quarta-feira, 24 de julho de 2013

Jantando com o inimigo

Com frequência quero que as coisas saiam no meu tempo, o quanto antes. Com frequência, no entanto, percebo que tenho que aprender a esperar... afinal de contas, todo mundo tem os seus problemas, assim como eu.

Eu mesma, ainda estou no processo de desapego, numa etapa mais avançada, mas, ainda! Entendi que de fato não preciso de tantos móveis, assim como não preciso de tanta roupa, tantos sapatos, tantos papéis, etc, etc, - e coloca etcetera nisso!

Semana que vem, portanto, farei uma festa para vender para os amigos tudo o que lhes interessar, na seguinte, tudo o que sobrar vai para anuncios na internet.

Minha mãe diz que não é a gente que tem as coisas, são as coisas que nos tem – e é verdade, a gente está sempre trabalhando em função de manter tudo o que tem (seja pagando aluguel, pagando diarista ou perdendo os dias de descanso fazendo faxina), ou então, comprando ainda mais coisas!

Discordo dessa lógica capitalista e já passava da hora de passar da teoria à prática e levantar a bandeira da economia solidária (comprando de pequenos produtores e trocando ou vendendo entre amigos): assim a gente se ajuda mais e destrói menos!

E digo mais: não são só nossos bens que tem valor. Tem valor ainda maior nossa imagem, nossas ideias, conhecimento, contatos... Por isso decidi juntar isso com a expertise de alguns amigos para produzir um material gráfico. Mas esse é surpresa!

Todo problema carrega em si uma semente de oportunidade e transformação. Acredito mesmo nisso. E percebo que as adversidades têm me exigido mais, me obrigando a desenvolver o potencial guardado para depois. Queria tantas não, mas fazer o que? As que chegarem vão virar sopa para a janta!

Levantar a grana já não é mais o maior problema. Agora é organização e foco, para dar conta de tanto invento ao mesmo tempo – sem enlouquecer os amigos! rs... 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A Saga de Viver em Sampa

Querido Muro das Lamentações,

Continuo sem saber onde vou morar no próximo mês. Encontrei um apartamento de 2 quartos que gostei e que aceita depósito! 3 meses de aluguél são R$ 4.500, não sei bem de onde tirar esse dinheiro, mas se vender todos os móveis posso conseguir um valor aproximado. Só não sei se consigo segurar o AP enquanto levanto o dinheiro.

Por via das dúvidas, hoje vi outros lugares e encontrei um incrível, com dois quartos e sala grande, como queria para poder fazer as aulas e bailes de tango, a cozinha é espaçosa e a área de serviço é como uma varanda, imensa! Dá para colocar uma mesa até! No total, fica apensa R$ 100 a mais que o outro, mas neste o depósito inclui o condomínio e IPTU, o que significa que teria que levantar R$ 5.700! Fiquei tão feliz na hora, mas depois fui caindo na real... e a tristeza se apossou do meu corpo.

É verdade que quando passei no vestibular também fiquei triste, e no final das contas, consegui pagar os quatro anos em dia. Mas naquela época, o salário da Prefeitura não estava tão defasado. Hoje mesmo com o reajuste de 40% consedido pelo atual prefeito, é dureza!

O aluguel sei que consigo pagar. O que não me falta é trabalho, disso não reclamo - mesmo! Mas essa garantia... fiador de São Paulo, Seguro Fiança ou 3 meses de depósito. Não sei dizer o que é mais difícil! Se ao menos não tivesse usado meu crédito para limpar o nome da pessoa que ia morar comigo, estava fácil. E quando é que é fácil, né?

Parece um beco sem saída! Sei que vou achar um jeito de pular esse muro, mas em meio a tudo isso, já não encontro minhas forças...

Estou tão, literalmente, cansada! Mas não posso me entregar à cama ainda. Preciso tirar foto dos móveis para anunciá-los o quanto antes.... e acender uma vela! Quem sabe assim um milagre me encontra?