ano passado achava engraçado as pessoas terem tanta dificuldade em escolher o que estudar, eu tinha tanta certeza... hoje a única certeza que aumenta, é a de que a gente paga a língua, e até mesmo o pensamento!
Esses tempos pensei em estudar o aumento do consumo de anti-depressivos, da razão de muitos terem vontade de se suicidar enquanto outros nem sabem o que é isso... o que me suscitou a curiosidade de saber se entre os estudantes de sociologia os índices são mais altos, de saber por qual motivo escolheram estudar a sociedade, etc e tal. Da primeira parte pretendo pelo menos escrever uma matéria.
Também pensei em estudar os resultados de um ponto de cultura da periferia da região central... Ah! Na terça tive uma idéia que gostei bastante: mostrar como a música retrata a vida da cidade do trabalho e relacionar isso com as questões que envolvem a metrópole e as periferias... fazer a música dialogar com a academia e ver se de repente não estão falando a mesma coisa, mas com linguagens diferentes! - Que tal?
Na quinta descobri que a FESP vai dar um curso de pós-graduação em segurança pública. Quase todos os candidatos são da polícia ou da guarda civil. Terão aula de sociologia, psicologia, etc. Achei muito interessante, e como a capacitação de professores e policiais é um assunto que há muito me interessa - o qual inclusive tenho planos de estudar mais pra frente - analisar os resultados desse curso, também seria uma boa!
Na sexta, pensei em estudar alguma coisa relacionada aos blogs ou a internet, só para ter a comodidade de trabalhar em casa! - é o cúmulo da preguiça, não?! :)
A última idéia, ainda não amadurecida, foi um aprofundamento em Hannah Arendt ou talvez na Escola de Frankfurt - que amei estudar o ano passado! Poderia fazer um recorte em Walter Benjamin, na importância das narrativas na educação...
Ai, preciso mesmo dar continuidade ao que já comecei, se não, vou me formar e ainda não terei decidido! - Antes não tinha tempo, agora não tenho foco. E meu orientador está cada dia mais disputado, periga dele desistir de mim desse jeito!
Seja como for, eu não mereço ficar em casa estudando no lugar de ficar me frustrando em um trabalho sem sentido?
Sei que deveria estar estudando para a prova de amanhã, que o estado do meu histórico conta para a aprovação do projeto de iniciação, mas... apesar de admirar muito os povos indígenas e ter o maior respeito, não aguento mais ouvir falar em relação de parentesco!! Parece ser o único que importa para a antropologia, é... cansativo! E como a preguiça toma conta do meu ser... amanhã eu peço para a Maíra me explicar... ;)
Antes das conseqüências... a irresponsabilidade é tão confortável!
Eleições 2008
Tenho um monte de coisas para contar, mas por hora, só vou indicar outra coisa que acho que vale muito mais a pena ler: A entrevista da Soninha que saiu na Folha.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2008/03/18/ult2041u353.jhtm
As eleições se aproximam... finalmente algo na TV que interessa a cidade e, por supuesto, a mim. Agora até vale ter uma antena. Esse ano, promete!
quinta-feira, 13 de março de 2008
TRABALHO X ARTE
O lado bom é que, superada essa faze inicial (que pode voltar a qualquer momento), é tão, tão bom poder ficar em casa!! Posso ler, escrever, ver um filme, arrumar minha casa... tanta coisa! Nem consigo acreditar! Apesar de que, muitas vezes, acabo dormindo... confesso que tenho dormido muito.
O mais complicado é que não tenho mais desculpas para não ler os textos da faculdade, e têm alguns que só de pensar já sinto sono! Mas finalmente vou poder estudar de verdade, para isso pretendo aproveitar meu tempo livre. Também não tenho mais desculpas para não limpar a casa, lavar a roupa... ai!
O que é mais estranho nisso tudo, é que antes não conseguia me imaginar sem trabalho, sempre gostei de trabalhar, desde criança. Lembro que minha mãe brigava comigo para que eu fosse dormir porque eu queria ficar trabalhando no bar a madrugada inteira! Até uns meses atrás amava o meu trabalho, me pergunto o que fez isso mudar.
A frustração de não poder realizar meus projetos, a percepção de que com a dedicação total e absoluta não tinha tempo de olhar para minha vida pessoal, ou ter começado a estudar o tema trabalho? Um pouco dos três talvez, mas o último com um pouco mais de parte quem sabe: Ler A Loucura do Trabalho (Christophe Dejours), Adeus ao Trabalho? (Ricardo Antunes), Direito a Preguiça (Paul Lafargue), dentre outros, deve ter afetado minha cabeça!
Paul Lafargue afirma que os homens deveriam ser proibidos de trabalhar mais que três horas por dia. Concordo com ele em partes, não consigo ser tão radical, fico em no máximo seis horas. O problema é que se hoje fosse instituído o meio período na cidade de São Paulo, certamente as pessoas encontrariam um jeitinho de ter dois empregos. Ou seja, para que funcionasse seria necessário investir fortemente em uma campanha de conscientização e em tratamento para os viciados, há muitos!
Eu mesma muitas vezes tenho vontade de me entregar ao trabalho de corpo e alma, me sinto útil e não tenho tempo para ficar pensando... quando fico muitos dias em casa, acabo entrando em depressão. Penso no quanto as pessoas não têm tempo de pensar no quanto as coisas precisam mudar, e se pensam, não têm tempo de agir para isso. E se têm tempo... querem descansar, pelo amor de Deus!
Mas assim caminhamos para uma vida que não tem tempo de ser vivida! E sem perspectiva de melhora... aliás, sem nem noção do que pode ser uma melhora!
Para São Paulo acredito ser fundamental e urgente a instituição do meio período e a flexibilização de horários. Se não, daqui uns dias, está cidade vai dar um nó! Por que todos têm que trabalhar no mesmo horário? Não faz sentido!
Mas estou cansada de dizer e repetir tudo isso!
No momento o meu drama é não conseguir me decidir com relação ao tema do meu projeto de iniciação científica. Por um lado sou apaixonada pelo tema Trabalho, para o qual estou me preparando desde o ano passado, por outro, o tema Arte fica me olhando de longe, fazendo charme de abandono, sem acreditar que não vou me render, me entregar a seus encantos. A arte é o que faz a vida valer a pena! Ela sabe que a amo, mas... o meu orientador tem razão quando diz que o homem está condenado a fazer escolhas o tempo todo. Se amamos mais de um, sofremos. Por que o amor tem que ser excludente? Por que temos que escolher?
Quero escrever dois projetos. Mas se até agora não consegui escrever nem um, com que tempo vou me dedicar a dois? É, acho que o jeito vai ser me dedicar a um e continuar só namorando o outro. Deixar de lado, jamais. - Na filosofia da Trópis o único que pode ser excluído, é a própria exclusão. :)
terça-feira, 11 de março de 2008
No hay mal (ni bar) que por bien no venga!
No dia em que o meu chefe que me colocou na prefeitura foi demitido (há quase dois anos) senti uma dor de cabeça muito forte e fui embora antes dele contar, meu corpo talvez já soubesse, mas eu não queria saber. Na sexta-feira, voltei do almoço às 16h e quando fui escovar os dentes encontrei a Maíra (que era praticamente "minha" estagiaria antes de me mudarem de área) com muita dor de cabeça, disse a ela que fosse para minha casa descansar, comentamos como nossas chefias estavam estranhas e ao voltar, a coordenadora já estava me esperando com minha ex-diretora para me informar que precisavam do meu cargo, que no dia seguinte seria publicada minha exoneração e que na segunda outra pessoa começaria em meu lugar.
Recebi a notícia super bem, na verdade, até fiquei feliz! Estava há três semanas trabalhando como secretária da coordenadora, ensinando a função a uma nova funcionária e já estava contando os dias para pedir minha exoneração! Só fiquei chateada de terem avisado na última hora. Ainda bem que a Maíra não tinha ido embora, tinha menos de duas horas para separar as coisas que estavam em meu gaveteiro, salvar meus documentos, enviar e-mails... não consegui me despedir de quase ninguém, nem tive tempo de salvar meus e-mails.
Mas fiquei muito feliz de pensar que terei tempo para organizar minhas bagunças, para me dedicar ao meu projeto de iniciação científica e principalmente, para voltar a escrever meu blog! Era tudo que eu há dias queria, queria muito!
Claro que não estaria tão feliz se não estivesse confiante de que logo voltarei a trabalhar. Se isso não acontecer terei que trancar minha faculdade, e isso, eu definitivamente não quero.
Bom, perder o emprego, sem dúvida, é uma das melhores desculpas para encher a cara... claro que no dia seguinte você se pergunta porque não deu ouvidos àquele que avisou para não beber... mas faz parte, é quase uma tradição! Já que na segunda você pode fazer o que a ressaca não permitiu no sábado... por que não aproveitar?
terça-feira, 4 de março de 2008
Procurando...
Preciso muito escrever, qualquer coisa, não importa que não tenha muito sentido, nem que não fique bonito. Preciso desesperadamente escrever. Queria poder passar a noite inteira escrevendo, por que assim, vou me reencontrando. Mas tenho que dormir querendo ou não, pois amanhã, tenho que estar pronta para me perder de mim... de novo, de novo e mais uma vez. Até quando, não sei. Será que algum dia vão me buscar no balcão de achados e perdidos? Será a vida isso?
PS: Agora o metrô tem sistema de achados e perdidos via web!