domingo, 23 de março de 2008

Feliz, apesar de tudo!

Eu deveria estar desesperada por não saber como pagar as contas, por ter duas provas no começo da semana e por vários outros motivos... mas estou absurdamente tranqüila.

Acredito que consegui me livrar do vício do trabalho, mas não sei se isso foi tão bom assim. Estou pensando em quem sabe adquirir outro vício para compensar, talvez tomar café... quem sabe assim consigo ficar acordada pra me livrar da lista interminável de coisas a fazer que consegui colocar no papel ontem (já é um avanço:). Os vícios nos ajudam a adquirir ritmo, não são de todo mal.

Às vezes me revolto com algumas coisas, mas é cada vez mais raro... ando feliz, apesar de tudo. - É que falar mal sobre a vida com embasamento, dá muito trabalho! Sem ser repetitivo então, é quase impossível!
(a vida acadêmica é mesmo uma piada: você tem que escrever algo novo, com base em tudo o que um monte de gente já disse!)

Falando em vida acadêmica... já comecei a pesquisar sobre a imagem do servidor público, o projeto de iniciação científica que estou tentando escrever há quase um ano. O problema é que, não consigo deixar de ter uma idéia diferente, sobre outro projeto, a cada dia! - Isso se chama ócio criativo :D (idéia desenvolvida por Paul Lafargue e Doménico DeMasi).

Lembro que no ano passado achava engraçado as pessoas terem tanta dificuldade em escolher o que estudar, eu tinha tanta certeza... hoje a única certeza que aumenta, é a de que a gente paga a língua, e até mesmo o pensamento!

Esses tempos pensei em estudar o aumento do consumo de anti-depressivos, da razão de muitos terem vontade de se suicidar enquanto outros nem sabem o que é isso... o que me suscitou a curiosidade de saber se entre os estudantes de sociologia os índices são mais altos, de saber por qual motivo escolheram estudar a sociedade, etc e tal. Da primeira parte pretendo pelo menos escrever uma matéria.

Também pensei em estudar os resultados de um ponto de cultura da periferia da região central... Ah! Na terça tive uma idéia que gostei bastante: mostrar como a música retrata a vida da cidade do trabalho e relacionar isso com as questões que envolvem a metrópole e as periferias... fazer a música dialogar com a academia e ver se de repente não estão falando a mesma coisa, mas com linguagens diferentes! - Que tal?

Na quinta descobri que a FESP vai dar um curso de pós-graduação em segurança pública. Quase todos os candidatos são da polícia ou da guarda civil. Terão aula de sociologia, psicologia, etc. Achei muito interessante, e como a capacitação de professores e policiais é um assunto que há muito me interessa - o qual inclusive tenho planos de estudar mais pra frente - analisar os resultados desse curso, também seria uma boa!

Na sexta, pensei em estudar alguma coisa relacionada aos blogs ou a internet, só para ter a comodidade de trabalhar em casa! - é o cúmulo da preguiça, não?! :)

A última idéia, ainda não amadurecida, foi um aprofundamento em Hannah Arendt ou talvez na Escola de Frankfurt - que amei estudar o ano passado! Poderia fazer um recorte em Walter Benjamin, na importância das narrativas na educação...

Ai, preciso mesmo dar continuidade ao que já comecei, se não, vou me formar e ainda não terei decidido! - Antes não tinha tempo, agora não tenho foco. E meu orientador está cada dia mais disputado, periga dele desistir de mim desse jeito!

Seja como for, eu não mereço ficar em casa estudando no lugar de ficar me frustrando em um trabalho sem sentido?

Sei que deveria estar estudando para a prova de amanhã, que o estado do meu histórico conta para a aprovação do projeto de iniciação, mas... apesar de admirar muito os povos indígenas e ter o maior respeito, não aguento mais ouvir falar em relação de parentesco!! Parece ser o único que importa para a antropologia, é... cansativo! E como a preguiça toma conta do meu ser... amanhã eu peço para a Maíra me explicar... ;)

Antes das conseqüências... a irresponsabilidade é tão confortável!

2 comentários:

abuelita poderosa disse...

MAMITA
¿Qué te parece hacer tu tesis
‘DA FAZENDA À FAVELA”?
Tendrías que comprarte un grabador y ponerte a conversar con Severino. Es INTERESANTÍSIMO
Su historia y la de 40 millones de brasileños

desde el vientre de sus madres, las zurras que les daban para que aprendieran a soportar LA VIDA DURA trabajando desde los 3 años de edad....

hasta el cuidado de sus nietos que con tanta VIDA MOLE se transforman ahora en bandidos o drogadictos.

Ana Estrella Vargas disse...

Mami,
por qué será que los padres siempre quieren que los hijos hagan lo que no hicieron?
Ponte a escribir un proyecto de mestrado, qué te parece?
Ah! Y sobre los drogadictos, eso no se da por no trabajaren si no, por no teneren sus padres, que se pasan todo el día trabajando y además intentan olvidar o ocultar su pasado. Eso sí es un gran problema, lo que Hannah Arent llama de "la lacuna entre en pasado y el futuro". Las personas rechazando el pasado y la tradición, cultivan un vacío en su interior que hace con que la vida no tenga sentido algún. No tienen un hilo, están perdidos en el espacio. Eso hay que arreglarlo, pero al capitalismo, no le interesa nada, porque las personas compran más y más, intentando rellenar sus huecos negros. No saben que sólo las ideas pueden rellenarlo.