sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

São Paulo – Salvador – Madrid – Veneza – Vicenza


Comecei este blog quando vim conhecer a Espanha, no começo de 2007... Agora depois de três anos, volto para estas bandas de cá.

Uma série de fatores colaboraram para que eu decidisse cometer essa loucura... e cá estou. Uma das minhas maiores motivações foi a possibilidade de conhecer a Itália, já que neste semestre teria hospedagem gratuita, tinha que aproveitar.

Depois de mudar muitas e muitas vezes meu itinerário, resolvi vir primeiro para a Itália. Mas como meu destino era a Espanha e a passagem mais barata incluía uma escala de algumas horas no aeroporto de Salvador... tive que sair de casa no sábado ao meio dia, para chegar na casa que estou em Vicenza, no Domingo de noite.

Achei que eu me estressaria, mas não. Por sorte meu irmão foi comigo até o aeroporto e lá foi tudo tranqüilo. Conheci muitas pessoas, o que tornou o caminho muito especial!

Ainda em São Paulo conheci a Mercedes e a Carla, mãe e filha argentinas que estavam indo passar as férias na Bahia.

Depois sentei ao lado de um moço que se emocionava tanto quanto eu com a beleza das montanhas e nuvens que víamos da janela do avião. Era o Ricardo, administrador que decidiu ir embora de São Paulo e foi morar em Potirangaba, onde parecia ser muito feliz. Mostrou as fotos dos filhos e fiquei emocionada de ver, como eram lindos! O que contava que fazia com os filhos e tudo o mais também denunciavam a pessoa linda que era. Fiquei encantada e lamentei muito não ter pegado o contato dele. Mas quem sabe um dia não vou conhecer a cidadezinha que disse ser boa e ter ótimas escolas?...

Na Bahia, esperei no mirante que era bonito, tranqüilo, mas que fazia um calor insuportável. Queria acessar a internet, mas só liberavam o WiFi por R$ 20 para duas horas. O preço da Lan House também era absurdo e recusei ambos. Depois com a demora do vôo, me arrependi. Mas foi nessa demora que conheci dois casais muito legais que reencontrei esperando a bagagem em Madrid.

De Salvador a Madrid, ao meu lado estava o Bruno, um italiano de Roma muito divertido, que parecia estar preocupado com o avião, com quem no tempo em que eu não estava dormindo conversei bastante, numa mistura de português, espanhol e italiano. Foi divertido! Passei meu contato para ele e me escreveu. :)

Em Madrid tive uma pequena complicação: a passagem para Veneza não estava faturada, o valor de outra no momento não estava um absurdo e felizmente eu tinha dinheiro para pagar. Antes, no entanto, queria ligar ou acessar a internet para saber da passagem que tinha comprado na internet. Acessar a net, no entanto, não saia por menos de 20 euros (!!!) e era em uma máquina. Conversei com a atendente do posto de informação que me aconselhou a não usar as máquinas, pois se não devolvessem o troco, não haveria quem as abrissem. Ela explicou como fazer uma ligação a cobrar, mas não deu certo. Voltei lá e perguntei onde havia um lugar com gente onde pudesse comprar algo pra trocar o dinheiro. No final das contas, com muito custo, consegui ligar e comprei a outra passagem em seguida.

No vôo de Madrid a Veneza, a fileira inteira era minha! Dormi um pouquinho e depois fiquei a vontade: li jornal, tirei fotos e estudei um pouquinho de italiano. Foi muito gostoso! Cheguei logo e no aeroporto estavam me esperando. Se fosse de dia poderíamos pegar um barco até o centro de Veneza, mas como já era tarde, pegamos um ônibus e antes de pegar o trem para Vicenza, demos uma volta na cidade que é a coisa mais linda desse mundo! Adorei!!! :)

A casinha onde estou é no centro de uma pequena cidade, muito, muito bonita! O apartamento só tem dois cômodos, mas é perfeito, super confortável. Sinto como se estivesse em casa! Gosto daqui, e gosto da Itália. Tem avanços, beleza e algo de brasileiro. ;)

Molto, molto Felice!!! Grazie Dio, GRazie!

sábado, 8 de janeiro de 2011

O que contam as contas…

Sempre sinto uma satisfação imensa quando consigo transformar uma bagunça em algo milimetricamente organizado. Portanto, podia imaginar tudo, menos que chegaria a ficar triste por organizar minhas contas e demais papeizinhos.

Mas eis que chegou o momento. Não podia mais adiar. Peguei a caixa de sapatos que estava transbordando amarrotada de contas e comprovantes de pagamentos de 2009 e primeiro semestre de 2010 e resolvi encarar, já que:

1. Precisava achar o cartão MasterCard que recebi há alguns meses e não quis usar porque o anterior ainda funcionava – sem perceber que em novembro este venceria.

2. Achar a senha do cartão Visa que tenho em mãos, mas que como não usava, não sei a senha, também seria útil.

3. Precisava também encontrar o comprovante de pagamento da fatura de maio da Oi, que ainda não estava no meu nome e vai colocar outra pessoa no Serasa se não resolver logo. :(

Bom, não achei nenhum dos três, só consegui achar o comprovante da fatura de junho que era de apenas 10 centavos referentes à multa, o que significa que paguei a de maio com atraso, mas paguei. Mas não tenho como provar com isso... agora terei que começar a caçar os papéis do segundo semestre que por conta da mudança (e super lotação da caixa de sapatos) ainda não ganharam um lugar específico.

Fora a isso, dentre os intermináveis comprovantes, achei um do Habib´s de 27/03/10 que me remeteu àquele dia...

trabalhavamos no sábado, e fui mais uma pessoa comprar o lanche para os demais. Essa pessoa me disse que não ia comer, que tinha que ir, pois precisava ir pegar a filha de quatro anos. Fiquei incomodada com a informação porque já havia uma vez desmarcado comigo dizendo ser por conta dela, o que posteriormente tive a infelicidade de descobrir que não era verdade, pois a criança viajava com a mãe. Ao pedir que não a usasse como desculpa, fez questão de ligar para ela e a colocar para falar comigo... fiquei sem graça, mas acho que foi a única vez que consegui conversar com ela, pois o que tem de linda, tem de fechada e desconfiada. Nas poucas vezes que tive oportunidade de vê-la, tentei brincar ou estabelecer um diálogo mínimo, procurando respeitar o seu jeito, sem forçar, mas não tive sucesso.

Lembrei também que com essa mesma pessoa, um ano antes, só nos conhecíamos há alguns dias, e fomos já tarde da noite comprar esfihas para as famílias com montes de crianças que estavam recém desabrigadas com a desocupação da favela "Aldeinha", com frio e fome, numa sexta-feira chuvosa, esperando as peruas da assistência social chegarem para levá-las a algum abrigo ou casa de familiar. Foram esses detalhes que foram me ganhando... e que fizeram com que fosse me perdendo.

Também encontrei um comprovante do Futurama do dia 06/04/10 onde tinha comprado exatamente duas coisas. Aquele dia foi especial porque tinha convencido a mesma pessoa a me acompanhar. Foi a pura simplicidade... fomos caminhando à minha faculdade entregar os livros, passamos no mercado e seguimos por baixo do elevado numa noite tranqüila e normal, não tinha nada de mais, mas fazer o trajeto que sempre fazia sozinha com ele, pra mim, foi absolutamente especial.

Nem lembro o que fizemos depois, mas sei que foi uma época boa, em que meus olhos brilhavam de felicidade e esperança, em que parecia que depois de mais de um ano, finalmente, (ou talvez, quem sabe), nos entenderíamos. Mas aquele foi o último dia. Uns dias depois fiquei mal e percebi que não poderia contar com ele quando precisasse, porque, na verdade, nada mudaria. Daí chutei o balde.

De um jeito ou de outro, sofreria. E por isso, por meses, e meses, e meses me arrependi amargamente. Mas hoje vejo que como eu previa, nada mudou, e não foi porque chutei o balde, foi porque não mudaria mesmo. E agora... é só uma história, mais nada.

Quer dizer, vamos melhorar (para nossa criança interior): é só um capítulo de uma história, que ainda não temos como ver que... que simplesmente não era pra ser. Porque seremos muito felizes com pessoas que talvez não amemos tanto, mas que vamos querer bem. Com as quais aprenderemos a conviver sem correr o risco de sofrer. Por que não?